Estudo sobre a alimentação da raia de água doce Plesiotrygon iwamae (Chondrichthyes: Potamotrygonidae) na baía do Marajó - Pará

• Autor(a) principal: Bragança, Alexandre José M.
• Data de Publicação: 2001
• Outros Autores: Barthem, Ronaldo B.
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2026
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA; Plesiotrygon iwamae; Chondrichthyes; Potamotrygonidae

As raias da família Potamotrygonidae compreendem as raias de água doce que vivem nos rios e lagos em várias regiões da América do sul e são encontradas ao longo de toda bacia amazônica. Elas estão agrupadas atualmente em três gêneros: Plesiotrygon, Potamotrygon e Paratrygon. O estudo sobre alimentação da espécie P. iwamae foi realizado com material coletado nos meses de maio, agosto, outubro e dezembro de 2000, nas ilhas de Colares e Cotijuba no estuário amazônico. Um total de 36 exemplares de P. iwamae foram capturados. Destas, duas raias ficaram intactas e foram depositadas na Coleção Ictiológica do Museu Paraense Emilio Goeldi, enquanto que as outras 34 tiveram seus estômagos analisados. Na análise do conteúdo estomacal os itens alimentares foram identificados até a menor categoria taxonômica possível e para cada item foram observadas as medidas de: Frequência de Ocorrência (%F.O.), Numérica (%N), de Peso (%P), Índice de Importância Relativa (%IRI), Índice de Repleção e de Digestão. Os resultados obtidos, de acordo com %IRl, indicam que estas raias alimentam-se de: camarões da família Palaemonidae (66,6%), tecido vegetal (liteira) (12,0%), peixe amuré da família Gobüdae (10,9%), siris da famílía Portunidae (8,8%), piolho d'água da família Sphaeromatidae (1,6%) e ovo de uricica (bagre) da família Ariidae (0,1%). O nível de repleção indicou que os estômagos estavam com conteúdo até a metade (50%) e o nível de digestão demonstrou que os itens alimentares estavam em sua maioria pouco digeridos. Os resultados indicam que estas raias têm preferência alimentar por camarões e peixes; haviam se alimentado pouco tempo antes de serem capturadas e provavelmente se alimentam entre os intervalos de marés, quando a correnteza é menor.