Processos formativos de jovens conservadores: discursividade política do Movimento Brasil Livre (MBL)

• Autor(a) principal: Cunha, Gessione Alves da
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
• Texto Completo: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4749
• topic: Política; Campo Político; Juventude; Conservadorismo; (Neo)liberalismo; MBL.; Politics; Political Field; Youth; Conservatism; (Neo)liberalism; MBL.; Ciencias Humanas: Educação

O objeto da presente investigação, vinculado à Linha de Pesquisa Educação, Sociedade e Cultura, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE da PUC Goiás), foi a juventude conservadora do Movimento Brasil Livre, em interface com o campo político. Teve como objetivo geral analisar e compreender os processos formativos, on-line e off-line, dos jovens conservadores do MBL e a constituição de sua discursividade política em relação à educação e outras pautas conservadoras presentes na sociedade brasileira contemporânea. Desdobram-se como objetivos específicos: observar e descrever crenças, valores e atitudes, estruturas sociais e comportamento dos jovens pesquisados, compreender conceitos e fontes inspiradoras da (re)produção da discursividade política do coletivo juvenil pesquisado. Por fim, procurou-se interpretar a disputa do campo político e a hegemonia do discurso por parte desse coletivo juvenil conservador. Compreende-se a política, conceito complexo, através do pensamento arendtiano, como ação e liberdade, com suas características de coragem e publicidade. O campo político, no pensamento bourdieusiano, é um microcosmo, relativamente autônomo no interior do grande mundo social. Ele possui regras próprias do jogo de pertença, relações, ações e processos. O conservadorismo e o liberalismo são percebidos como teorias e práticas sociopolíticas pragmáticas e imediatistas. Acerca do neoliberalismo teve-se a compreensão da ideologia de uma forma histórica particular, assumida pela acumulação do capital. Quanto à juventude entendeu-se como uma categoria social na sua pluralidade. Sua percepção da política e participação nela são igualmente heterogêneas e expressam a diversidade de possibilidades de se vivenciar as juventudes. A juventude é um elemento estruturante das sociedades modernas que classifica indivíduos, regulamenta comportamentos e estabelece direitos e deveres. É uma representação simbólica constituída por grupos sociais ou indivíduos considerados jovens. Ela não é apenas uma característica natural e individual, mas uma situação vivida em comum por certos sujeitos. Uma manifestação de participação juvenil política observada na contemporaneidade é a de manifestações conservadoras de coletivos juvenis. Assim, o processo metodológico constituiu-se de uma revisão da literatura sobre política, juventudes e participação política, (neo)liberalismo e conservadorismo. Para tanto, realizou-se uma pesquisa netnográfica de observação parcialmente aberta em grupos de WhatsApp, páginas do Instagram e Facebook e o canal no Youtube do Movimento Brasil Livre. A pesquisa empírica serviu-se também de cinquenta questionários on-line enviados aos jovens pertencentes aos grupos de mensagem acompanhados e finalizou-se com a entrevista semiestruturada de cinco jovens, um de cada região geográfica do país, e a análise textual discursiva dessas entrevistas. No que se refere aos resultados, os dados da pesquisa demonstraram que os jovens, participantes da pesquisa, possuem um engajamento político ativo e uma clara consciência de pertencimento ao MBL, do qual absorvem suas concepções sociopolíticas através de um processo formativo previamente projetado. Se por um lado apresentam disparidades e heterogeneidade no perfil socioeconômico cultural, por outro expõem um discurso canalizado para a liberdade individual e uma visão de sociedade bastante homogênea: propõem uma sociedade liberal na economia e um Estado reduzido no campo social com diversas propostas conservadoras