Geoeconomia, um “negócio da China”: a atividade econômica chinesa em Angola de 1975 a 2010
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844939 |
Resumo: | A geoeconomia é um negócio da China. Ela não explica o crescimento econômico alto e consistente da China nos últimos 40 anos, mas contribui para a sua compreensão. A crescente influência econômica e política da China no sistema global de Estados são temas recorrentes em meio a analistas de Relações Internacionais, principalmente por ameaçar a liderança econômica estadunidense. No entanto, para o Brasil, a China representa um desafio particular na África, em especial no Atlântico Sul, entorno estratégico brasileiro. A China se apresentou como um país de Terceiro Mundo ao continente africano e, com sua influência econômica, ganhou credibilidade política, principalmente junto a Angola, país de fortes laços históricos com o Brasil. Nesse sentido, esse estudo confrontou a teoria da geoeconomia com a realidade, por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental, para analisar se a China fez uso de instrumentos geoeconômicos em seu relacionamento com Angola, no período de 1975-2010, e os impactos decorrentes aos interesses geopolíticos brasileiros em Angola e no Atlântico Sul. Concluiu-se que houve aderência da teoria à realidade, pois as condições de Angola pós-guerra civil, sem recursos para reconstruir o país e sua infraestrutura, bem como a demanda chinesa de recursos energéticos para sustentar seu crescimento econômico, permitiram à China explorar o contexto angolano e promover seus interesses nacionais, bem como os de suas empresas e bancos, ao proteger sua segurança energética e garantir mercado para seus produtos. O Brasil, mesmo perante a forte presença econômica chinesa, também explorou as oportunidades apresentadas em Angola, de maneira semelhante à China, inclusive fazendo uso de ferramentas geoeconômicas. No período analisado, não foram observados impactos aos interesses do Brasil no Atlântico Sul, pelo contrário, China e Brasil se complementaram em Angola e, até mesmo, estabeleceram uma cooperação sul-sul em âmbito multilateral com os países africanos. As conclusões evidenciaram a necessidade de uma política externa consistente por parte do Brasil, a fim de promover e consolidar a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul e garantir acesso aos mercados africanos, podendo estabelecer parcerias com Angola e explorar seu passado comum com o país africano, tornando a região um espaço geopolítico diferenciado. Por fim, o trabalho sugeriu acompanhar a rivalidade crescente entre China e Estados Unidos da América na região, assim como alertou que o avanço geoeconômico chinês poderá ocorrer sobre aqueles Estados ricos em recursos naturais e energéticos, com governos sem capacidade de investir em sua infraestrutura, em qualquer continente. |
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