O que se faz e o que se diz: auto-relatos emitidos por terapeutas comportamentais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Wilton de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional PUC-Campinas
Texto Completo: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15640
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de verificar as relações entre os auto-relatos emitidos por terapeutas comportamentais sobre seus próprios comportamentos na interação com seus clientes e os respectivos comportamentos que de fato ocorreram. Como sujeitos da pesquisa foram selecionados três terapeutas analítico-comportamentais com tempo de experiência distintos (seis meses Ta, cinco anos Tb, e oito anos Tc). Cada terapeuta atendeu três clientes (uma sessão cada), de modo a perfazer um total de nove sessões que foram filmadas e transcritas integralmente, das quais foram selecionados os episódios em que os terapeutas emitiram comportamentos na relação com seus clientes. Dos antecedentes de tais episódios foram formuladas questões para coletar os auto-relatos. Sete dias após a sessão o entrevistador aplicou um questionário que continha questões sobre o que o terapeuta fez ou falou durante a interação com o cliente. Diferente das duas primeiras, pouco antes da entrevista, cada terapeuta assistiu a filmagem da terceira sessão. Com base em tabelas que continham as perguntas feitas para os participantes, os auto-relatos emitidos em respostas às perguntas, e a transcrição literal do episódio de atuação correspondente ao auto-relato, três juizes independentes avaliaram os auto-relatos tendo em vista as categorias baseadas nos operantes verbais: Tatos Autodescritivos (TA), Tatos Auto-descritivos Distorcidos (TAD), Tatos Auto-descritivos Parcialmente Distorcidos (TAPD) e Tatos Auto-descritivos Outros (TAO). Os resultados obtidos indicaram prevalência das categorias TAD e TAPD. A Ta apresentou os índices mais elevados de distorções nos auto-relatos, sendo seguida pela Tb: ambas apresentaram freqüências de desempenhos instáveis; a Tc apresentou os menores índices de distorções e o desempenho mais estável, além de ser a única que afirmou não se lembrar do que fez ou falou na sessão (TAO). A seqüência de melhora de desempenho tendo em vista principalmente a diminuição de auto-relatos distorcidos das terapeutas segue a seqüência do tempo de experiência. Auto-relatos avaliados como TA apresentam alto grau de correspondência nos três terapeutas. Observa-se indícios de esquiva de afirmações sobre o não lembrar do que foi feito por provável aumento de função aversiva na emissão de tal resposta. Os auto-relatos coletados no presente trabalho indicaram altas incidências de imprecisão e exemplos de alto grau de precisão, quando comparado o auto-relato do terapeuta com o descrito do que fez ou falou na sessão. Estes resultados corroboram a teoria analítico-comportamental em dois sentidos: auto-relatos sobre o passado tendem a ser imprecisos ou, por outro lado, podem diante de determinadas contingências de reforçamento apresentar alto grau de precisão.
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spelling O que se faz e o que se diz: auto-relatos emitidos por terapeutas comportamentaisWhat s doing and sayng: self-reports emitted by behavior therapistsauto-relatotato auto-descritivoterapia comportamentalself-reportself-description tactbehavior therapyO presente trabalho tem o objetivo de verificar as relações entre os auto-relatos emitidos por terapeutas comportamentais sobre seus próprios comportamentos na interação com seus clientes e os respectivos comportamentos que de fato ocorreram. Como sujeitos da pesquisa foram selecionados três terapeutas analítico-comportamentais com tempo de experiência distintos (seis meses Ta, cinco anos Tb, e oito anos Tc). Cada terapeuta atendeu três clientes (uma sessão cada), de modo a perfazer um total de nove sessões que foram filmadas e transcritas integralmente, das quais foram selecionados os episódios em que os terapeutas emitiram comportamentos na relação com seus clientes. Dos antecedentes de tais episódios foram formuladas questões para coletar os auto-relatos. Sete dias após a sessão o entrevistador aplicou um questionário que continha questões sobre o que o terapeuta fez ou falou durante a interação com o cliente. Diferente das duas primeiras, pouco antes da entrevista, cada terapeuta assistiu a filmagem da terceira sessão. Com base em tabelas que continham as perguntas feitas para os participantes, os auto-relatos emitidos em respostas às perguntas, e a transcrição literal do episódio de atuação correspondente ao auto-relato, três juizes independentes avaliaram os auto-relatos tendo em vista as categorias baseadas nos operantes verbais: Tatos Autodescritivos (TA), Tatos Auto-descritivos Distorcidos (TAD), Tatos Auto-descritivos Parcialmente Distorcidos (TAPD) e Tatos Auto-descritivos Outros (TAO). Os resultados obtidos indicaram prevalência das categorias TAD e TAPD. A Ta apresentou os índices mais elevados de distorções nos auto-relatos, sendo seguida pela Tb: ambas apresentaram freqüências de desempenhos instáveis; a Tc apresentou os menores índices de distorções e o desempenho mais estável, além de ser a única que afirmou não se lembrar do que fez ou falou na sessão (TAO). A seqüência de melhora de desempenho tendo em vista principalmente a diminuição de auto-relatos distorcidos das terapeutas segue a seqüência do tempo de experiência. Auto-relatos avaliados como TA apresentam alto grau de correspondência nos três terapeutas. Observa-se indícios de esquiva de afirmações sobre o não lembrar do que foi feito por provável aumento de função aversiva na emissão de tal resposta. Os auto-relatos coletados no presente trabalho indicaram altas incidências de imprecisão e exemplos de alto grau de precisão, quando comparado o auto-relato do terapeuta com o descrito do que fez ou falou na sessão. Estes resultados corroboram a teoria analítico-comportamental em dois sentidos: auto-relatos sobre o passado tendem a ser imprecisos ou, por outro lado, podem diante de determinadas contingências de reforçamento apresentar alto grau de precisão.The objective of the study is to verify the relations of the self-reports emitted by behavior therapists about their own behavior in the interaction with their clients and the respective behaviors that in fact had occurred. Three behavior therapists with different time of experience were selected to the research (Six months Ta, five years Tb and eight years Tc). Each therapist took care of three clients (a session each), and a total of nine sessions had been filmed and transcribed integrally. Episodes where the therapists had emitted behaviors in the relation with its clients were selected. Questions about the antecedents of such episodes had been formulated to collect the self-reports. Seven days after the session the interviewer applied the questionnaire. Different from the first two, a little before the interview, each therapist attended the film in the third session. Based on the tables with the questions for the therapists, the answers to the questions, and the literal transcription of the episode of corresponding performance to the self-report. Three independent judges had evaluated the self-reports in order to categorize in the verbal operant categories: Self-Descriptions Tact (TA), Distorted Self-descriptions Tact (TAD), Partially distorted Self-Descriptions Tact (TAPD) and Other Self-Descriptions Tact (TAO). The results indicated a prevalence of categories TAD and TAPD. Ta presented the highest indexes of distortion of the self-reports followed by the Tb. Both had presented frequencies of unstable performances. Therapist c presented the smallest indexes of distortions and the most steady performance, besides being the only one that said that didn´t remind what had been done or spoken in the session. The sequence of improvement of performance in view speciality the reduction of distorted self-reports of the therapists follows the sequence of the experience time. Ta presented high degree of correspondence in the three therapists. There are indications of avoidance in affirmations on not remembering of what had been done by probable increase of aversive function in the emission of such answer. The self-reports collected in the present study indicate high incidences of imprecision and examples of high degree of precision. These two-way results corroborate the behavior theory: self-reports on the past tend to be inexact or, on the other hand, they can ahead of determined reinforcing contingencies to present high degree of precision.PUC-CampinasAmaral, Vera Lucia Adami Raposo doPontifícia Universidade Católica de CampinasOliveira, Wilton de2022-02-16T18:39:55Z2022-02-16T18:39:55Z2008-05-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15640porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional PUC-Campinasinstname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)instacron:PUC_CAMP2022-09-02T14:36:59Zoai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/15640Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/oai/requestsbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.bropendoar:2022-09-02T14:36:59Repositório Institucional PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)false
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