Processos de estresse-coping e saúde mental positiva na pandemia de covid-19: um estudo longitudinal com adultos.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vicentini, Eliana Cristina Chiminazzo
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional PUC-Campinas
Texto Completo: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16720
Resumo: A pandemia de COVID-19 impactou a saúde mental das pessoas, tanto pelas ameaças à saúde e à vida, quanto pelos riscos que representou à satisfação das necessidades psicológicas básicas (NPB) de competência, autonomia e de relacionamento. Este estudo analisou o processo de estresse-coping da pandemia de COVID-19, considerando como desfecho os indicadores de saúde mental positiva, em uma amostra de adultos brasileiros, durante o ano de 2020, para compreender como estes lidaram com o estresse, segundo a Teoria Motivacional do Coping e as concepções de saúde mental positiva. Para isso, foi realizada uma pesquisa longitudinal, com quatro coletas de dados online, aplicando-se um questionário com questões sociodemográficas e questões abertas, e cinco instrumentos: a Escala de Satisfação das Necessidades Psicológicas Básicas, a Escala de Vitalidade Subjetiva, a Escala de Saúde Mental Positiva e uma questão sobre Satisfação com a Vida. A primeira coleta ocorreu antes da pandemia, com 345 participantes antes da aplicação dos critérios de exclusão (48% na faixa etária de 35-55 anos; 60% possuía curso de pós-graduação), servindo como linha de base. Na da segunda, terceira e quarta coletas (n = 79; n = 51; n = 53), foi acrescentada a Escala COPE-COVID-19, desenvolvida para este estudo para avaliar o estresse e seu enfrentamento, considerando seis famílias de coping adaptativas (Confortar-se, Busca de apoio, Resolução de problemas, Busca de informações, Acomodação e Negociação) e seis mal-adaptativas (Delegação, Isolamento social, Desamparo, Fuga, Submissão e Oposição). Foram feitas análises descritivas e de correlações, com o coeficiente de Spearman e path analysis, e análise de redes. A situação mais estressante foi “A forma como o governo está lidando com a pandemia” e as famílias de coping utilizadas referiam-se ao processo adaptativo de coordenar ações com as contingências do ambiente, ajustando suas ações para ser efetivo através da resolução de problemas e buscando mais informações sobre a situação. Além disso, estratégias menos utilizadas sugerem que os participantes não sentiram ser possível conseguir apoio social, nem delegar, usando recursos dos outros. A saúde mental positiva se manteve estável ao longo do ano, ao contrário do esperado, relatado na literatura. Assim, hipotetizou-se a atuação de fatores protetivos, com destaque para o uso do coping adaptativo, maior nível educacional e disponibilidade financeira. Os resultados corroboraram os pressupostos da Teoria Motivacional do Coping mostrando correlações positivas entre o coping adaptativo e os indicadores de SMP, bem como uma forte correlação negativa entre o coping adaptativo e o mal-adaptativo. A aplicabilidade desses resultados para futuras intervenções sugere, no nível intrapessoal, o investimento na ampliação de repertórios de coping e, no nível social e institucional um maior investimento nos fatores protetivos: maiores níveis educacionais, informações e orientações consistentes, e segurança financeira durante períodos críticos como uma pandemia.
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Para isso, foi realizada uma pesquisa longitudinal, com quatro coletas de dados online, aplicando-se um questionário com questões sociodemográficas e questões abertas, e cinco instrumentos: a Escala de Satisfação das Necessidades Psicológicas Básicas, a Escala de Vitalidade Subjetiva, a Escala de Saúde Mental Positiva e uma questão sobre Satisfação com a Vida. A primeira coleta ocorreu antes da pandemia, com 345 participantes antes da aplicação dos critérios de exclusão (48% na faixa etária de 35-55 anos; 60% possuía curso de pós-graduação), servindo como linha de base. Na da segunda, terceira e quarta coletas (n = 79; n = 51; n = 53), foi acrescentada a Escala COPE-COVID-19, desenvolvida para este estudo para avaliar o estresse e seu enfrentamento, considerando seis famílias de coping adaptativas (Confortar-se, Busca de apoio, Resolução de problemas, Busca de informações, Acomodação e Negociação) e seis mal-adaptativas (Delegação, Isolamento social, Desamparo, Fuga, Submissão e Oposição). Foram feitas análises descritivas e de correlações, com o coeficiente de Spearman e path analysis, e análise de redes. A situação mais estressante foi “A forma como o governo está lidando com a pandemia” e as famílias de coping utilizadas referiam-se ao processo adaptativo de coordenar ações com as contingências do ambiente, ajustando suas ações para ser efetivo através da resolução de problemas e buscando mais informações sobre a situação. Além disso, estratégias menos utilizadas sugerem que os participantes não sentiram ser possível conseguir apoio social, nem delegar, usando recursos dos outros. A saúde mental positiva se manteve estável ao longo do ano, ao contrário do esperado, relatado na literatura. Assim, hipotetizou-se a atuação de fatores protetivos, com destaque para o uso do coping adaptativo, maior nível educacional e disponibilidade financeira. Os resultados corroboraram os pressupostos da Teoria Motivacional do Coping mostrando correlações positivas entre o coping adaptativo e os indicadores de SMP, bem como uma forte correlação negativa entre o coping adaptativo e o mal-adaptativo. A aplicabilidade desses resultados para futuras intervenções sugere, no nível intrapessoal, o investimento na ampliação de repertórios de coping e, no nível social e institucional um maior investimento nos fatores protetivos: maiores níveis educacionais, informações e orientações consistentes, e segurança financeira durante períodos críticos como uma pandemia.The COVID-19 pandemic affected people's mental health, representing threats to health and life, as well as risks to the satisfaction of basic psychological needs (BPN) of Competence, Autonomy and Relatedness. This study analyzed the stress-coping process of the COVID-19 pandemic, considering positive mental health as an outcome, in a sample of Brazilian adults, during 2020, to understand how they dealt with stress, according to the Motivational Theory of Coping and Positive Mental Health. A longitudinal research was carried out, with four data collections. Wave 1 was before the pandemic, with 345 participants (48% in the age group of 35-55 years old; 60% with postgraduate degree), serving as the baseline. All waves were online, and participants responded to a questionnaire with sociodemographic and open questions, and five measures: Balanced Measure of Psychological Needs Scale; Subjective Vitality Scale; Positive Mental Health Scale; and a question about Life Satisfaction. At waves 2, 3 and 4 (n = 79; n = 51; n = 53), the COPE-COVID-19 scale was added, which was developed for this study to assess stress and coping, considering six adaptive coping families (Problem-solving, Information-seeking, Support-seeking, Self-comforting, Accommodation, and Negotiation) and six maladaptive (Helplessness, Escape, Delegation, Social isolation, Submission, and Opposition). Descriptive and correlation analyses were performed with Spearman coefficient, path analysis, and network analysis. The most stressful situation was "The way the government is dealing with the pandemic" and the coping families used referred to the adaptive process of coordinating actions with the environmental contingencies, adjusting their actions to be effective through problem solving and seeking more information about the situation. Moreover, less used strategies suggest that the participants did not feel it was possible to obtain social support, nor delegate, using resources from others. The results corroborate the assumptions of the Motivational Theory of Coping, with positive correlations between adaptive coping and positive mental health, as well as a strong negative correlation between adaptive and maladaptive coping. Positive mental health markers remained positive and stable throughout the year, suggesting the action of protective factors, such as adaptive coping, higher educational level and financial availability. The applicability of these results for future interventions suggests, at the intrapersonal level, enhancing coping repertoires and, at the social and institutional level, a greater investment in protective factors: higher educational levels, consistent information and guidance, and financial security during critical periods such as a pandemic.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)001Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)Enumo, Sônia Regina FiorimPontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)Vicentini, Eliana Cristina Chiminazzo2023-02-14T12:33:43Z2023-02-14T12:33:43Z2022-12-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/167203862923933431181porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional PUC-Campinasinstname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)instacron:PUC_CAMP2023-02-14T12:33:43Zoai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/16720Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/oai/requestsbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.bropendoar:2023-02-14T12:33:43Repositório Institucional PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)false
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