Hábito alimentar de anfíbios anuros do estado do Pará

• Autor(a) principal: Lima, Adriana de Cássia
• Data de Publicação: 1998
• Outros Autores: Galatti, Ulisses
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1795
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA; Anfíbio; Alimentação; Anura

Dias o hábito alimentar de 6 espécies de anfíbios anuros do Estado do Pará foi estudado através da análise de conteúdos estomacais de exemplares da Coleção Herpetológica do MPEG. O objetivo é contribuir ao conhecimento da história natural da anurofauna da região. O material examinado constituiu-se de espécimes preservados, procedentes em sua maioria da região de Carajás. A metodologia de análise dos conteúdos estomacais consistiu em dissecção ventral dos animais e análise do material ingerido sob esteremicroscópio, envolvendo a identificação (ao nível de ordem) e as medidas de tamanho, peso e número das presas. De 205 exemplares amostrados (de 17 espécies), apenas 96 tinham algum conteúdo em seus estômagos, de maneira que 6 espécies tiveram dados suficientes para uma descrição preliminar da dieta, com 14 exemplares amostrados de cada espécie, em média. As espécies da família Hylidae, Hyla multifasciata, Phyllomedusa hypocondrialis, Phrynohyas venulosa e Osteocephalus taurinos, de hábitos arborícolas, tiveram uma grande variedade de artrópodos em seus estômagos, sendo aqueles das ordens Orthoptera, Coleoptera, Hemiptera, Lepidoptera (larvas) e Araneae os mais importantes, constituindo juntos cerca de 70% da massa total de presas ingeri das por estômago, em média. Por outro lado, as duas espécies de hábitos rasteiros, que forrageiam no folhiço, Physalaemus ephippifer (Leptodactylidae) e Dendrobates galactonotus (Dendrobatidae) alimentaram-se basicamente de formigas e cupins (Hymenoptera e Isoptera, respectivamente), que em conjunto representaram cerca de 70% da massa total de presas ingeridas. O grande número de exemplares com o estômago vazio deve ter sido devido a estes estarem em atividade reprodutiva nas ocasiões de captura, quando normalmente se utilizam de reservas energéticas e diminuem a atividade alimentar. O aumento do número de espécimes e espécies examinadas deverá enfatizar a importância relativa da artropodofauna para os diferentes grupos de anfíbios anuros. Os resultados aqui apresentados sugerem ainda a importância das comunidades de anfíbios nas cadeias alimentares, através do seu presumível efeito sobre as populações de invertebrados.