Dor de cabeça em adolescentes: estratégias de enfrentamento e qualidade de vida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mascella, Vivian
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional PUC-Campinas
Texto Completo: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15593
Resumo: A adolescência é um período do desenvolvimento em que ocorrem transformações físicas, emocionais e sociais, tornando o adolescente exposto ao estresse. Este tem como um dos sintomas as queixas de dor de cabeça, que são fator de risco para quadros psicopatológicos, absenteísmo escolar e dificuldades nos relacionamentos, afetando a qualidade de vida. Esta pesquisa analisou os eventos estressores e seu enfrentamento em suas relações com a qualidade de vida, em adolescentes com queixas de dor de cabeça. Participaram 54 adolescentes (85,19% meninas), com 14 a 18 anos, cursando o final do Ensino Fundamental e o Ensino Médio em uma escola pública de Sorocaba-SP. Foram aplicados na sala de aula os instrumentos: a) para caracterização da amostra - Questionário de Queixa de Dor de Cabeça; Protocolo de Entrevista de Caracterização, especialmente elaborado; e Critério de Classificação Econômica Brasil; b) para identificação de estressores da adolescência: Adolescent Perceived Events Scale (APES); c) para avaliação do enfrentamento de situações estressantes da adolescência: Escala de Coping (EC), com 12 famílias de coping, segundo a Teoria Motivacional do Coping; d) para análise dos estressores da dor de cabeça e seu enfrentamento: Responses to Stress Questionnaire – Headache (RSQ-H), com validação linguística autorizada pelos autores; e) para avaliação da qualidade de vida: Quality of Life Headache - Youth Questionnaire (QLH-Y). Foram feitas análises estatísticas descritivas, de comparações entre grupos e de correlações, além de análise de redes. Houve prevalência de dores diárias em 42,59% da amostra e várias vezes por semana em 29,63%, com crises associadas a gatilhos emocionais, como sentir-se ansioso e ter preocupações. Os resultados mostraram que as meninas apresentaram: a) maior percepção de estressores bons e ruins (APES); b) Coping de Engajamento Involuntário, Ruminação, Excitação Emocional e Interferência Cognitiva (RSQ-H); c) menos Força Vital e mais Depressão (QLH-Y). A dor de cabeça diária estava relacionada a: a) situações estressoras da adolescência (APES), coping mal adaptativo, Isolamento e Desamparo (EC); b) maior quantidade de estressores da dor de cabeça (RSQ-H); c) Coping de Desengajamento e Evitação (RSQ-H); d) Depressão (QLH-Y). Os adolescentes em atendimento médico apresentaram mais: a) enfrentamento positivo da dor de cabeça, com Regulação Emocional, Expressão Emocional, Coping de Engajamento de Controle Secundário, Pensamento Positivo, Aceitação e Paralisação; b) Harmonia e Força Vital (QLH-Y). Os adolescentes com diagnóstico médico de enxaqueca apresentaram: a) menor percepção de eventos ruins (APES); b) maior Desamparo no enfrentamento das situações estressantes da adolescência (EC). Os adolescentes com dor de cabeça por mais de 24 horas apresentaram mais: a) Engajamento Involuntário, Excitação Emocional e Fuga (RSQ-H); b) Fadiga (QLH-Y). Essas respostas de estresse involuntárias e de coping mal adaptativo, especialmente nas meninas, mostram as dificuldades de autorregulação diante de estressores da dor de cabeça, alertando para a importância da prevenção e a elaboração de intervenções mais eficientes e específicas para essa faixa etária. As análises realizadas auxiliaram na compreensão dos processos envolvidos no enfrentamento da dor de cabeça em adolescentes, evidenciando como sintomas somáticos, depressão e estresse e o impacto da dor de cabeça na vida diária se relacionam.
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Foram aplicados na sala de aula os instrumentos: a) para caracterização da amostra - Questionário de Queixa de Dor de Cabeça; Protocolo de Entrevista de Caracterização, especialmente elaborado; e Critério de Classificação Econômica Brasil; b) para identificação de estressores da adolescência: Adolescent Perceived Events Scale (APES); c) para avaliação do enfrentamento de situações estressantes da adolescência: Escala de Coping (EC), com 12 famílias de coping, segundo a Teoria Motivacional do Coping; d) para análise dos estressores da dor de cabeça e seu enfrentamento: Responses to Stress Questionnaire – Headache (RSQ-H), com validação linguística autorizada pelos autores; e) para avaliação da qualidade de vida: Quality of Life Headache - Youth Questionnaire (QLH-Y). Foram feitas análises estatísticas descritivas, de comparações entre grupos e de correlações, além de análise de redes. Houve prevalência de dores diárias em 42,59% da amostra e várias vezes por semana em 29,63%, com crises associadas a gatilhos emocionais, como sentir-se ansioso e ter preocupações. Os resultados mostraram que as meninas apresentaram: a) maior percepção de estressores bons e ruins (APES); b) Coping de Engajamento Involuntário, Ruminação, Excitação Emocional e Interferência Cognitiva (RSQ-H); c) menos Força Vital e mais Depressão (QLH-Y). A dor de cabeça diária estava relacionada a: a) situações estressoras da adolescência (APES), coping mal adaptativo, Isolamento e Desamparo (EC); b) maior quantidade de estressores da dor de cabeça (RSQ-H); c) Coping de Desengajamento e Evitação (RSQ-H); d) Depressão (QLH-Y). Os adolescentes em atendimento médico apresentaram mais: a) enfrentamento positivo da dor de cabeça, com Regulação Emocional, Expressão Emocional, Coping de Engajamento de Controle Secundário, Pensamento Positivo, Aceitação e Paralisação; b) Harmonia e Força Vital (QLH-Y). Os adolescentes com diagnóstico médico de enxaqueca apresentaram: a) menor percepção de eventos ruins (APES); b) maior Desamparo no enfrentamento das situações estressantes da adolescência (EC). Os adolescentes com dor de cabeça por mais de 24 horas apresentaram mais: a) Engajamento Involuntário, Excitação Emocional e Fuga (RSQ-H); b) Fadiga (QLH-Y). Essas respostas de estresse involuntárias e de coping mal adaptativo, especialmente nas meninas, mostram as dificuldades de autorregulação diante de estressores da dor de cabeça, alertando para a importância da prevenção e a elaboração de intervenções mais eficientes e específicas para essa faixa etária. As análises realizadas auxiliaram na compreensão dos processos envolvidos no enfrentamento da dor de cabeça em adolescentes, evidenciando como sintomas somáticos, depressão e estresse e o impacto da dor de cabeça na vida diária se relacionam.Adolescence is a period of development in which physical, emotional and social changes occur and adolescents become exposed to stress. Headaches are one of the symptoms of stress, a risk factor for psychopathological conditions, school absenteeism and difficulties in relationships, affecting quality of life. This study analyzed stressors and coping in relation to quality of life among adolescents experiencing headaches. A total of 54 adolescents (85.19% girls), aged from 14 to 18 years old and attending elementary, middle or high school in a public school in Sorocaba, SP, Brazil, participated. The following instruments were applied in classrooms: a) to characterize the sample – Headache Questionnaire; a Characterization Interview Protocol developed for this study; and the Brazil Economic Criteria Classification; b) the Adolescent Perceived Events Scale (APES) was applied to identify stressors during adolescence; c) to assess coping with stressful events during adolescence – Coping Scale (CS), with 12 coping families using the Motivational Theory of Coping; d) Responses to Stress Questionnaire – Headache (RSQ-H) with authorized linguistic validation was used to analyze headache stressors and coping: and e) Quality of Life Headache - Youth Questionnaire (QLH-Y) was used to assess quality of life. Descriptive statistics, comparisons between groups and correlations were used in addition to network analyses. Daily headaches were prevalent in 42.59% of the sample, while 29.63% reported headaches several times a week associated with emotional triggers, such as feeling anxious or having concerns. The results showed that girls presented: a) greater perception of good and bad stressors (APES); b) Involuntary Engagement, Rumination, Emotional Excitement and Cognitive Interference (RSQ-H); c) Less Vital Strength and more Depression (QLH-Y). Daily headaches were related to a) stressful events during adolescence (APES), maladaptive coping, isolation and helplessness (CS); b) greater quantity of headache stressors (RSQ-H); c) Disengagement and Avoidance (RSQ-H); d) Depression (QLH-Y). The adolescents receiving medical care more frequently presented: a) positive headache coping with Emotional regulation, Emotional Expression, Secondary Control Engagement, Positive Thinking, Acceptance and Immobilization; b) Harmonization and Vital Strength (QLH-Y). Adolescents with a medical diagnosis of migraines presented: a) a lower perception of bad events (APES); b) greater Helplessness when coping with stressful events during adolescence (CS). Adolescents with headaches that last more than 24 hours more frequently presented: a) Involuntary Engagement; Emotional Excitement and Escape (RSQ-H); b) Fatigue (QLH-Y). These involuntary stress responses and maladaptive coping strategies, especially among girls, show difficulty in self-regulating when facing headache stressors, emphasizing the importance of prevention and the development of more efficient and specific interventions for this age range. Analyses helped understand the processes involved in headache coping among adolescents, showing how somatic symptoms, depression and stress and the impact of headaches on daily life are related.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPESPUC-CampinasEnumo, Sônia Regina FiorimPontifícia Universidade Católica de CampinasMascella, Vivian2022-02-16T18:39:05Z2022-02-16T18:39:05Z2016-02-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/155936205662405984795porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional PUC-Campinasinstname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)instacron:PUC_CAMP2022-10-20T13:16:58Zoai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/15593Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/oai/requestsbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.bropendoar:2022-10-20T13:16:58Repositório Institucional PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)false
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