A evolução da estratégia naval da China nos últimos quarentas anos: lições para a Marinha do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Vagner Belarmino de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
Texto Completo: http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844493
Resumo: A história tem mostrado que os Estados que exploraram o mar em todos os seus atributos, alcançaram posições de poder e prosperidade. Com o tempo esse conceito se expandiu além do que se faz nos oceanos para aquilo que se pode fazer a partir destes. Na dimensão da Estratégia Naval os estudiosos ampliaram o escopo das suas teorias, expandindo a ideia do conflito no mar, para a possibilidade da luta pelo mar. A China, em que pesem sua milenar história de nação continental e seu peso político na segunda metade do século XX (decorrente majoritariamente da capacidade nuclear), só despontou economicamente como ator global nos últimos quarenta anos, efetuando uma verdadeira “guinada para o mar” caracterizada pelo desenvolvimento do Poder Marítimo e do Poder Naval. A Estratégia Naval da China foi sendo moldada e adaptada em fases, de acordo com o tamanho da economia e com a extensão dos interesses a serem protegidos, expressas na forma de seus efeitos desejados, das características das operações e da área e dimensão de atuação, permitindo à sociedade chinesa a percepção do que lhe estava sendo oferecido. Brasil e China apresentam significativas semelhanças quanto à influência e ao relacionamento das suas continentalidade e maritimidade. O tempo e as circunstâncias distintas fizeram com que ambos concentrassem, na faixa litorânea e nas águas jurisdicionais marítimas a maior parte da população, seus principais ativos econômicos e financeiros e vitais estruturas críticas (de energia, unidades fabris, refinarias etc.), além do principal sistema que os conecta comercialmente ao resto do mundo (portos, terminais, estaleiros, cabos submarinos de comunicação, rotas marítimas etc.). Sua sociedade e seu Poder Político, por motivações distintas, mantiveram-se, por muito tempo, alheios às possibilidades de aproveitamento dos mares em proveito das expressões do Poder Nacional. O Brasil tem uma vital dependência econômica e estrutural dos oceanos, e estes constituem uma vulnerabilidade nacional que, por si só, justifica o planejamento e o investimento na defesa. Apesar de muito já ser feito no mar, ainda há espaço para transformá-lo em importante oportunidade de desenvolvimento. Contudo, essas constatações não estão na percepção da sociedade brasileira e, consequentemente, do Poder Político. No que tange à Estratégia Naval brasileira, a pesquisa apontou a importância da priorização dos objetivos estratégicos marítimos, acompanhada da definição das ações a serem realizadas sobre cada um deles, inclusive explicitando como as demais Forças Armadas contribuiriam com o esforço de forma conjunta. A estratégia seria estabelecida em fases, facilitando a definição das capacidades tecnológicas militares a serem alcançadas e a otimização do emprego dos recursos orçamentários, historicamente limitados. É importante, ainda, que a referida estratégia seja explicitada por seus efeitos desejados, a fim de facilitar o entendimento pela sociedade e a gradativa percepção do valor de se integrar, também, o setor de defesa na estratégia de desenvolvimento nacional. Assim, a pesquisa permitiu a dedução de lições úteis à Marinha do Brasil a partir da evolução da Estratégia Naval da China
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A Estratégia Naval da China foi sendo moldada e adaptada em fases, de acordo com o tamanho da economia e com a extensão dos interesses a serem protegidos, expressas na forma de seus efeitos desejados, das características das operações e da área e dimensão de atuação, permitindo à sociedade chinesa a percepção do que lhe estava sendo oferecido. Brasil e China apresentam significativas semelhanças quanto à influência e ao relacionamento das suas continentalidade e maritimidade. O tempo e as circunstâncias distintas fizeram com que ambos concentrassem, na faixa litorânea e nas águas jurisdicionais marítimas a maior parte da população, seus principais ativos econômicos e financeiros e vitais estruturas críticas (de energia, unidades fabris, refinarias etc.), além do principal sistema que os conecta comercialmente ao resto do mundo (portos, terminais, estaleiros, cabos submarinos de comunicação, rotas marítimas etc.). Sua sociedade e seu Poder Político, por motivações distintas, mantiveram-se, por muito tempo, alheios às possibilidades de aproveitamento dos mares em proveito das expressões do Poder Nacional. O Brasil tem uma vital dependência econômica e estrutural dos oceanos, e estes constituem uma vulnerabilidade nacional que, por si só, justifica o planejamento e o investimento na defesa. Apesar de muito já ser feito no mar, ainda há espaço para transformá-lo em importante oportunidade de desenvolvimento. Contudo, essas constatações não estão na percepção da sociedade brasileira e, consequentemente, do Poder Político. No que tange à Estratégia Naval brasileira, a pesquisa apontou a importância da priorização dos objetivos estratégicos marítimos, acompanhada da definição das ações a serem realizadas sobre cada um deles, inclusive explicitando como as demais Forças Armadas contribuiriam com o esforço de forma conjunta. A estratégia seria estabelecida em fases, facilitando a definição das capacidades tecnológicas militares a serem alcançadas e a otimização do emprego dos recursos orçamentários, historicamente limitados. É importante, ainda, que a referida estratégia seja explicitada por seus efeitos desejados, a fim de facilitar o entendimento pela sociedade e a gradativa percepção do valor de se integrar, também, o setor de defesa na estratégia de desenvolvimento nacional. Assim, a pesquisa permitiu a dedução de lições úteis à Marinha do Brasil a partir da evolução da Estratégia Naval da ChinaHistory has shown that states that have exploited the sea in all its attributes have achieved positions of power and prosperity. Over time, this concept has expanded beyond what is done in the oceans to what can be done from it. In the dimension of the Naval Strategy, scholars have broadened the scope of their theories, expanding the idea of conflict at sea to the possibility of fighting for the sea China, in spite of its millennial history of continental nation and its political weight in the second half of the twentieth century (mainly due to nuclear capacity), has only emerged economically as a global actor in the last forty years, making a true “shift towards sea ”, characterized by the development of Maritime Power and Naval Power. China's Naval Strategy has been shaped and adapted in stages according to the size of the economy and the geographical extent of the interests to be protected, expressed in the form of their desired effects, nature of operations, and geographical reach, allowing Chinese society to perceive what was being offered. Brazil and China have significant similarities regarding the influence and relationship of their continentality and maritimity. Due to their distinct time and circumstances, they concentrated both the coastal strip and maritime jurisdictional waters for most of the population, their main economic and financial assets and vital critical structures (energy, plant, refinery etc.), in addition to the main system that connects them commercially to the rest of the world (ports, terminals, shipyards, submarine communication cables, sea lanes etc.). Their society and political power, for different reasons, remained for a long time unaware of the possibilities of harnessing the seas in favor of the expressions of national power. Brazil has a vital economic and structural dependence on the oceans, and these constitute a national vulnerability that in itself justifies defense planning and investment. Although much has already been done at sea, there is still room to turn it into important development opportunities. However, these findings are not in the perception of Brazilian society and, consequently, of the Political Power. Regarding the Brazilian Naval Strategy, the research pointed to the importance of prioritizing maritime strategic objectives accompanied by the definition of the actions to be taken on each one of them, including explaining how the other Armed Forces would contribute to the effort, jointly. The strategy would be established in stages, facilitating the definition of the military technological capabilities to be achieved and the optimization of the use of historically limited budgetary resources. It is also important that this strategy be explained by its desired effects, in order to facilitate the understanding by society and the gradual perception of the value of integrating, also, the defense sector in the national development strategy. Thus, the research allowed us to deduce useful lessons from the Brazilian Navy, based on the evolution of the China Naval StrategyporEscola de Guerra Naval (EGN)Apresentada à Escola de Guerra Naval, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Política e Estratégia Marítimas - C-PEM 2019Estratégia Naval BrasilEstratégia naval - ChinaPoder NavalA evolução da estratégia naval da China nos últimos quarentas anos: lições para a Marinha do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)instname:Marinha do Brasil (MB)instacron:MBTEXTBELARMINO.pdf.txtBELARMINO.pdf.txtExtracted texttext/plain427593https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/844493/3/BELARMINO.pdf.txt9d2cae5355a726e258751e7a0a87fe20MD53THUMBNAILBELARMINO.pdf.jpgBELARMINO.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1091https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/844493/4/BELARMINO.pdf.jpg0b1f2a0482607e33d7c1b11a6c1cb178MD54ORIGINALBELARMINO.pdfBELARMINO.pdfapplication/pdf43730746https://www.repositorio.mar.mil.br/bitstream/ripcmb/844493/2/BELARMINO.pdff4b2282fdb89d03afda349b25199d797MD52ripcmb/8444932022-09-23 16:44:32.321oai:www.repositorio.mar.mil.br:ripcmb/844493Repositório InstitucionalPUBhttps://www.repositorio.mar.mil.br/oai/requestdphdm.repositorio@marinha.mil.bropendoar:2022-09-23T19:44:32Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) - Marinha do Brasil (MB)false
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