ACENDAM SEUS CIGARROS: cigana Sebinca Christo e a religiosidade não oficial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Mosaico |
Texto Completo: | http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/mosaico/article/view/972 |
Resumo: | Uma cigana nômade que lia a sorte daqueles que a procuravam e que sempre esteve ligada diretamente à s tradições milenares dos romani, foi considerada milagreira após sua morte. Em seu túmulo, nas oferendas que são deixadas por seus devotos e nos pedidos que são escritos na sepultura, mergulhou-se na religiosidade não oficial e no catolicismo popular brasileiro, onde as práticas devocionais são vivenciadas com a força de uma fé que sempre se renova. Esta prática devocional ocorre no Cemitério Cruz das Almas, na cidade de Lages, no planalto serrano catarinense, onde muitas outras santificações são sentidas e ganham mais adeptos a cada ano. O preconceito que ao longo dos séculos se construiu em relação aos ciganos é esquecido pelos devotos de Sebinca Christo, que para melhor se relacionar com a sua milagreira, criam gestos e narrativas para qualificar sua devoção e seus poderes. Os devotos constroem a cigana. Em outro extremo está a família Christo que também a cultua, mas de forma diferente, não aceitando as versões de sua morte trágica descrita na imprensa e nas falas dos não ciganos que nela crêem. Em seu túmulo encontramos elementos de diversas práticas da religiosidade, desde velas até bebidas alcoólicas, transformando sua sepultura num mosaico devocional. Ciganidade, catolicismo e até umbanda, convivem amalgamando a fé dos devotos e construindo uma forma diferente e autêntica de relação com o sagrado. O túmulo é a última barraca de Sebinca. Uma barraca que se fixa, mas que continua a manter os mistérios e a identidade desta cigana que é reconhecida pelos gadjés como uma mulher poderosa, que ajuda os não ciganos a resolverem problemas do cotidiano de maneira rápida e eficaz, muito mais, que qualquer outro santo oficial. Sebinca Christo, a cigana, se faz pelo olhar dos outros, seus fiéis devotos. |
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Uma cigana nômade que lia a sorte daqueles que a procuravam e que sempre esteve ligada diretamente à s tradições milenares dos romani, foi considerada milagreira após sua morte. Em seu túmulo, nas oferendas que são deixadas por seus devotos e nos pedidos que são escritos na sepultura, mergulhou-se na religiosidade não oficial e no catolicismo popular brasileiro, onde as práticas devocionais são vivenciadas com a força de uma fé que sempre se renova. Esta prática devocional ocorre no Cemitério Cruz das Almas, na cidade de Lages, no planalto serrano catarinense, onde muitas outras santificações são sentidas e ganham mais adeptos a cada ano. O preconceito que ao longo dos séculos se construiu em relação aos ciganos é esquecido pelos devotos de Sebinca Christo, que para melhor se relacionar com a sua milagreira, criam gestos e narrativas para qualificar sua devoção e seus poderes. Os devotos constroem a cigana. Em outro extremo está a família Christo que também a cultua, mas de forma diferente, não aceitando as versões de sua morte trágica descrita na imprensa e nas falas dos não ciganos que nela crêem. Em seu túmulo encontramos elementos de diversas práticas da religiosidade, desde velas até bebidas alcoólicas, transformando sua sepultura num mosaico devocional. Ciganidade, catolicismo e até umbanda, convivem amalgamando a fé dos devotos e construindo uma forma diferente e autêntica de relação com o sagrado. O túmulo é a última barraca de Sebinca. Uma barraca que se fixa, mas que continua a manter os mistérios e a identidade desta cigana que é reconhecida pelos gadjés como uma mulher poderosa, que ajuda os não ciganos a resolverem problemas do cotidiano de maneira rápida e eficaz, muito mais, que qualquer outro santo oficial. Sebinca Christo, a cigana, se faz pelo olhar dos outros, seus fiéis devotos. |
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