Infiltrado no Chan: economia e linguagem do ódio
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional PUC-Campinas |
Texto Completo: | http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15176 |
Resumo: | Este trabalho procura demonstrar como a chamada economia da atenção (WILLIAMS, 2018) e o extrativismo de dados (MOROZOV, 2017) atuam na subjetivação do indivíduo, que, em última instância, sofre um enfraquecimento da coletividade da língua e suas implicações simbólicas. Direcionamos esta pesquisa em torno do Dogolachan como ambiente de onde extraímos excertos de manifestações de discurso de ódio, entendendo que o fórum, uma vez anônimo e de difícil acesso, possui caráter confessional para seus sujeitos. Para tanto, nos aprofundamos na conceituação de um sujeito conhecido como incel e como suas frustrações são agenciadas pelos algoritmos de recomendação das redes sociais, afiliando-se assim a outros sujeitos com dores comuns. Utilizamos a simbologia da “Red Pill”, uma metáfora para uma série de discursos misóginos compartilhados pelos incels e pela Alt-Right, para exemplificar como funcionam os mecanismos de recomendação de conteúdo que grandes empresas de tecnologia como Google, Facebook e Twitter atuam. Conceituamos um percurso epistemológico chamado de “solipsismo linguístico” para apontar a exclusão sistemática do outro por vias da língua. Este percurso metodológico nos levou à Análise de Discurso de tradição pêcheuxtiana, que considera seu objeto, o discurso, como “o lugar teórico em que se imbricam todas suas grandes questões sobre a língua, a história e o sujeito” (MALDIDIER, 2003, p.15). Ao final do trabalho, apontamos que o atual modelo de extração de dados e de recomendação de publicidade direcionada adotados pelas grandes empresas de tecnologia têm contribuído para dificultar a efetiva inserção dos sujeitos na cotidianidade, segundo os termos de Agnes Heller (2011). |
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