Estudo morfológico e estilístico da coleção Cunani.

• Autor(a) principal: Pacheco, Vinicius de Araújo
• Data de Publicação: 1995
• Outros Autores: Coirolo, Alicia Durán
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1637
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS; Morfologia; Cunani

O nosso plano de trabalho forma parte do projeto "A Microrregião do Oiapoque: Estudo Etnoarqueológico das Culturas do Cunani". A coleção foi descoberta no Monte Curu, região de Cunani, localizada na parte setentrional do Estado do Amapá, entre 2 00 e 320' de latitude norte e 5000' e 5140' de longitude oeste, pertencendo à Microrregião do Oiapoque. O estudo tem como objetivo analisar a morfologia e a estética dos motivos decorativos de 17 peças em cerâmica (atualmente pertencentes à coleção Aristé-Cunani do Museu Paraense Emílio Goeldi) encontradas no igarapé do Holanda, tributário esquerdo do rio Cunani, por Emílio Goeldi e Aureliano de Lima Guedes. A nível metodológico elaborou-se para descrição da cerâmica, uma ficha contendo itens relacionando as características da pasta, os aspectos morfológicos de cada peça e as técnicas e motivos decorativos. Em seguida, realizou-se a classificação das formas identificando-se duas grandes categorias: 1) os recipientes de forma aberta, onde estão incluídos: 1 bandeja, 1taça e 3 alguidares e 2) a dos recipientes de forma fechada, contendo 4 jarros, 6 vasos antropomorfos e 2 garrafões ou moringas (seguindo classificação de Balfet, Fauvet e Monzón). Como resultado da análise estilística, obteve-se um quadro com a nomenclatura dos motivos decorativos das peças, onde foram classificados cinco estilos diferentes: virgulares; volutas e gregas; bilineares, trilineares, e multilineares; xadrezes e zig-zags e variações onde estão incluídos os motivos zoomorfos e antropomorfos. O presente estudo contribui para o conhecimento da cerâmica de Cunani, observando além das particularidades funcionais, a parte dos rituais funerários desse grupo, que sepultava seus mortos em poços artificiais (em forma de bota) ocorrência única na arqueologia brasileira.