Perfil das dietas da ictiofauna dos igarapés da várzea estuarina da baía de Marajó – Pa

• Autor(a) principal: Mourão Jr., Moisés
• Data de Publicação: 1997
• Outros Autores: Barthem, Ronaldo Borges
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1757
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA; Ictiofauna; Alimentação

O ambiente de várzea estuarina sofre grande influência do nível diário das marés. Diferente das áreas de várzeas da Amazônia Central, que sofrem influência das elevações e secas do rio em um período mais extenso, seis meses. A ictiofauna, no estuário, muda nos diferentes períodos (i) cheia; (ii) transição e (iii) secados rios Tocantins e Amazonas; apresentando espécies exclusivamente du1ciaquícolas no período de cheia; estuarinas, residentes durante todo os períodos na área e marinhas que invadem o estuário no período da seca. Essa variação na distribuição das espécies, também se reflete no tipo de alimentação. Este estudo procurou caracterizar as estruturas tróficas das comunidades estuarinas ao longo das diferentes estações do ano. As amostragens foram feitas em três localidade ao longo da baía de Marajó, a saber: (a) Igarapé Sapucajuba, Belém-PA, porção mais interna da baía; (b) Igarapé Paracuri, Icoaraci-PA, porção intermediária da baía e (c) Igarapé Anuerá, Vigia- PA, porção mais externa da baía durante os meses de novembro de 1994 a dezembro de 1995. Os exemplares foram fixados, triados, identificados e depositados na coleção de peixes do MPEG. Os dados biométricos dos exemplares foram obtidos com um paquímetro de 0.5mm e na análise dos conteúdos estomacais foi utilizada uma lupa estereoscópica; utilizou-se uma escala subjetiva baseada no grau de repleção do estômago, com valores de 0- 100% de repleção do estômago. Os itens alimentares foram agrupados em 7 categorias alimentares. Obteve-se um total de 7.795 indivíduos distribuídos em 86 espécies, pertencentes a 34 famílias e 11 ordens. Analisaram-se os conteúdos estomacais de apenas 60 espécies deste total. Cerca de 30 espécies (63%) alimentavam-se basicamente de "invertebrados aquáticos", 10 espécies (17%) alimentavam-se de "matéria orgânica particularizada", 9 espécies (15 %) de "invertebrados terrestres", 2 espécies (3%) de "folhas e frutos de plantas terrestres", 1espécie piscívora. As espécies que se alimentavam de "invertebrados aquáticos" foram predominantes nos três períodos do ano, representando cerca de 67% da comunidade de peixes.