AVALIAÇÃO E ENSINO DESENVOLVIMENTAL: DA MEDIÇÃO À MEDIAÇÃO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: de Fazzio Carmo Prado, Ana Carolina
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Sampaio Araujo, Elaine
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Educativa
Texto Completo: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/educativa/article/view/12363
Resumo: Este artigo tem por objetivo defender uma concepção de avaliação dialética, como ação intrínseca ao movimento de ensino, aprendizagem e desenvolvimento. Referencia-se nos fundamentos do materialismo histórico-dialético e da teoria histórico-cultural, o que significa assumir a dialética como lógica e teoria do conhecimento (KOPNIN, 1978), bem como assumir que o bom ensino é aquele que se adianta ao desenvolvimento, como postulado por Vigotski (2001). Assim, visa compreender e explicitar a vivência da avaliação como unidade mediadora na atividade pedagógica, em que o objeto do conhecimento humano, construído historicamente, revela-se às gerações posteriores por meio dos objetos de ensino. A lógica de apresentação do texto alicerça-se em quatro movimentos interdependentes e pelos quais se objetiva abordar a avaliação em suas múltiplas determinações: dos Princípios, das Propostas, das Práticas e das Possibilidades. Nos Princípios, a discussão centrar-se-á nos papéis sociais ocupados pela criança e pelo adulto que, na relação professor-estudante, constituem-se por concepções de aprendizagem e desenvolvimento. Procura-se vincular a avaliação como possibilidade de desenvolvimento prospectivo e com os princípios presentes no conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, desenvolvido por Vigotski e seus colaboradores (2001, 2003, 2007, 2010, 2017, 2018) e, também, com o conceito de pensamento teórico discutido por Davidov (1988, 2017) como princípio do ensino desenvolvimental. Nas Propostas, a intencionalidade é apresentar uma análise crítica da Base Nacional Comum Curricular (2017) e sua relação mandatária com a organização do currículo e, sobretudo, sua influência na orientação de práticas e condutas dos sujeitos na escola. Ao lançar mão da habitual indistinção entre avaliação e instrumentos utilizados para avaliar, no item Práticas, o objetivo é tecer uma análise sobre as dimensões implícitas nos instrumentos, bem como na pseudointencionalidade pedagógica que os sustentam, na busca por superá-las pela avaliação em sua dimensão dialética. Nas Possibilidades, pretende-se apresentar uma situação recorrente em vivências escolares, para expor como a Avaliação Dialética se constitui possibilidade de passagem da qualidade subjacente aos instrumentos operacionalizados nas salas de aula - de medidora da aprendizagem-, para a função de ação-instrumento mediador entre o ensino e a aprendizagem. Por fim, o texto buscará explicitar a relação entre os princípios da Avaliação Dialética, vinculando-os aos preceitos teórico-metodológicos presentes na Atividade Orientadora de Ensino (MOURA 2010, 2016, 2019; MOURA e ARAUJO, 2018; PIOTTO, 2020) ao centralizar o planejamento, a realização e o desfecho de uma situação de aprendizagem. Na busca de uma conceitualização, procura-se deslocar o entendimento de avaliação de seu lugar de medidora, para ocupar um novo espaço – de mediadora – e possibilitar aos sujeitos, em atividade de ensino e em atividade de estudo, compreendê-la como possibilidade de análise e síntese da relação ensino-aprendizagem-desenvolvimento, com vistas à formação do pensamento teórico e de uma personalidade coletivista (MAKARENKO, 2012; RUBINSTEIN, 2017).
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