Aspectos Simbólicos da Experiência de Consumo de Roupas de Deficientes Visuais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Percurso Acadêmico |
Texto Completo: | https://periodicos.pucminas.br/index.php/percursoacademico/article/view/2276 |
Resumo: | Apesar da expressividade numérica da população de Pessoas Portadoras de Deficiência (PPD), pode-se perceber que ainda são poucos os trabalhos no campo das ciências gerenciais que se debruçaram sobre questões tangentes a esse público. Os poucos estudos estão relacionados à inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, a vida no trabalho das pessoas com deficiência ou a gestão do trabalho de pessoas com deficiência já inseridas na organização. Ao deslocar a atenção para os estudos de marketing e mais precisamente para o campo da pesquisa do consumidor, é notória a ausência de pesquisas envolvendo as PPD. É justamente nessa lacuna existente na literatura que emergem algumas indagações no que tange às experiências de consumo de roupas de deficientes visuais: Como eles descrevem suas experiências de consumo relacionadas às roupas? De que forma esses consumidores vivenciam suas experiências de consumo de roupas? Como se dá a apropriação da realidade por parte desse grupo, uma vez que não dispõem dos mesmos instrumentos sensitivos? Quais são os principais significados associados ao consumo de roupas por eles? Como essas pessoas constroem seu imaginário sobre roupas? Diante dessas inquietações surgiu o interesse de conduzir um trabalho a partir da seguinte problemática: Como os deficientes visuais vivenciam suas experiências de consumo de produtos, serviços, artefatos e imagens simbólicas relacionados ao vestuário? Para dar suporte teórico, lançou-se mão da literatura atinente às experiências de consumo e à relação entre consumo e cultura. Como opção metodológica, julgou-se adequado a condução de uma pesquisa do tipo exploratória, de natureza qualitativa descritiva. A orientação para a coleta, interpretação e análise de dados partiu dos pressupostos da grounded theory. Para a obtenção dos dados, optou-se pelo método de entrevista pessoal em profundidade com 11 portadores de deficiência visual. A fase de análise dos dados permitiu identificar categorias como experiência de compra, uso simbólico das roupas, descarte dos produtos, relações afetivas com as roupas, moda, o crédito e a poupança como formas de antecipação e prorrogação do consumo e apropriação da realidade. Como resultados gerais, podem ser destacados alguns pontos. O simbolismo não encontra obstáculos na limitação visual. Ou seja, a cultura cultivada coletivamente é transferida da mesma forma, porém com instrumentos de “coleta” da realidade um pouco diferenciados. O mundo de significantes está para os deficientes visuais como está para uma pessoa que detém todos os estímulos visuais. Ademais, os consumidores deficientes visuais pesquisados definiram as suas experiências de consumo como representantes de algo mais do que situações aparentemente comuns, ao mesmo tempo que expressaram diversos valores por meio do consumo, celebrando sua ligação com a sociedade como um todo. Ao terminar este trabalho, fica a sensação latente de que novos e mais abrangentes estudos precisam ser conduzidos para se compreender melhor o universo das PPD. |
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