A guerra do Yom Kippur: uma análise do processo decisório do Alto Comando de Israel nas vésperas do conflito

• Autor(a) principal: Silva, Bruno Fernandes da Costa
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)
• Texto Completo: https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/846226
• topic: Heurística de Disponibilidade; Heurística de Ancoragem; Heurística de Afeto; Racionalidade; Viés de Confirmação; Viés de Superposicionamento; Viés de Excesso de Precisão; Guerra de Yom Kippur; Processo de tomada de decisão

O processo de julgamento, de tomada de decisão e a racionalidade tem ganhado significativa importância no cenário internacional em função de proeminentes estudos científicos publicados nas últimas décadas. Nesse contexto, foram evidenciados erros comuns e limitações à racionalidade humana, merecendo assim especial atenção para sua compreensão nos processos decisórios. O estudo desenvolvido se aprofundou nos efeitos dos vieses e heurísticas presentes no processo de tomada de decisão de alto nível de Israel e como isso afetou a percepção de ameaça nas vésperas da Guerra do Yom Kippur. O trabalho utilizou a metodologia de pesquisa bibliográfica qualitativa com foco explicativo e utilizou a Teoria do Sistema 1 e Sistema 2 de Daniel Kahneman para identificar heurísticas e vieses presentes no processo decisório do Alto Comando israelense nas vésperas da Guerra do Yom Kippur. Verificou-se que a utilização do “conceito” se traduziu em uma heurística de ancoragem em função de considerar a simplificação das múltiplas vertentes necessárias para compor uma análise de iminência de guerra pelo arcabouço estabelecido pela AMAN, mais simples de ser compreendido. Inferiu-se também que a combinação da expectativa de retorno dos “meios especiais de coleta” à heurística de afeto originada pelo agente “o anjo” do MOSSAD contribuíram para a falta de prontidão de Israel para o conflito. Concluiu-se também que a cultura israelense de tomada de decisões afeta à segurança nacional imputou um papel de destaque nas estimativas da Inteligência Militar e isso influenciou o processo decisório israelense em outubro de 1973. Dessa maneira, deduziu-se que os vieses de confirmação, de excesso de precisão e de superposicionamento, bem como as heurísticas de disponibilidade, de afeto e de ancoragem, presentes no alto comando de Israel, impactaram na decisão de efetuar um ataque preventivo nas forças egípcias e sírias, já posicionadas para um eventual ataque ao território israelense. Assim sendo, respondeu-se ao problema estudado de aparente indecisão de Israel em atacar preventivamente o Egito e a Síria no início da Guerra de Yom Kippur. Dessa forma, abre-se um caminho para uma linha de pesquisa abordando outras ocasiões em que fenômenos cognitivos afetaram negativamente a racionalidade dos decisores de um Estado. Ressalta-se que os eventos estudados estimulam a busca pela elevação da consciência situacional visando à preparação para um possível cenário de conflito armado.