Literatura, memória e imaginação: as crianças e a leitura de histórias na educação infantil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional PUC-Campinas |
Texto Completo: | http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15428 |
Resumo: | Trata-se de uma pesquisa sobre o trabalho com a literatura infantil cujo objetivo geral é investigar o que as crianças de 5 a 6 anos têm a dizer a partir das leituras de histórias realizadas pela bibliotecária e pela professora, numa turma de Educação Infantil. A partir deste, foram delineados os seguintes objetivos específicos: (i) investigar as influências e contribuição da mediação do adulto no desenvolvimento psíquico das crianças, no trabalho com a literatura infantil na Educação Infantil; (ii) analisar o que as crianças têm a dizer a partir das leituras de histórias, identificando tendências. Como procedimentos metodológicos foram utilizados: entrevista semiestruturada com a professora e com a bibliotecária; observação das leituras realizadas pela bibliotecária e professora; e entrevistas semiestruturadas coletivas (com grupos de dois a cinco participantes) com as crianças após as leituras. Tanto as entrevistas quanto as observações foram vídeo-filmadas a fim de termos a possibilidade de retornar as cenas identificando gestos que acompanham falas ou mesmo conversas menos nítidas no momento da ida a campo, e que as gravações conservam. No total obtivemos para análise: três momentos de conversa/entrevista com a bibliotecária e uma entrevista com a professora; nove vídeo-filmagens das leituras realizadas; 18 entrevistas com os grupos de crianças; e 49 desenhos produzidos pelas crianças durante as entrevistas. O material empírico foi analisado qualitativamente, com embasamento na teoria Histórico-cultural, com foco nos conceitos da imaginação e da memória como funções psíquicas superiores em desenvolvimento nas crianças e constituídas socialmente. Foram utilizados como eixos de análise das entrevistas com as crianças, bem como das observações das leituras: as narrativas produzidas pelas crianças que recontavam a história; discussões nas quais os participantes colocavam seus pontos de vista; relatos de experiência; e narrativas inventadas. Ao final das análises pudemos perceber que o recontar da história não se fazia individualmente com cada criança, mas sim era construído por uma memória coletiva de cada grupo de crianças entrevistadas. Pudemos notar também que momentos pós-leitura, nos quais o livro ainda é material de exploração e a imaginação é instigada e permitida, são importantes para a (re)significação e apropriação que as crianças fazem do texto. Além disso, pode-se perceber que ideias criativas, nas quais as crianças buscavam incorporar novos elementos à história, tornaram-se cada vez mais frequentes com o decorrer das entrevistas. Destacamos ainda que as mediações dos adultos - a professora, a bibliotecária, a pesquisadora - em cada uma das situações vivenciadas pelas crianças participantes da pesquisa, solicitam, estimulam e legitimam diferentes enunciados e comportamentos das crianças, contribuindo de maneiras distintas para o desenvolvimento psicológico infantil. Foi possível constatar que a mediação do adulto, o modo como ele lida com o texto e conduz a leitura pode contribuir mais positivamente ou menos na constituição da memória e da imaginação das crianças, incentivando-as a criarem ou a, prioritariamente, reproduzirem. |
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Como procedimentos metodológicos foram utilizados: entrevista semiestruturada com a professora e com a bibliotecária; observação das leituras realizadas pela bibliotecária e professora; e entrevistas semiestruturadas coletivas (com grupos de dois a cinco participantes) com as crianças após as leituras. Tanto as entrevistas quanto as observações foram vídeo-filmadas a fim de termos a possibilidade de retornar as cenas identificando gestos que acompanham falas ou mesmo conversas menos nítidas no momento da ida a campo, e que as gravações conservam. No total obtivemos para análise: três momentos de conversa/entrevista com a bibliotecária e uma entrevista com a professora; nove vídeo-filmagens das leituras realizadas; 18 entrevistas com os grupos de crianças; e 49 desenhos produzidos pelas crianças durante as entrevistas. O material empírico foi analisado qualitativamente, com embasamento na teoria Histórico-cultural, com foco nos conceitos da imaginação e da memória como funções psíquicas superiores em desenvolvimento nas crianças e constituídas socialmente. Foram utilizados como eixos de análise das entrevistas com as crianças, bem como das observações das leituras: as narrativas produzidas pelas crianças que recontavam a história; discussões nas quais os participantes colocavam seus pontos de vista; relatos de experiência; e narrativas inventadas. Ao final das análises pudemos perceber que o recontar da história não se fazia individualmente com cada criança, mas sim era construído por uma memória coletiva de cada grupo de crianças entrevistadas. Pudemos notar também que momentos pós-leitura, nos quais o livro ainda é material de exploração e a imaginação é instigada e permitida, são importantes para a (re)significação e apropriação que as crianças fazem do texto. Além disso, pode-se perceber que ideias criativas, nas quais as crianças buscavam incorporar novos elementos à história, tornaram-se cada vez mais frequentes com o decorrer das entrevistas. Destacamos ainda que as mediações dos adultos - a professora, a bibliotecária, a pesquisadora - em cada uma das situações vivenciadas pelas crianças participantes da pesquisa, solicitam, estimulam e legitimam diferentes enunciados e comportamentos das crianças, contribuindo de maneiras distintas para o desenvolvimento psicológico infantil. Foi possível constatar que a mediação do adulto, o modo como ele lida com o texto e conduz a leitura pode contribuir mais positivamente ou menos na constituição da memória e da imaginação das crianças, incentivando-as a criarem ou a, prioritariamente, reproduzirem.This is a survey about working with children's literature whose general objective is to investigate what children 5-6 years have to say from the readings of stories carried by the librarian and the teacher in Early Childhood Education class. From this, the following specific objectives were outlined: (i) investigate the influences and adult mediation contribution in the psychological development of children, working with children's literature in kindergarten; (Ii) analyze what children have to say from reading stories, identifying trends. As methodological procedures were used: semi-structured interviews with the teacher and the librarian; observation of the readings made by the librarian and teacher; collective and semi-structured interviews (with groups of two to five participants) with the children after the readings. Both the interviews and the observations were video-filmed in order to have the possibility of returning the scenes identifying gestures accompanying speech or even less clear conversations at the time of going to the field, and that the recordings preserved. In total we obtained for analysis: three moments of conversation / interview with the librarian and an interview with the teacher; nine video footage of readings taken; 18 interviews with groups of children; and 49 drawings produced by children during interviews. The empirical material was analyzed qualitatively, with basis in historical-cultural theory, focusing on the concepts of imagination and memory as psychic functions superiors in development in children and socially constituted. They were used as axes of analysis of the interviews with the children, and the observations of the readings: the narratives produced by children who retold the story; discussions in which participants put their views; experience reports; and invented narratives. At the end of the analysis we realized that the retelling of the story was not individually with each child, but rather was built by a collective memory of each group of children interviewed. We also note that post-reading moments in which the book is still holding material and imagination is instigated and allowed, are important to (re) signification and appropriation that children make the text. Moreover, one can realize that creative ideas, in which the children sought to incorporate new elements to the story, have become increasingly frequent over the interviews. We also point out that adults of mediations - the teacher, the librarian, the researcher - in each of the situations experienced by children participants, solicit, encourage and legitimize different statements and behavior of children, contributing in different ways to the children's psychological development. It was found that adult mediation, the way it handles text and leads reading can contribute more positively or less in the formation of memory and imagination of children, encouraging them to create or primarily reproduce.PUC-CampinasRocha, Maria Silvia Pinto de Moura Librandi daPontifícia Universidade Católica de CampinasBrito, Larissa Elizabeth de Barros2022-02-16T18:14:26Z2022-02-16T18:14:26Z2016-02-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/154281919443702776600porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional PUC-Campinasinstname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)instacron:PUC_CAMP2022-09-02T14:36:24Zoai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/15428Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/oai/requestsbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.bropendoar:2022-09-02T14:36:24Repositório Institucional PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)false |
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