Investigação e análise histórica dos engenhos de cana-de-açúcar amazônicos

• Autor(a) principal: Lima, André da Silva
• Data de Publicação: 1999
• Outros Autores: Marques, Fernando Luiz Tavares
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1882
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ARQUEOLOGIA; Engenho Murucutu; Cana-de-açúcar

Os engenhos de cana-de-açúcar são agroindústrias que se desenvolveram em todo o território nacional desde o início da colonização européia. Este trabalho é uma contribuição ao estudo dos engenhos do estuário amazônico, através da formulação de uma base histórica e arqueológica de informações referentes aos séculos XVII ao XIX, como forma de mostrar novos dados sobre produção,; cotidiano, além de investigar as reais causas do seu declínio enquanto agente de dominação econômica e social. Os manuscritos contidos no acervo do Arquivo Público do Pará e as obras publicadas de Viajantes e Naturalistas europeus, foram as fontes documentais mais ligadas ao campo de pesquisa da História investigadas. A nível da Arqueologia, foi analisada a cultura material proveniente de escavações feitas em 1986 na área da casa grande e capela do sítio Engenho Murutucu, localizado em Belém. Constatou-se que existem poucos documentos no Arquivo de Belém sobre essas propriedades, sendo estes basicamente oficiais. Deles obtivemos informações a respeito da captura de indígenas, fuga de escravos e formação de quilombos. Outras fontes referem-se a destruição de engenhos e fazendas, além da morte de alguns de seus moradores durante a Cabanagem. Vestígios arqueológicos, como louças de cozinha, pentes, moedas de diversos períodos, garrafas e botões resgatados do sítio Engenho Murutucu permitiram obter dados não revelados pelas documentações do Arquivo Público no que diz respeito, por exemplo, ao comércio existente entre a região e a Europa e da mesma com as províncias vizinhas, o cotidiano e a vida privada nos engenhos. Deste modo, podemos dizer que somente aliando a metodologia da Arqueologia e da História é que pode-se ter uma ideia geral de como era o modo de vida nos engenhos e mostrar qual a sua importância para o desenvolvimento político e econômico da região amazônica.