Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Tattiane Yu Borges
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Metodista
Texto Completo: http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/2208
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo entender de que forma as narrativas de surgimento e transformações de Buda Tārā se consolidam no budismo tibetano Geluk, a fim de investigar quais fissuras são provocadas por esse ícone feminino tão importante no budismo tibetano. Seu surgimento consolida-se nos movimentos do sistema tântrico, na Índia, a partir do séc. VI, onde a contextualização se torna bastante complexa, considerando o rico entrecruzamento cultural de crenças do sistema de tantra na sociedade antiga indiana. Para análise de seu surgimento, será usada a metodologia diacrônica que se volta para a arqueologia e os textos canônicos. Para a análise conceitual e literária, a metodologia será sincrônica, privilegiando a narrativa literária e suas transformações com o que temos na atualidade. Para a interpretação iconográfica, usaremos a metodologia de mapeamento proposta por Gillian Rose, especificamente as modalidades composicional e social. Para além das fronteiras indianas, quando Tārā se fortalece no Tibete, ela é a grande percursora de um movimento de popularidade nas esferas conceitual e revolucionária, que coloca a mulher em pé de igualdade com o homem quanto às suas realizações e conquistas. Algumas décadas depois, seu culto estabelece-se na tradição Mahāyāna Geluk, reafirmando a visão teológica de equanimidade (upekṣā) e compaixão (karuṇā), segundo a qual é preciso adentrar o caminho do Bodhisattva, que tem como prática o cultivo da bodhicitta – a mente que busca o completo despertar não só para si, mas também para benefício de todos. Na teologia dos sistemas Vajrayāṇa, que é um braço do Mahāyāna, as iconografias tibetanas de Tārā, em suas inúmeras representações, elevam o status de Tārā como Buda, reafirmando as bases hermenêuticas da tradição Mahāyāna Geluk, mas, na prática, a tradição Geluk não corresponde em estabelecer a igualdade entre homens e mulheres. Descobrimos, através dos esforços das pesquisadoras budistas, que o principal problema está no sistema educacional institucional da sociedade tibetana e, principalmente, no sistema educacional religioso que privou as mulheres durante séc. do estudo formal que as habilitasse e as encorajasse a estarem minimamente em pé de igualdade com os homens. (AU)
id METODISTA_8c6f706a08df47b715fde34d4678b12c
oai_identifier_str oai:tahbit.umesp.edu.dti:tede/2208
network_acronym_str METODISTA
network_name_str Repositório Institucional da Metodista
repository_id_str
spelling Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano GelukBuddha Tārā: emergence, transformation and permanence of the centrality of a female icon in Tibetan Buddhism GelukBuda Tārā; Mahāyāna; Geluk budismo tibetano; tantra budistaBuddha Tārā; Mahāyāna; Geluk budhism tibetan; buddhist tantraCIENCIAS HUMANASO presente trabalho tem por objetivo entender de que forma as narrativas de surgimento e transformações de Buda Tārā se consolidam no budismo tibetano Geluk, a fim de investigar quais fissuras são provocadas por esse ícone feminino tão importante no budismo tibetano. Seu surgimento consolida-se nos movimentos do sistema tântrico, na Índia, a partir do séc. VI, onde a contextualização se torna bastante complexa, considerando o rico entrecruzamento cultural de crenças do sistema de tantra na sociedade antiga indiana. Para análise de seu surgimento, será usada a metodologia diacrônica que se volta para a arqueologia e os textos canônicos. Para a análise conceitual e literária, a metodologia será sincrônica, privilegiando a narrativa literária e suas transformações com o que temos na atualidade. Para a interpretação iconográfica, usaremos a metodologia de mapeamento proposta por Gillian Rose, especificamente as modalidades composicional e social. Para além das fronteiras indianas, quando Tārā se fortalece no Tibete, ela é a grande percursora de um movimento de popularidade nas esferas conceitual e revolucionária, que coloca a mulher em pé de igualdade com o homem quanto às suas realizações e conquistas. Algumas décadas depois, seu culto estabelece-se na tradição Mahāyāna Geluk, reafirmando a visão teológica de equanimidade (upekṣā) e compaixão (karuṇā), segundo a qual é preciso adentrar o caminho do Bodhisattva, que tem como prática o cultivo da bodhicitta – a mente que busca o completo despertar não só para si, mas também para benefício de todos. Na teologia dos sistemas Vajrayāṇa, que é um braço do Mahāyāna, as iconografias tibetanas de Tārā, em suas inúmeras representações, elevam o status de Tārā como Buda, reafirmando as bases hermenêuticas da tradição Mahāyāna Geluk, mas, na prática, a tradição Geluk não corresponde em estabelecer a igualdade entre homens e mulheres. Descobrimos, através dos esforços das pesquisadoras budistas, que o principal problema está no sistema educacional institucional da sociedade tibetana e, principalmente, no sistema educacional religioso que privou as mulheres durante séc. do estudo formal que as habilitasse e as encorajasse a estarem minimamente em pé de igualdade com os homens. (AU)This work aims to understand how the narratives of the emergence and transformations of Buddha Tārā are consolidated in the Geluk of Tibetan Buddhism, to investigate which impacts are caused by this female icon so important in the Tibetan Buddhism. Her emergence is consolidated in the movements of the tantric system, in India, from the VI century, where the contextualization becomes quite complex, considering the rich cultural interweaving of beliefs of the tantra system in ancient Indian society. To analyze her emergence, the diachronic methodology that turns to archeological and canonical texts will be used. For the concept and literary analysis, the methodology will be synchronous, privileging the literary narrative and her transformations with what we have today. For the iconographic interpretation, we will use the mapping methodology proposed by Gillian Rose, specifically the compositional and social modalities. Beyond Indian borders, when the figure of Tārā strengthened in Tibet, she is the great precursor of a popular movement in the conceptual and revolutionary spheres, which places women on an equal footing with men in terms of their achievements and conquests. A few decades later, her cult was established in the Mahāyāna Geluk tradition, reaffirming the theological vision of equanimity (upekṣā) and compassion (karuṇā), according to which it is necessary to enter the path of the Bodhisattva, whose practice is the cultivation of bodhicitta - the mind that seeks complete awakening not only for herself but for the benefit of all being. In the theology of Vajrayāṇa systems, which is an offshoot of the Mahāyāna, the Tibetan iconographies of Tārā, in her numerous representations, elevate Tārā's status as Buddha, reaffirming the hermeneutical foundations of the Mahāyāna Geluk tradition, but in practice the Geluk tradition does establish equality between men and women. We discovered, through the efforts of Buddhist researchers, that the main problem lies in the institutional educational system of Tibetan society and, mainly, in the religious educational system that deprived women for centuries of the formal study that would enable and encourage them to be minimally on their equal standing with men.(AU)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Metodista de Sao PauloCiencias da Religiao:Programa de Pos Graduacao em Ciencias da ReligiaoBrasilIMSCiencias da ReligiaoSouza, Sandra Duarte deTsai , Plínio MarcosRenders , HelmutMarques, Tattiane Yu Borges2022-06-13T17:17:06Z2022-04-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfMarques, Tattiane Yu Borges. Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk. 2022. 133 folhas. Tese( Ciencias da Religiao) - Universidade Metodista de Sao Paulo, Sao Bernardo do Campo, 2022.http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/2208porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Metodistainstname:Universidade Metodista de São Paulo (METODISTA)instacron:METODISTA2022-06-13T17:17:06Zoai:tahbit.umesp.edu.dti:tede/2208Repositório InstitucionalPRIhttp://tede.metodista.br/oai/requestbiblioteca@metodista.bropendoar:2022-06-13T17:17:06Repositório Institucional da Metodista - Universidade Metodista de São Paulo (METODISTA)false
dc.title.none.fl_str_mv Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk
Buddha Tārā: emergence, transformation and permanence of the centrality of a female icon in Tibetan Buddhism Geluk
title Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk
spellingShingle Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk
Marques, Tattiane Yu Borges
Buda Tārā; Mahāyāna; Geluk budismo tibetano; tantra budista
Buddha Tārā; Mahāyāna; Geluk budhism tibetan; buddhist tantra
CIENCIAS HUMANAS
title_short Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk
title_full Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk
title_fullStr Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk
title_full_unstemmed Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk
title_sort Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk
author Marques, Tattiane Yu Borges
author_facet Marques, Tattiane Yu Borges
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Souza, Sandra Duarte de
Tsai , Plínio Marcos
Renders , Helmut
dc.contributor.author.fl_str_mv Marques, Tattiane Yu Borges
dc.subject.por.fl_str_mv Buda Tārā; Mahāyāna; Geluk budismo tibetano; tantra budista
Buddha Tārā; Mahāyāna; Geluk budhism tibetan; buddhist tantra
CIENCIAS HUMANAS
topic Buda Tārā; Mahāyāna; Geluk budismo tibetano; tantra budista
Buddha Tārā; Mahāyāna; Geluk budhism tibetan; buddhist tantra
CIENCIAS HUMANAS
description O presente trabalho tem por objetivo entender de que forma as narrativas de surgimento e transformações de Buda Tārā se consolidam no budismo tibetano Geluk, a fim de investigar quais fissuras são provocadas por esse ícone feminino tão importante no budismo tibetano. Seu surgimento consolida-se nos movimentos do sistema tântrico, na Índia, a partir do séc. VI, onde a contextualização se torna bastante complexa, considerando o rico entrecruzamento cultural de crenças do sistema de tantra na sociedade antiga indiana. Para análise de seu surgimento, será usada a metodologia diacrônica que se volta para a arqueologia e os textos canônicos. Para a análise conceitual e literária, a metodologia será sincrônica, privilegiando a narrativa literária e suas transformações com o que temos na atualidade. Para a interpretação iconográfica, usaremos a metodologia de mapeamento proposta por Gillian Rose, especificamente as modalidades composicional e social. Para além das fronteiras indianas, quando Tārā se fortalece no Tibete, ela é a grande percursora de um movimento de popularidade nas esferas conceitual e revolucionária, que coloca a mulher em pé de igualdade com o homem quanto às suas realizações e conquistas. Algumas décadas depois, seu culto estabelece-se na tradição Mahāyāna Geluk, reafirmando a visão teológica de equanimidade (upekṣā) e compaixão (karuṇā), segundo a qual é preciso adentrar o caminho do Bodhisattva, que tem como prática o cultivo da bodhicitta – a mente que busca o completo despertar não só para si, mas também para benefício de todos. Na teologia dos sistemas Vajrayāṇa, que é um braço do Mahāyāna, as iconografias tibetanas de Tārā, em suas inúmeras representações, elevam o status de Tārā como Buda, reafirmando as bases hermenêuticas da tradição Mahāyāna Geluk, mas, na prática, a tradição Geluk não corresponde em estabelecer a igualdade entre homens e mulheres. Descobrimos, através dos esforços das pesquisadoras budistas, que o principal problema está no sistema educacional institucional da sociedade tibetana e, principalmente, no sistema educacional religioso que privou as mulheres durante séc. do estudo formal que as habilitasse e as encorajasse a estarem minimamente em pé de igualdade com os homens. (AU)
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-06-13T17:17:06Z
2022-04-04
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv Marques, Tattiane Yu Borges. Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk. 2022. 133 folhas. Tese( Ciencias da Religiao) - Universidade Metodista de Sao Paulo, Sao Bernardo do Campo, 2022.
http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/2208
identifier_str_mv Marques, Tattiane Yu Borges. Buda Tārā: surgimento, transformação e permanência da centralidade de um ícone feminino no budismo tibetano Geluk. 2022. 133 folhas. Tese( Ciencias da Religiao) - Universidade Metodista de Sao Paulo, Sao Bernardo do Campo, 2022.
url http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/2208
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Metodista de Sao Paulo
Ciencias da Religiao:Programa de Pos Graduacao em Ciencias da Religiao
Brasil
IMS
Ciencias da Religiao
publisher.none.fl_str_mv Universidade Metodista de Sao Paulo
Ciencias da Religiao:Programa de Pos Graduacao em Ciencias da Religiao
Brasil
IMS
Ciencias da Religiao
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Metodista
instname:Universidade Metodista de São Paulo (METODISTA)
instacron:METODISTA
instname_str Universidade Metodista de São Paulo (METODISTA)
instacron_str METODISTA
institution METODISTA
reponame_str Repositório Institucional da Metodista
collection Repositório Institucional da Metodista
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Metodista - Universidade Metodista de São Paulo (METODISTA)
repository.mail.fl_str_mv biblioteca@metodista.br
_version_ 1792602006649569280