Estudo sobre as tensões sociais na pesca artesanal: o caso da Vila de Beja/Abaetetuba-Pa

• Autor(a) principal: Rodrigues, José Edilson C.
• Data de Publicação: 2003
• Outros Autores: Furtado, Lourdes Gonçalves
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2141
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA; Pesca artesanal; Conflitos pesqueiros

Os estudos sobre conflitos em áreas costeiras, estuarinas e águas interiores da região amazônica, vem sendo assunto em trabalhos de pesquisa (Mello, 1995; Furtado, 1993). Seguindo a linha de pesquisa do Projeto RENAS "Recursos Naturais e Estratégias de Sustentabilidade", este trabalho, contribui para um estudo mais direcionado aos conflitos, através da observação, registro e descrição das tensões sociais presentes no contexto da Vila de Beja/Abaetetuba (PA). Através de um estudo etnográfico, trabalhos de campo, registros fotográficos, aplicação de questionários e uma revisão conceitual do ponto de vista do conflito e do território de sua ocorrência; registrou-se que alguns aspectos que caracterizam tais conflitos, segundo Gurr (1985) são: a) Duas ou mais partes são envolvidas; b) Empenham-se em atos de oposição recíproca; c) Usam comportamentos coercitivos, destinados a destruir, ferir, frustrar ou controlar seu(s) oponentes); d) Essas interações contenciosas são públicas; podendo ser detectada e reconhecida por observadores independentes. As relações de conflito envolvem tentativas de exercer controle sobre escassos recursos e de influenciar o comportamento em determinadas direções. Furtado, et all (1998), analisa "os conflitos da pesca traduzem-se por situações de antagonismo entre diferentes segmentos da sociedade local e de fora, que competem pela apropriação de recursos naturais e pela disputa da territorialidade". Assim, os atores que estão em estado de conflito são pescadores da Vila de Beja e de regiões próximas, e a baía do Capim se revela como área conflitante e apropriação dos recursos pesqueiros são as maiores causas do conflito. Esta situação está levando os pescadores da Vila a buscarem sua territorialidade, com objetivo de lutarem pelos seus direitos, pois o conflito tende a levar à organização dos grupos sociais (Martins, 1993). O que se observa nesta porção do estuário amazônico é um estado de conflito que vem se intensificando, podendo tomar maiores proporções em períodos futuros.