Fatores associados às readmissões hospitalares não planejadas no período de um ano após o acidente vascular cerebral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rassi, Dyeice Emile Roberti
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
Texto Completo: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4781
Resumo: As frequentes e elevadas taxas de readmissões hospitalares não planejadas que, em geral, decorrem de um precário planejamento da alta hospitalar integram a problemática relacionada aos déficits na transição do cuidado de pessoas que sobrevivem ao AVC e seus cuidadores familiares. O objetivo deste estudo transversal e analítico foi analisar os fatores associados às readmissões hospitalares não planejadas no período de um ano após o acidente vascular cerebral. Foram analisados 224 prontuários de pacientes hospitalizados em 2018 com diagnóstico de AVC em um serviço especializado de Goiânia, Goiás, Brasil. Os dados foram coletados por meio de instrumento estruturado e analisados conforme estatística descritiva e inferencial, com regressão logística múltipla. Dos 224 pacientes hospitalizados neste período com diagnóstico de AVC, 14 (6,25%) morreram. Compuseram a amostra final 210 participantes. A maioria era do sexo masculino (118; 56,19%), morava com alguém (110; 64,33%) e tinha plano de saúde (198; 94,74%). A mediana de idade foi de 70 anos (IIQ=60-81). Entre os participantes, 86,19% (n=181) tiveram acidente vascular cerebral isquêmico. A mediana do tempo da primeira internação foi de 4 dias (IIQ=3-7). Verificou-se que a maioria recebeu alta para o domicílio (160; 76,19%) e estava em uso de anticoagulante (176; 83,81%) e antiagregante plaquetário (122; 58,1%). %). A taxa global de readmissões não planejadas em um ano por AVC foi 23,81% [IC 95% 18,05% - 29,57%], sendo que 7,61%[IC95% 4,03%-11,21%] no primeiro mês, 5,71% [95% IC 2.57%-8.85%, n=12] em três meses e 10,47% [IC 95% 6,33%-14.62%] em um ano. As causas mais frequentes de readmissões foram infecções (18;36%) e AVC recorrente (14;28%). A regressão logística evidenciou que as variáveis que conjuntamente melhor predisseram a readmissão hospitalar foram: número de medicamentos prescritos na alta hospitalar (OR=1,15 IC 95% 1,04-1,29); diabetes (OR=2,53 IC 95% 1,11-5,82); dislipidemia (OR= 4,08 IC de 95% 1,54-10,90); fibrilação atrial (OR=2,39 IC 95% 1,00- 5,66); doença arterial coronariana (OR= 3,12 IC 95% 0,84-11,39); doença vascular periférica (OR= 9,19 IC 95% 1,25-81,26); e receber alta com alguma limitação para as atividades da vida diária (OR= 4,01 IC 95% 1,79-9,22). Os resultados indicam a possibilidade das readmissões hospitalares após o AVC ocorrerem em pessoas com multimorbidades crônicas, em uso de polifarmácia e com alguma limitação para atividades da vida diária. Esses fatores devem ser contemplados, especialmente no planejamento avançado da alta hospitalar e no monitoramento do risco para ocorrência de readmissões hospitalares não planejadas
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Foram analisados 224 prontuários de pacientes hospitalizados em 2018 com diagnóstico de AVC em um serviço especializado de Goiânia, Goiás, Brasil. Os dados foram coletados por meio de instrumento estruturado e analisados conforme estatística descritiva e inferencial, com regressão logística múltipla. Dos 224 pacientes hospitalizados neste período com diagnóstico de AVC, 14 (6,25%) morreram. Compuseram a amostra final 210 participantes. A maioria era do sexo masculino (118; 56,19%), morava com alguém (110; 64,33%) e tinha plano de saúde (198; 94,74%). A mediana de idade foi de 70 anos (IIQ=60-81). Entre os participantes, 86,19% (n=181) tiveram acidente vascular cerebral isquêmico. A mediana do tempo da primeira internação foi de 4 dias (IIQ=3-7). Verificou-se que a maioria recebeu alta para o domicílio (160; 76,19%) e estava em uso de anticoagulante (176; 83,81%) e antiagregante plaquetário (122; 58,1%). %). A taxa global de readmissões não planejadas em um ano por AVC foi 23,81% [IC 95% 18,05% - 29,57%], sendo que 7,61%[IC95% 4,03%-11,21%] no primeiro mês, 5,71% [95% IC 2.57%-8.85%, n=12] em três meses e 10,47% [IC 95% 6,33%-14.62%] em um ano. As causas mais frequentes de readmissões foram infecções (18;36%) e AVC recorrente (14;28%). A regressão logística evidenciou que as variáveis que conjuntamente melhor predisseram a readmissão hospitalar foram: número de medicamentos prescritos na alta hospitalar (OR=1,15 IC 95% 1,04-1,29); diabetes (OR=2,53 IC 95% 1,11-5,82); dislipidemia (OR= 4,08 IC de 95% 1,54-10,90); fibrilação atrial (OR=2,39 IC 95% 1,00- 5,66); doença arterial coronariana (OR= 3,12 IC 95% 0,84-11,39); doença vascular periférica (OR= 9,19 IC 95% 1,25-81,26); e receber alta com alguma limitação para as atividades da vida diária (OR= 4,01 IC 95% 1,79-9,22). Os resultados indicam a possibilidade das readmissões hospitalares após o AVC ocorrerem em pessoas com multimorbidades crônicas, em uso de polifarmácia e com alguma limitação para atividades da vida diária. Esses fatores devem ser contemplados, especialmente no planejamento avançado da alta hospitalar e no monitoramento do risco para ocorrência de readmissões hospitalares não planejadasThe problems related to the deficits in the transition of care for people who survive stroke and their family caregivers include the frequent and high rates of unplanned hospital readmissions, which are generally due to poor planning of hospital discharge. The objective of this analytical and cross-section study was to analyze the factors associated with unplanned hospital readmissions, in one year, after the stroke. Therefore, 224 medical records of patients hospitalized in 2018 diagnosed with stroke were analyzed at a specialized service in Goiânia, Goiás, Brazil. Data were collected using a structured instrument and analyzed by means of to descriptive and inferential statistics, with multiple logistic regression. Among the 224 hospitalized patients in 2018 who were diagnosed with stroke, 14 (6.25%) died. The final sample consisted of 210 participants. Most were male (118; 56.19%), lived with someone (110; 64.33%) and had a health insurance (198; 94.74%). The median age was 70 years (IIQ = 60-81). Among the participants, 86.19% (n = 181) were victims of ischemic stroke. The median length of the first hospitalization was 4 days (IIQ = 3-7). The majority was discharged to the home (160; 76.19%), and most patients were using anticoagulants (176; 83.81%) and platelet antiaggregants (122; 58.1%). The overall rate of unplanned readmissions in one year due to stroke was 23.81% [95% CI 18.05% - 29.57%], with 7.61% [95% CI 4.03% -11.21% ] in the first month, 5.71% [95% CI 2.57% -8.85%, n = 12] in three months and 10.47% [95% CI 6.33% -14.62%] in one year. The most frequent causes of readmissions were infections (18; 36%) and recurrent strokes (14; 28%). The logistic regression showed that the variables that together best predicted hospital readmission were: number of drugs prescribed at hospital discharge (OR = 1.15 95% CI 1.04-1.29); diabetes (OR = 2.53 95% CI 1.11-5.82); dyslipidemia (OR = 4.08 95% CI 1.54-10.90); atrial fibrillation (OR = 2.39 95% CI 1.00-5.66); coronary artery disease (OR = 3.12 CI 95% 0.84-11.39); peripheral vascular disease (OR = 9.19 95% CI 1.25-81.26); and being discharged with some limitation for activities of daily living (OR = 4.01 95% CI 1.79-9.22). The results indicate the possibility of hospital readmissions after a stroke in people with multiple chronic conditions, using multiple drugs and with some limitation for activities of daily living. These factors need to be taken into account, especially in the advanced planning of hospital discharge and in monitoring the risk for unplanned hospital readmissionsCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorCNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoPontifícia Universidade Católica de GoiásEscola de Ciências Sociais e da SaúdeBrasilPUC GoiásPrograma de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Atenção à SaúdeVila, Vanessa da Silva Carvalhohttp://lattes.cnpq.br/5146388704821838Souza, Camila Pedroso Estevam dehttp://lattes.cnpq.br/7665731855194346Vieira, Maria Aparecida da Silvahttp://lattes.cnpq.br/8025728342571136Brasil, Virginia Viscondehttp://lattes.cnpq.br/1940761888797180Rassi, Dyeice Emile Roberti2022-05-16T12:19:33Z2020-03-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRASSI, Dyeice Emile Roberti. Fatores associados às readmissões hospitalares não planejadas no período de um ano após o acidente vascular cerebral. 2020. 91 f. Dissertação (Mestrado em Atenção à Saúde) -- Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2020.http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4781porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)instname:Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)instacron:PUC_GO2022-07-22T18:15:35Zoai:ambar:tede/4781Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede2.pucgoias.edu.br:8080/http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/oai/requesttede@pucgoias.edu.br||tede@pucgoias.edu.bropendoar:65932022-07-22T18:15:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)false
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description As frequentes e elevadas taxas de readmissões hospitalares não planejadas que, em geral, decorrem de um precário planejamento da alta hospitalar integram a problemática relacionada aos déficits na transição do cuidado de pessoas que sobrevivem ao AVC e seus cuidadores familiares. O objetivo deste estudo transversal e analítico foi analisar os fatores associados às readmissões hospitalares não planejadas no período de um ano após o acidente vascular cerebral. Foram analisados 224 prontuários de pacientes hospitalizados em 2018 com diagnóstico de AVC em um serviço especializado de Goiânia, Goiás, Brasil. Os dados foram coletados por meio de instrumento estruturado e analisados conforme estatística descritiva e inferencial, com regressão logística múltipla. Dos 224 pacientes hospitalizados neste período com diagnóstico de AVC, 14 (6,25%) morreram. Compuseram a amostra final 210 participantes. A maioria era do sexo masculino (118; 56,19%), morava com alguém (110; 64,33%) e tinha plano de saúde (198; 94,74%). A mediana de idade foi de 70 anos (IIQ=60-81). Entre os participantes, 86,19% (n=181) tiveram acidente vascular cerebral isquêmico. A mediana do tempo da primeira internação foi de 4 dias (IIQ=3-7). Verificou-se que a maioria recebeu alta para o domicílio (160; 76,19%) e estava em uso de anticoagulante (176; 83,81%) e antiagregante plaquetário (122; 58,1%). %). A taxa global de readmissões não planejadas em um ano por AVC foi 23,81% [IC 95% 18,05% - 29,57%], sendo que 7,61%[IC95% 4,03%-11,21%] no primeiro mês, 5,71% [95% IC 2.57%-8.85%, n=12] em três meses e 10,47% [IC 95% 6,33%-14.62%] em um ano. As causas mais frequentes de readmissões foram infecções (18;36%) e AVC recorrente (14;28%). A regressão logística evidenciou que as variáveis que conjuntamente melhor predisseram a readmissão hospitalar foram: número de medicamentos prescritos na alta hospitalar (OR=1,15 IC 95% 1,04-1,29); diabetes (OR=2,53 IC 95% 1,11-5,82); dislipidemia (OR= 4,08 IC de 95% 1,54-10,90); fibrilação atrial (OR=2,39 IC 95% 1,00- 5,66); doença arterial coronariana (OR= 3,12 IC 95% 0,84-11,39); doença vascular periférica (OR= 9,19 IC 95% 1,25-81,26); e receber alta com alguma limitação para as atividades da vida diária (OR= 4,01 IC 95% 1,79-9,22). Os resultados indicam a possibilidade das readmissões hospitalares após o AVC ocorrerem em pessoas com multimorbidades crônicas, em uso de polifarmácia e com alguma limitação para atividades da vida diária. Esses fatores devem ser contemplados, especialmente no planejamento avançado da alta hospitalar e no monitoramento do risco para ocorrência de readmissões hospitalares não planejadas
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