Fala fictícia fossilizada: o tempo futuro em Aikanã
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222013000200009 |
Resumo: | O Aikanã, língua indígena geneticamente isolada do sul de Rondônia, tem uma maneira de expressar o tempo futuro verbal que é, à primeira vista, algo surpreendente. A construção, que é obrigatória para o tempo futuro, envolve, além de um morfema de futuro (-re-, ou futuro remoto -ta-), sempre um morfema da primeira pessoa (seja singular ou plural), independente de o verbo estar flexionado para pessoa (seja primeira ou não). Consequentemente, o tempo futuro em Aikanã sempre envolve dois marcadores pessoais no verbo, que correspondem gramaticalmente em número com o sujeito do verbo, mas não necessariamente em pessoa. Mesmo assim, como é demonstrado, ainda que não correspondam no nível gramatical, os marcadores correspondem em pessoa no nível discursivo. Para pesquisadores tentando investigar a língua, esse tipo de construção sempre foi enigmático. Porém, hoje, com um pouco mais de conhecimento sobre construções parecidas em línguas vizinhas (mesmo sendo línguas geneticamente não relacionadas), ficou claro como essa construção tem uma base cognitiva concreta na gramática e na semântica da língua, envolvendo citação fictícia. |
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Fala fictícia fossilizada: o tempo futuro em AikanãAikanãMarcação recursiva de pessoaCitação fictíciaTraços areaisRondôniaO Aikanã, língua indígena geneticamente isolada do sul de Rondônia, tem uma maneira de expressar o tempo futuro verbal que é, à primeira vista, algo surpreendente. A construção, que é obrigatória para o tempo futuro, envolve, além de um morfema de futuro (-re-, ou futuro remoto -ta-), sempre um morfema da primeira pessoa (seja singular ou plural), independente de o verbo estar flexionado para pessoa (seja primeira ou não). Consequentemente, o tempo futuro em Aikanã sempre envolve dois marcadores pessoais no verbo, que correspondem gramaticalmente em número com o sujeito do verbo, mas não necessariamente em pessoa. Mesmo assim, como é demonstrado, ainda que não correspondam no nível gramatical, os marcadores correspondem em pessoa no nível discursivo. Para pesquisadores tentando investigar a língua, esse tipo de construção sempre foi enigmático. Porém, hoje, com um pouco mais de conhecimento sobre construções parecidas em línguas vizinhas (mesmo sendo línguas geneticamente não relacionadas), ficou claro como essa construção tem uma base cognitiva concreta na gramática e na semântica da língua, envolvendo citação fictícia.MCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi2013-08-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222013000200009Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas v.8 n.2 2013reponame:Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanasinstname:Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)instacron:MPEG10.1590/S1981-81222013000200009info:eu-repo/semantics/openAccessvan der Voort,Heinpor2015-07-07T00:00:00Zoai:scielo:S1981-81222013000200009Revistahttps://www.scielo.br/j/bgoeldi/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpboletim.humanas@museu-goeldi.br||boletim.humanas@museu-goeldi.br1981-81222178-2547opendoar:2015-07-07T00:00Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas - Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)false |
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O Aikanã, língua indígena geneticamente isolada do sul de Rondônia, tem uma maneira de expressar o tempo futuro verbal que é, à primeira vista, algo surpreendente. A construção, que é obrigatória para o tempo futuro, envolve, além de um morfema de futuro (-re-, ou futuro remoto -ta-), sempre um morfema da primeira pessoa (seja singular ou plural), independente de o verbo estar flexionado para pessoa (seja primeira ou não). Consequentemente, o tempo futuro em Aikanã sempre envolve dois marcadores pessoais no verbo, que correspondem gramaticalmente em número com o sujeito do verbo, mas não necessariamente em pessoa. Mesmo assim, como é demonstrado, ainda que não correspondam no nível gramatical, os marcadores correspondem em pessoa no nível discursivo. Para pesquisadores tentando investigar a língua, esse tipo de construção sempre foi enigmático. Porém, hoje, com um pouco mais de conhecimento sobre construções parecidas em línguas vizinhas (mesmo sendo línguas geneticamente não relacionadas), ficou claro como essa construção tem uma base cognitiva concreta na gramática e na semântica da língua, envolvendo citação fictícia. |
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