Relações entre risco psicossocial familiar, coping do tratamento da obesidade infantil e controle parental da alimentação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Kainara Silva da
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional PUC-Campinas
Texto Completo: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16330
Resumo: O sobrepeso e a obesidade infantil vêm crescendo de forma significativa, e estudos apontam à participação da família como crucial para atingir um tratamento eficaz, pelo fato da mesma ser a principal fonte de influência da criança. Este estudo analisou algumas variáveis parentais relacionadas à adesão ao tratamento do sobrepeso/obesidade (SOB) dos filhos com idade entre cinco e 11 anos, como os riscos psicossociais da família, o padrão de controle alimentar, os estressores e as estratégias de enfrentamento do tratamento ambulatorial de Pediatria e Endocrinologia de um hospital universitário. Participaram 19 familiares, a maioria mães de crianças com obesidade. Os participantes tinham 37 anos, em média, sendo a maioria casada ou em relação estável, e apresentavam também obesidade. Responderam individualmente os instrumentos: Ficha de Caracterização do Participante para Pesquisa; Instrumento de Avaliação Psicossocial (PAT 2.0), Questionário de Práticas Alimentares (CFPQ) e Protocolo de Enfrentamento Parental do Sobrepeso/Obesidade Infantil, especialmente elaborado para o estudo, com base na Teoria Motivacional do Coping. Para medidas de peso e altura, foram usados uma balança portátil e estadiômetro. Os resultados mostram que todas as famílias estão em risco psicossocial, especialmente as mães solteiras. A maioria das famílias foi indicada para intervenção profissional, como Alvo (52,6%) e Clínico (21,1%). O maior risco diferenciou as famílias na média geral do PAT 2.0 e especialmente em relação ao suporte social, problemas na estrutura familiar e recursos, problemas na família e com a criança. Constatou-se uma relação positiva e moderada-alta entre a atividade física da mãe e do filho. A prática parental de controle da alimentação relatada é de incentivo à experimentação e consumo saudável, e à restrição de escolha quantitativa e qualitativa de alimentos; mas famílias em risco psicossocial “clínico” usam mais a comida como recompensa. Quanto maior o risco psicossocial, menor é o envolvimento da criança com as refeições em família. Os estressores mais frequentes são o controle alimentar. Esses cuidadores lidam com a obesidade do filho com estratégias enfrentamento mais adaptativas, como: Autoconfiança, Busca de Suporte, Busca de Informação e Resolução de Problemas. Contudo, observou-se correlações significativas entre maior risco psicossocial e coping mal adaptativo de Oposição, como uma reação a uma percepção de ameaça à necessidade de autonomia do cuidador. As reações emocionais mais comuns são de tristeza e medo, havendo correlações entre reações de raiva e tristeza, indicando que o afeto negativo é a base do enfrentamento dos cuidadores, dificultando a resolução do problema e a adesão ao tratamento. Todos os participantes da amostra estão em risco psicossocial familiar, mas diferenciados quanto ao risco, indicativo da necessidade de intervenções específicas. Os resultados do estudo fornecem subsídios para uma intervenção direcionada às características psicossociais, emocionais e de enfrentamento do tratamento da obesidade pelas famílias.
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Os participantes tinham 37 anos, em média, sendo a maioria casada ou em relação estável, e apresentavam também obesidade. Responderam individualmente os instrumentos: Ficha de Caracterização do Participante para Pesquisa; Instrumento de Avaliação Psicossocial (PAT 2.0), Questionário de Práticas Alimentares (CFPQ) e Protocolo de Enfrentamento Parental do Sobrepeso/Obesidade Infantil, especialmente elaborado para o estudo, com base na Teoria Motivacional do Coping. Para medidas de peso e altura, foram usados uma balança portátil e estadiômetro. Os resultados mostram que todas as famílias estão em risco psicossocial, especialmente as mães solteiras. A maioria das famílias foi indicada para intervenção profissional, como Alvo (52,6%) e Clínico (21,1%). O maior risco diferenciou as famílias na média geral do PAT 2.0 e especialmente em relação ao suporte social, problemas na estrutura familiar e recursos, problemas na família e com a criança. Constatou-se uma relação positiva e moderada-alta entre a atividade física da mãe e do filho. A prática parental de controle da alimentação relatada é de incentivo à experimentação e consumo saudável, e à restrição de escolha quantitativa e qualitativa de alimentos; mas famílias em risco psicossocial “clínico” usam mais a comida como recompensa. Quanto maior o risco psicossocial, menor é o envolvimento da criança com as refeições em família. Os estressores mais frequentes são o controle alimentar. Esses cuidadores lidam com a obesidade do filho com estratégias enfrentamento mais adaptativas, como: Autoconfiança, Busca de Suporte, Busca de Informação e Resolução de Problemas. Contudo, observou-se correlações significativas entre maior risco psicossocial e coping mal adaptativo de Oposição, como uma reação a uma percepção de ameaça à necessidade de autonomia do cuidador. As reações emocionais mais comuns são de tristeza e medo, havendo correlações entre reações de raiva e tristeza, indicando que o afeto negativo é a base do enfrentamento dos cuidadores, dificultando a resolução do problema e a adesão ao tratamento. Todos os participantes da amostra estão em risco psicossocial familiar, mas diferenciados quanto ao risco, indicativo da necessidade de intervenções específicas. Os resultados do estudo fornecem subsídios para uma intervenção direcionada às características psicossociais, emocionais e de enfrentamento do tratamento da obesidade pelas famílias.Child overweight and obesity have been growing at a significant rate, and studies point towards family participation as crucial to reach an efficient treatment, by its virtue as the main influence on the child. This study analyzed a few parental variables related to adherence to overweight/obesity (OOB) treatment of children between 5 and 11 years, such as the family’s psychosocial risk, feeding control standards, the stressors and the strategies for coping with Pediatrics and Endocrinology outpatient treatment of a university teaching hospital. There were 19 participants, most of them mothers of children with obesity. The participants had 37 years on average, and most were married or in a stable relationship, and also presented obesity. They individually answered these instruments: Research Participant Characterization Form, Psychosocial Assessment Tool (PAT2.0), Comprehensive Feeding Practices Questionnaire (CPFQ), and Parental Coping Protocol for Child Overweight/Obesity, specially elaborated for the study, based on Coping Motivational Theory. For weight and height measurements, the instruments used were a portable scale and a stadiometer. The results show that all families are at psychosocial risk, especially the single mothers. Most families were forwarded to professional interventions, such as Targeted (52,6%) and Clinical (21,1%). The biggest risk set families apart at the average PAT2.0 score and especially with regards to social support, problems in family structure and resources, and problems in the family and with the child. A positive, moderate-to-high relation between the mother’s physical activity and the child’s was observed. Reported parental practice of feeding control was one of incitement towards experimentation and healthy consumption, and towards quantitative and qualitative restriction of food choices; although families at “clinical” psychosocial risk use food as reward more often. The bigger the psychosocial risk, the less the child is involved in family meals. The most common stressor is feeding control. Those guardians deal with child obesity with more adaptive coping strategies, such as: Self-Confidence, Support-Seeking, Information-Seeking and Problem Resolution. However, significant correlations between higher psychosocial risk and maladaptive Opposition coping were observed, such as a reaction to a perceived threat to the guardian’s need for autonomy. The most common emotional reactions are sadness and fear, with correlations between reactions of anger and sadness, indicating that negative affect is the coping basis of the guardians, making problem resolution and adherence to treatment more difficult. All sample participants are at psychosocial risk, but set apart by risk, indicating a necessity of specific interventions. The study results provide information for an intervention directed by social, emotional and coping characteristics of the families’ obesity treatment.Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPqPontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC CampinasPUC-CampinasEnumo, Sônia Regina FiorimPontifícia Universidade Católica de CampinasCunha, Kainara Silva da2022-02-18T15:52:42Z2022-02-18T15:52:42Z2017-02-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/163301155015103565192porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional PUC-Campinasinstname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)instacron:PUC_CAMP2022-09-02T14:36:42Zoai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/16330Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/oai/requestsbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.bropendoar:2022-09-02T14:36:42Repositório Institucional PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)false
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