Os impactos industriais na pesca artesanal estuarina: o caso da Vila de Beja/Abaetetuba-PA

• Autor(a) principal: Rodrigues, José Edilson Cardoso
• Data de Publicação: 2002
• Outros Autores: Furtado, Lourdes Gonçalves
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2079
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA; Pesca artesanal; Industrias

O presente trabalho vem dar seguimento à pesquisa realizada na Vila de Beja desde agosto de 2000, através do Programa de Iniciação Científica - PIBIC.O estudo se insere na linha de pesquisa "Recursos naturais e estratégia de sustentabilidade" sob a orientação da Dra. Lourdes Gonçalves Furtado, no âmbito do Projeto RENAS/MPEG, e na vertente dos projetos RENAS IMEGAM/NAEA/UFPA. O trabalho objetiva apontar as mudanças oriundas das indústrias Albrás/Alunorte, situadas em Barcarena-PA, na Vila de Beja, bem como as alternativas apresentadas pelos pescadores para minimizar alguns problemas como a falta do pescado. Para o estudo etnográfico, foram realizadas entrevistas com os pescadores, registros fotográficos e orientações semanais. Utilizou-se GPS e cena de satélite Landsat - 7, Sensor ETM+ de 31/07/2000 para confecção do mapa vila. Como apoio teórico o trabalho buscou-se na Geografia cultural, Caul Sauer e na Antropologia Antônio Cândido, onde ambos trabalham o conceito de mudança. Registrou-se que a pesca na vila vem sendo mais praticada com redes e espinheis e sua importância é de subsistência familiar e local. Por não gerar lucros, muitos pescadores que vivem só da pesca, ficam impossibilitados de comprar ou manter os apetrechos que necessitam. As mudanças observadas na vila estão relacionadas com o crescente número de pescadores, ocasionando uma maior captura do pescado; o implemento de motores e de materiais de pesca mais resistentes por parte de alguns pescadores polivalentes, financiados por terceiros, promovendo a desigualdade entre o grupo. Neste contexto, para minimizar os problemas, os pescadores apontam medidas como: campanha de conscientização no uso de redes de pesca; fundação da associação de pescadores; construção de frigorífico; organizar projetos comunitários que vise o manejo adequado dos recursos naturais. Por fim, está ocorrendo na área da Vila de Beja, roubo de materiais de pesca; ausência de coleta de lixo e deposição indevida de areia na praia pela prefeitura local, contribuindo para o assoreamento do rio Capim, e afastamento do pescado.