O SENTIDO DA EDUCAÇÃO EM MARTIN BUBER

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Parreira, Gizele Geralda
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
Texto Completo: http://localhost:8080/tede/handle/tede/1273
Resumo: O Sentido da Educação em Martin Buber contempla a necessidade de a relação professoraluno na escola atual ir além do campo pedagógico adentrando o campo dialógico, vislumbrando a transformação das salas de aula em pequenas comunidades que ascenderão para uma comunidade maior: a comunidade supra-social. Tal fenômeno poderá ser efetivado por meio do diálogo, que encerra em si os principais elementos do inter-humano: a autenticidade, a presença, a abertura e a conversação genuína. Estes aspectos são constituidores da filosofia dialógica de Buber que trás, em sua essência, uma considerável preocupação com a esfera humana das relações, esfacelada pela coisificação do homem na modernidade. O filósofo do encontro concebe o homem como um ser inerentemente relacional; dentro dessa perspectiva, a atualização da sua existência é efetivada por meio de duas palavras-princípio que traduzem duas formas de o homem se colocar frente ao mundo e frente ao seu semelhante. Na palavra-princípio Eu-Tu o homem entra em relação; na palavra-princípio Eu-Isso ele experimenta o outro ou o mundo em que está. Segundo Buber, não há o predomínio de uma das palavras, visto que ambas são necessárias para a consumação da existência humana. Entretanto, na modernidade, balizada pelo crescente capitalismo industrial, o homem tem objetivado cada vez mais a relações com seu semelhante, ocasionando o distanciamento e a consequente solidão. Para Buber, o homem vivencia um verdadeiro processo de desumanização. Judeu fiel ao hassidismo Martin Buber retira dessa doutrina os elementos para grande parte de suas reflexões. Dessa forma, a relação Eu-Tu é a abertura para a relação com o Tu eterno Deus. De acordo com este pensador a cada orla do Tu o homem vislumbra o Tu eterno. Ideia esta que concebe a existência humana em conexão com o absoluto. Quanto mais o homem se afasta do seu semelhante, mais ele se afasta do Tu eterno, necessitando do reencontro com o outro e, em consequência com o divino, para resgatar sua humanidade. Buber não concebe Deus somente como um princípio nem como uma ideia, mas também como Pessoa que entra numa relação imediata com os homens através de atos criadores, reveladores e libertadores . Assim exposto, na reflexão buberiana a modernidade se caracteriza fundamentalmente, pelo eclipse de Deus, contudo o Tu eterno não desapareceu definitivamente, apenas está oculto em função da objetivação excessiva a que o homem tem sido sucumbido. Na realidade em que se encontra o homem somente poderá ser resgatado por intermédio da conversão, ou por intermédio da formação do caráter. O caráter é o objeto da educação, a função educadora é a formação do caráter e o sentido da educação é a vida na comunidade. Nessa visão, o professor assume um lugar significativamente importante, o de influenciar com sua palavra e com suas ações genuinamente dialógicas, a formação dos caracteres que irão constituir a nova comunidade, cuja finalidade é a verdadeira Vida. A vida na comunidade é maneira pela qual os homens poderão edificar a legítima relação inter-humana isenta de quaisquer interesses que não sejam uma vida vivida comunitariamente.
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O filósofo do encontro concebe o homem como um ser inerentemente relacional; dentro dessa perspectiva, a atualização da sua existência é efetivada por meio de duas palavras-princípio que traduzem duas formas de o homem se colocar frente ao mundo e frente ao seu semelhante. Na palavra-princípio Eu-Tu o homem entra em relação; na palavra-princípio Eu-Isso ele experimenta o outro ou o mundo em que está. Segundo Buber, não há o predomínio de uma das palavras, visto que ambas são necessárias para a consumação da existência humana. Entretanto, na modernidade, balizada pelo crescente capitalismo industrial, o homem tem objetivado cada vez mais a relações com seu semelhante, ocasionando o distanciamento e a consequente solidão. Para Buber, o homem vivencia um verdadeiro processo de desumanização. Judeu fiel ao hassidismo Martin Buber retira dessa doutrina os elementos para grande parte de suas reflexões. Dessa forma, a relação Eu-Tu é a abertura para a relação com o Tu eterno Deus. De acordo com este pensador a cada orla do Tu o homem vislumbra o Tu eterno. Ideia esta que concebe a existência humana em conexão com o absoluto. Quanto mais o homem se afasta do seu semelhante, mais ele se afasta do Tu eterno, necessitando do reencontro com o outro e, em consequência com o divino, para resgatar sua humanidade. Buber não concebe Deus somente como um princípio nem como uma ideia, mas também como Pessoa que entra numa relação imediata com os homens através de atos criadores, reveladores e libertadores . Assim exposto, na reflexão buberiana a modernidade se caracteriza fundamentalmente, pelo eclipse de Deus, contudo o Tu eterno não desapareceu definitivamente, apenas está oculto em função da objetivação excessiva a que o homem tem sido sucumbido. Na realidade em que se encontra o homem somente poderá ser resgatado por intermédio da conversão, ou por intermédio da formação do caráter. O caráter é o objeto da educação, a função educadora é a formação do caráter e o sentido da educação é a vida na comunidade. Nessa visão, o professor assume um lugar significativamente importante, o de influenciar com sua palavra e com suas ações genuinamente dialógicas, a formação dos caracteres que irão constituir a nova comunidade, cuja finalidade é a verdadeira Vida. A vida na comunidade é maneira pela qual os homens poderão edificar a legítima relação inter-humana isenta de quaisquer interesses que não sejam uma vida vivida comunitariamente.The Meaning of Education in Martin Buber addresses the need for the teacher-student relationship in school now to go beyond the educational field entering the field of dialogue, envisioning the transformation of classrooms into small communities that will amount to a larger community: the community-above social. This phenomenon can be accomplished through dialogue, which encompasses the main elements of inter-human: authenticity, presence, openness and genuine conversation. These aspects are constitutor of Buber's dialogic philosophy behind that, in essence, a considerable concern about the human sphere of relationships, shattered by the objectification of man in modern times. The philosopher's meeting sees the man as an inherently relational, within this perspective, the upgrade of its existence is effected through the first two words that express two forms of man is put before the world and ahead on others. In the word-first I-Thou man enters into a relationship, the word-I-it principle he experiments the other or the world they are. According to Buber, there is a predominance of one of the words, since both are necessary for the consummation of human existence. However, in modernity, buoyed by rising industrial capitalism, man has focused increasingly on relations with his neighbor, causing the detachment and the consequent loneliness. For Buber, the man experiences a genuine process of dehumanization. Jewish faithful to Martin Buber Hasidism removes the elements of this doctrine for much of his reflections. Thus, the I-Thou relationship is openness to the relationship with the eternal Thou - God. According to this thinker to each edge of the Tu the man glimpses the eternal. An idea which conceives of human existence in connection with the absolute. The more a man turns away from his neighbor, the more it moves away from the eternal Thou, needing to rediscover each other and therefore with the Divine, to redeem his humanity. Buber not only conceives of God as a principle or as an idea, but as' person 'who enters a direct relation to men "through creative acts, revealing and liberating'. Once exposed, in reflection buberiana modernity is characterized primarily by the eclipse of God, yet eternal You definitely did not disappear, it's just hidden in the light of the excessive objectification that man has succumbed. In fact it is in man can only be redeemed through conversion or through the formation of character. The character is the object of education, the educational function is the formation of character and meaning of education is life in the community. In this view, the teacher assumes a place of considerable importance, the influence of his word and his actions genuinely dialogical, the formation of the characters that will be the new community, whose purpose is the true Life. Life in the community is way by which men can build a legitimate relationship between humans disclaims any interests other than a life lived in community.Pontifícia Universidade Católica de GoiásCiências HumanasBRPUC GoiásEducaçãoRoure, Glacy Queirós dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4792675Z1Holanda, Adriano Furtadohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727320U8Ternes, Joséhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796259Y9Parreira, Gizele Geralda2016-07-27T13:54:40Z2013-10-162010-09-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPARREIRA, Gizele Geralda. O SENTIDO DA EDUCAÇÃO EM MARTIN BUBER. 2010. 178 f. 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