DESOSPITALIZAÇÃO PSIQUIÁTRICA E PROMOÇÃO DA SAÚDE EM RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Metodista |
Texto Completo: | http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/1643 |
Resumo: | A desospitalização de pessoas com história de longa permanência em hospitais psiquiátricos é prioridade dentre as políticas públicas de saúde mental no Brasil, que consideram a ruptura do convívio familiar e social, agravantes no processo de adoecimento psíquico. Para dar conta do atendimento a essas pessoas fora dos hospitais, foram criados equipamentos de saúde como as residências terapêuticas, moradias localizadas na comunidade com assistência de agentes de cuidados diários. Este trabalho foi fruto da experiência profissional do psicólogo acompanhando a desospitalização de trinta pacientes para três novas residências terapêuticas na cidade de São José dos Campos/SP. A partir da psicanálise winnicottiana, esta pesquisa descreveu e analisou a experiência de desospitalização e de promoção da saúde neste contexto, com ênfase nas interações grupais e vivências dos moradores no espaço hospitalar e residencial, nas relações de cuidado e comunitárias. Os instrumentos utilizados foram: observação participante e entrevista com base em um roteiro previamente elaborado, com os moradores. Os resultados apontaram: as interações e vivências na residência terapêutica, em sua maioria, mantiveram-se enrijecidas por regras e restrições na ocupação do espaço da casa, manuseio de pertences pessoais e circulação na comunidade; as relações de cuidado demandaram uma presença ativa dos agentes de cuidado, especialmente, na atenção ao corpo, no manejo de sintomas psicopatológicos e na mediação de conflitos junto à vizinhança e demais pessoas da comunidade. Concluiu-se que as relações de cuidado, mesmo em circunstâncias da desospitalização, podem aprisionar os sujeitos e inibir processos criativos, como também repercutirem na prevenção de crises psicóticas agudas e da reinternação. O desafio na promoção da saúde em residência terapêutica, configurou-se na superação de situações que impossibilitem a seus moradores estarem na vida com todos os seus excessos, particularidades e necessidades de atenção e cuidado adaptado. |
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DESOSPITALIZAÇÃO PSIQUIÁTRICA E PROMOÇÃO DA SAÚDE EM RESIDÊNCIA TERAPÊUTICAPhychiatric deprivation and health promotion in therapeutic residencysaúde mental; reforma psiquiátrica; desospitalização; residências terapêuticas; promoção da saúdemental health; psychiatric reform; de-hospitalization; therapeutic residences; health promotionCIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAA desospitalização de pessoas com história de longa permanência em hospitais psiquiátricos é prioridade dentre as políticas públicas de saúde mental no Brasil, que consideram a ruptura do convívio familiar e social, agravantes no processo de adoecimento psíquico. Para dar conta do atendimento a essas pessoas fora dos hospitais, foram criados equipamentos de saúde como as residências terapêuticas, moradias localizadas na comunidade com assistência de agentes de cuidados diários. Este trabalho foi fruto da experiência profissional do psicólogo acompanhando a desospitalização de trinta pacientes para três novas residências terapêuticas na cidade de São José dos Campos/SP. A partir da psicanálise winnicottiana, esta pesquisa descreveu e analisou a experiência de desospitalização e de promoção da saúde neste contexto, com ênfase nas interações grupais e vivências dos moradores no espaço hospitalar e residencial, nas relações de cuidado e comunitárias. Os instrumentos utilizados foram: observação participante e entrevista com base em um roteiro previamente elaborado, com os moradores. Os resultados apontaram: as interações e vivências na residência terapêutica, em sua maioria, mantiveram-se enrijecidas por regras e restrições na ocupação do espaço da casa, manuseio de pertences pessoais e circulação na comunidade; as relações de cuidado demandaram uma presença ativa dos agentes de cuidado, especialmente, na atenção ao corpo, no manejo de sintomas psicopatológicos e na mediação de conflitos junto à vizinhança e demais pessoas da comunidade. Concluiu-se que as relações de cuidado, mesmo em circunstâncias da desospitalização, podem aprisionar os sujeitos e inibir processos criativos, como também repercutirem na prevenção de crises psicóticas agudas e da reinternação. O desafio na promoção da saúde em residência terapêutica, configurou-se na superação de situações que impossibilitem a seus moradores estarem na vida com todos os seus excessos, particularidades e necessidades de atenção e cuidado adaptado.The de-hospitalization of people with a long-term history in psychiatric hospitals is a priority among public mental health policies in Brazil, which consider the rupture of family and social life aggravating the process of psychic illness. In order to provide care for these people outside the hospitals, health facilities were created, such as therapeutic residences, community-based housing with the assistance of daily caregivers. This work was the result of the professional experience of the psychologist accompanying the dehospitalization of thirty patients to three new therapeutic residences in the city of São José dos Campos / SP. Based on Winnicott's psychoanalysis, this research described and analyzed the experience of de-hospitalization and health promotion in this context, with emphasis on the group interactions and experiences of the residents in the hospital and residential space, in care and community relations. The instruments used were: participant observation and interview based on a previously elaborated script with the residents. The results indicated that the interactions and experiences in the therapeutic residency, for the most part, were kept rigid by rules and restrictions in the occupation of the home space, handling of personal belongings and circulation in the community; The care relationships demanded an active presence of the care agents, especially in the attention to the body, in the management of psychopathological symptoms and in the mediation of conflicts with the neighborhood and other people in the community. It was concluded that care relationships, even in de-hospitalization circumstances, can trap subjects and inhibit creative processes, as well as repercussions in the prevention of acute psychotic crisis and rehospitalization. The challenge in promoting health in therapeutic residency was to overcome situations that make it impossible for the residents to be in life with all their excesses, particularities and needs of attention and adapted care.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Metodista de Sao PauloPsicologia da Saude:Programa de Pos Graduacao em Psicologia da SaudeBrasilIMSPsicologia da SaudeRezende, Manoel MorgadoGomes, Maria BenincasaMotta, Ivonise Fernandes daPORTO, FLÁVIA FIGUEIRA DE ANDRADE2017-06-01T18:20:13Z2017-03-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPORTO, FLÁVIA FIGUEIRA DE ANDRADE. DESOSPITALIZAÇÃO PSIQUIÁTRICA E PROMOÇÃO DA SAÚDE EM RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA. 2017. [76 de folhas]. Dissertação( Psicologia da Saude) - Universidade Metodista de Sao Paulo, [São Bernardo do Campo] .http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/1643porREFERÊNCIAS Amarante, P. (1995). Novos sujeitos, novos direitos: o debate em torno da reforma psiquiátrica. Cadernos de Saúde Pública, 11(3), 491-494. Recuperado em 02 setembro de 2015, de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X1995000300024&script=sci_arttext Amarante, P. (2006). Rumo ao fim dos manicômios [online], Revista Mente e Cérebro. Recuperado em 02 setembro, 2015, de http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/rumo_ao_fim_dos_manicomios.html Amarante, P., & Torre, G. E. H. (2011). Michel Foucault e a “História da loucura”: 50 anos transformando a história da psiquiatria. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, 3(6), 41-64, Universidade Federal de Santa Catarina. Recuperado em 02 setembro, 2015, de http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/1502/1725 Bachelard, G. (1993). 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REFERÊNCIAS Amarante, P. (1995). Novos sujeitos, novos direitos: o debate em torno da reforma psiquiátrica. Cadernos de Saúde Pública, 11(3), 491-494. Recuperado em 02 setembro de 2015, de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X1995000300024&script=sci_arttext Amarante, P. (2006). Rumo ao fim dos manicômios [online], Revista Mente e Cérebro. Recuperado em 02 setembro, 2015, de http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/rumo_ao_fim_dos_manicomios.html Amarante, P., & Torre, G. E. H. (2011). Michel Foucault e a “História da loucura”: 50 anos transformando a história da psiquiatria. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, 3(6), 41-64, Universidade Federal de Santa Catarina. Recuperado em 02 setembro, 2015, de http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/1502/1725 Bachelard, G. (1993). A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes. Berlinck, M. T., Magtaz, A. C., & Teixeira, M. (2008, março). A reforma psiquiátrica brasileira: perspectivas e problemas. 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