Laços sociais e retenção: um estudo de migração

• Autor(a) principal: Sousa, Rosinaldo Silva de
• Data de Publicação: 1998
• Outros Autores: Forline, Louis
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1810
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA::ANTROPOLOGIA URBANA; Migrantes; Urbano

As transformações ocorridas em um grupo social devidas ao deslocamento no espaço tem sido objeto de inúmeros trabalhos tanto na sociologia quanto antropologia. No caso do Brasil, os estudos de migração se converteram em campo especial de reflexões dos cientistas sociais interessados em observar a formação de redes sociais, adaptações do migrante à vida urbana, trabalho etc., sempre dando relevo as continuidades e mudanças no âmbito do grupo estudado. No caso deste trabalho, o foco da análise, beneficiada por esta tradição bibliográfica, se volta contudo aos fatores internos que permitem ao grupo certa coesão social. Em outras palavras, meu interesse aqui diz respeito aos conteúdos das conexões socialmente estabelecidas entre as pessoas em situação de migração e que lhes permitem tanto a permanência na cidade quanto tornam (im) possível o retorno ao lugar de origem. A pesquisa foi realizada entre migrantes estabelecidos em Belém a aproximadamente 20 anos; investiguei suas atuais condições de vida na cidade, suas representações em torno de sua trajetória, além de pesquisa de campo em seus contextos de origem. As tendências encontradas neste caso particular apontam para uma valorização de laços sociais fundados em novas experiências da vida urbana que, conexa a uma "ideologia de retenção", tem resultado na persistência do grupo na cidade, uma vez que tomam a decisão de migrar.