AS VIVÊNCIAS DOS GESTORES DO SENAI/DR-GOIÁS EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE INFORMATIZAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EMBASADO NA CLÍNICA PSICODINÂMICA DO TRABALHO
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás) |
Texto Completo: | http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3650 |
Resumo: | Este trabalho teve por objetivo investigar as vivências subjetivas de um grupo de gestores do SENAI-GO em relação à informatização de processos da Instituição. A metodologia utilizada fundamenta-se na Clínica Psicodinâmica do Trabalho, a qual, com base na teoria psicanalítica e nas ciências sociais, procura desvelar e compreender as vivências intra e intersubjetivas de uma categoria específica sobre a organização do trabalho, no caso, a dos gestores do SENAIGO. Essa pesquisa possui caráter descritivo e exploratório e foi composta por dois estudos, sendo o estudo I combinado por duas fases: a análise documental e a realização de entrevistas individuais com 15 gestores. O estudo II foi realizado em três encontros com um grupo de cinco gestores do SENAI-GO com duração de duas horas, com o objetivo de instaurar a Clínica Psicodinâmica do Trabalho. A análise e as interpretações das situações de trabalho dadas pelas pesquisadoras e trabalhadores asseguraram a validade do material coletado à medida que participaram um grupo de pesquisadores que confrontaram permanentemente o conteúdo das sessões entre si e com o próprio grupo de trabalhadores no momento da realização da pesquisa. Os resultados revelaram maiores fatores de sofrimento do que de prazer no contexto de trabalho estudado. A falta de lugar para a subjetividade e a vida no trabalho limita a mobilização subjetiva dos gestores. As estratégias defensivas utilizadas pelo grupo não contribuem para a cooperação e o relacionamento entre os pares, gerando o esvaziamento dos coletivos. A liberdade e a autonomia são recursos apontados pelos gestores quanto à inserção de novas tecnologias, mas ambas apresentaram efeitos da sobrecarga no trabalho, desconfiança, individualismo e falta de cooperação. Vivências de sofrimento são evidenciadas por relatos que indicam falta de flexibilidade, centralização de poder, falta de autonomia, discurso diferente da prática, falta de cooperação, pressão por resultados e sobrecarga de trabalho. Os participantes, trabalhadores da Instituição há mais de 15 anos, expressaram claramente como, no decorrer dos últimos dez anos, o contato com o outro diminuiu, interferindo nas relações ou até mesmo substituindo as relações humanas por relações homem-máquina. No entanto, outras ferramentas, além do computador, advindas desse novo mundo tecnológico, levam a uma corporificação, como o celular, que parece ter se tornado um membro a mais do homem, muitas vezes sendo referido pelos trabalhadores pesquisados como “braço direito”, sintetizando múltiplas tecnologias. Percebeu-se que cada vez mais as ordens chegam por tecnologias, não há voz, não há gesto, não há expressão do corpo, tampouco afetividade. Os gestores buscam ressignificar seu sofrimento pelo reconhecimento de suas equipes. Investem também em atividades nas quais o reconhecimento seja possível. De toda forma, as defesas contra o sofrimento no trabalho influenciam o contexto de trabalho e as vivências de prazer e sofrimento dos gestores. Apesar da falta de cooperação e da utilização de estratégias defensivas para enfrentar o sofrimento advindo da organização de trabalho, parece não haver risco de paralisia, pois o reconhecimento social ressignifica o sofrimento e mobiliza os gestores a engajarem-se no desenvolvimento de soluções para os problemas enfrentados em seu contexto de trabalho. |
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AS VIVÊNCIAS DOS GESTORES DO SENAI/DR-GOIÁS EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE INFORMATIZAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EMBASADO NA CLÍNICA PSICODINÂMICA DO TRABALHOPsicodinâmica. Clínica do trabalho. Tecnologia. Informatização.Psychodynamics. Work Clinic. Technology. Informatization.CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAEste trabalho teve por objetivo investigar as vivências subjetivas de um grupo de gestores do SENAI-GO em relação à informatização de processos da Instituição. A metodologia utilizada fundamenta-se na Clínica Psicodinâmica do Trabalho, a qual, com base na teoria psicanalítica e nas ciências sociais, procura desvelar e compreender as vivências intra e intersubjetivas de uma categoria específica sobre a organização do trabalho, no caso, a dos gestores do SENAIGO. Essa pesquisa possui caráter descritivo e exploratório e foi composta por dois estudos, sendo o estudo I combinado por duas fases: a análise documental e a realização de entrevistas individuais com 15 gestores. O estudo II foi realizado em três encontros com um grupo de cinco gestores do SENAI-GO com duração de duas horas, com o objetivo de instaurar a Clínica Psicodinâmica do Trabalho. A análise e as interpretações das situações de trabalho dadas pelas pesquisadoras e trabalhadores asseguraram a validade do material coletado à medida que participaram um grupo de pesquisadores que confrontaram permanentemente o conteúdo das sessões entre si e com o próprio grupo de trabalhadores no momento da realização da pesquisa. Os resultados revelaram maiores fatores de sofrimento do que de prazer no contexto de trabalho estudado. A falta de lugar para a subjetividade e a vida no trabalho limita a mobilização subjetiva dos gestores. As estratégias defensivas utilizadas pelo grupo não contribuem para a cooperação e o relacionamento entre os pares, gerando o esvaziamento dos coletivos. A liberdade e a autonomia são recursos apontados pelos gestores quanto à inserção de novas tecnologias, mas ambas apresentaram efeitos da sobrecarga no trabalho, desconfiança, individualismo e falta de cooperação. Vivências de sofrimento são evidenciadas por relatos que indicam falta de flexibilidade, centralização de poder, falta de autonomia, discurso diferente da prática, falta de cooperação, pressão por resultados e sobrecarga de trabalho. Os participantes, trabalhadores da Instituição há mais de 15 anos, expressaram claramente como, no decorrer dos últimos dez anos, o contato com o outro diminuiu, interferindo nas relações ou até mesmo substituindo as relações humanas por relações homem-máquina. No entanto, outras ferramentas, além do computador, advindas desse novo mundo tecnológico, levam a uma corporificação, como o celular, que parece ter se tornado um membro a mais do homem, muitas vezes sendo referido pelos trabalhadores pesquisados como “braço direito”, sintetizando múltiplas tecnologias. Percebeu-se que cada vez mais as ordens chegam por tecnologias, não há voz, não há gesto, não há expressão do corpo, tampouco afetividade. Os gestores buscam ressignificar seu sofrimento pelo reconhecimento de suas equipes. Investem também em atividades nas quais o reconhecimento seja possível. De toda forma, as defesas contra o sofrimento no trabalho influenciam o contexto de trabalho e as vivências de prazer e sofrimento dos gestores. Apesar da falta de cooperação e da utilização de estratégias defensivas para enfrentar o sofrimento advindo da organização de trabalho, parece não haver risco de paralisia, pois o reconhecimento social ressignifica o sofrimento e mobiliza os gestores a engajarem-se no desenvolvimento de soluções para os problemas enfrentados em seu contexto de trabalho.This work aimed to investigate the subjective experiences of a group of managers of SENAIGO in relation to the computerization of processes of the Institution. The methodology used is based on the Psychodynamic Work Clinic, which, based on psychoanalytic theory and social sciences, seeks to unveil and understand the intra and intersubjective experiences of a specific category about work organization, in this case, that of managers of SENAI-GO. This research has a descriptive and exploratory character and was composed of two studies, being the study I combined by two phases: the documentary analysis and the individual interviews with 15 managers. Study II was carried out in three meetings with a group of five managers of SENAI-GO with a duration of two hours, with the aim of establishing the Psychodynamic Work Clinic. The analysis and interpretations of the work situations given by the researchers and workers ensured the validity of the collected material as a group of researchers participated that permanently confronted the contents of the sessions with each other and with the own group of workers at the time of the research . The results revealed greater factors of suffering than of pleasure in the context of work studied. The lack of place for subjectivity and life at work limits the subjective mobilization of managers. The defensive strategies used by the group do not contribute to the cooperation and the relationship between the peers, generating the void of the collectives. The freedom and the autonomy are resources pointed out by the managers regarding the insertion of new technologies, but both presented effects of the overload in the work, distrust, individualism and lack of cooperation. Experiences of suffering are evidenced by reports that indicate lack of flexibility, centralization of power, lack of autonomy, discourse different from practice, lack of cooperation, pressure for results and work overload. The participants, employees of the Institution for more than 15 years, have clearly expressed how, over the last ten years, the contact with the other has diminished, interfering in relationships or even replacing human relations with human-machine relations. However, other tools, besides the computer, arising from this new technological world, lead to an embodiment, like the cell phone, that seems to have become an additional member of the man, often referred to by the workers surveyed as "right arm" Synthesizing multiple technologies. It was noticed that the orders arrive more and more by technologies, there is no voice, there is no gesture, there is no expression of the body, nor affectivity. Managers seek to re-signify their suffering by recognizing their teams. They also invest in activities in which recognition is possible. In any case, defenses against suffering at work influence the work context and the experiences of managers' pleasure and suffering. Despite the lack of cooperation and the use of defensive strategies to deal with suffering from work organization, there seems to be no risk of paralysis, since social recognition resigns the suffering and mobilizes managers to engage in the development of solutions to problems Their work context.Pontifícia Universidade Católica de GoiásEscola de Ciências Sociais e Saúde::Curso de PsicologiaBrasilPUC GoiásPrograma de Pós-Graduação STRICTO SENSU em PsicologiaMacêdo, Kátia Barbosahttp://lattes.cnpq.br/6558782387284931Costa Neto, Sebastião Benício dahttp://lattes.cnpq.br/6712785343402727Fleury, Alessandra Ramos Demitohttp://lattes.cnpq.br/2931413636633675Santos, Carolina Martins dos2017-04-25T19:39:08Z2016-12-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSantos, Carolina Martins dos. AS VIVÊNCIAS DOS GESTORES DO SENAI/DR-GOIÁS EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE INFORMATIZAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EMBASADO NA CLÍNICA PSICODINÂMICA DO TRABALHO. 2016. 257 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia - GO.http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3650porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)instname:Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)instacron:PUC_GO2017-04-26T04:00:18Zoai:ambar:tede/3650Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede2.pucgoias.edu.br:8080/http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/oai/requesttede@pucgoias.edu.br||tede@pucgoias.edu.bropendoar:65932017-04-26T04:00:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)false |
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