"FREEDOM IN THE FAITH"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Interações (Uberlândia. Online) |
Texto Completo: | http://periodicos.pucminas.br/index.php/interacoes/article/view/P.1983-2478.2016v11n19p19 |
Resumo: | Murilo Mendes se sobressai como um dos mais inventivos poetas brasileiros contemporâneos de matriz modernista. Por isso, causou estranheza a publicação de “Tempo e Eternidade” (1935), sob o lema “Restauremos a poesia em Cristo”, cuja impostação aparentemente reativa sugere haver o poeta renegado sua condição moderna e, ao menos, restringido a vocação artística. Não obstante, tal viragem estético-existencial intensifica características estilísticas e abre outras zonas de sensibilidade e horizontes temáticos em sua poesia, operando uma transfiguração simbólica que nem lhe desfibra o élan criador, nem doma sua insubmissa virulência. A “restauração” da poesia “em Cristo” não capitula a liberdade criadora do poeta a uma férrea ordem metafísica prévia, mas propicia-lhe o encontro com uma inaudita potência redentora de sentido que lhe dá novos e definitivos motivos para cantar. Ao conciliar liberdade e fé, criação e reverência e, por extensão, homem e Deus, tempo e eternidade etc., convertendo a suposta contradição em tenso e fecundo contraste, a poesia de Murilo Mendes descortina uma promissora perspectiva de leitura do mistério cristão que aqui denominamos transmoderna, a qual, sem ser anti-moderna ou “reacionária” – por assumir a aventura da liberdade na vertigem dos tempos atuais –, vai além do paradigma moderno, ao retirar o sujeito de sua esterilizante auto-suficiência e abri-lo a um permanente diálogo com a transcendência.Tal chave hermenêutica é demonstrada a partir de uma abordagem das principais fases e obras do autor. |
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"FREEDOM IN THE FAITH"“A LIBERDADE DENTRO DA FÉ”Murilo MendesChristianityPoetryContemporaneityMurilo MendesCristianismoPoesiaContemporaneidadeMurilo Mendes se sobressai como um dos mais inventivos poetas brasileiros contemporâneos de matriz modernista. Por isso, causou estranheza a publicação de “Tempo e Eternidade” (1935), sob o lema “Restauremos a poesia em Cristo”, cuja impostação aparentemente reativa sugere haver o poeta renegado sua condição moderna e, ao menos, restringido a vocação artística. Não obstante, tal viragem estético-existencial intensifica características estilísticas e abre outras zonas de sensibilidade e horizontes temáticos em sua poesia, operando uma transfiguração simbólica que nem lhe desfibra o élan criador, nem doma sua insubmissa virulência. A “restauração” da poesia “em Cristo” não capitula a liberdade criadora do poeta a uma férrea ordem metafísica prévia, mas propicia-lhe o encontro com uma inaudita potência redentora de sentido que lhe dá novos e definitivos motivos para cantar. Ao conciliar liberdade e fé, criação e reverência e, por extensão, homem e Deus, tempo e eternidade etc., convertendo a suposta contradição em tenso e fecundo contraste, a poesia de Murilo Mendes descortina uma promissora perspectiva de leitura do mistério cristão que aqui denominamos transmoderna, a qual, sem ser anti-moderna ou “reacionária” – por assumir a aventura da liberdade na vertigem dos tempos atuais –, vai além do paradigma moderno, ao retirar o sujeito de sua esterilizante auto-suficiência e abri-lo a um permanente diálogo com a transcendência.Tal chave hermenêutica é demonstrada a partir de uma abordagem das principais fases e obras do autor. Murilo Mendes stands out as one of the most inventive contemporary Brazilian poets of modernist matrix. So it was surprising the publication of "Time and Eternity" (1935), under the slogan "Let us restore poetry in Christ", whose seemingly reactive tone suggests that there the poet disowned its modern condition and at least restricted the artistic vocation. However, this aesthetic-existential turning intensifies stylistic features and opens other sensitive areas and thematic horizons in his poetry, operating a symbolic transfiguration without defibering his creator elan, or taming your unruly virulence. The "restoration" of poetry "in Christ" not capitulates the creative freedom of the poet to an prior metaphysics order, but provides you the encounter with an unprecedented redemptive power of meaning that gives you new and definitive reason to sing. To reconcile freedom and faith, creation and reverence, and by extension, God and man, time and eternity etc., converting the supposed contradiction in tense and fruitful contrast, the poetry of Murilo Mendes reveals a promising reading perspective of the Christian mystery here we call transmodern, which, without being anti-modern or "reactionary" - to take on the adventure of freedom in the vertigo of the times -, goes beyond the modern paradigm, to remove the subject of a sterillant self-sufficiency and open it an ongoing dialogue with transcendence. This hermeneutical key is demonstrated from an approach of the principal phases and works of the author.Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais2016-08-02info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/interacoes/article/view/P.1983-2478.2016v11n19p1910.5752/P.1983-2478.2016v11n19p19INTERAÇÕES; Vol 11 No 19 (2016): Dossier: Theopoetics; 19-42INTERAÇÕES; Vol. 11 Núm. 19 (2016): Dossiê: Teopoética; 19-42INTERAÇÕES; v. 11 n. 19 (2016): Dossiê: Teopoética; 19-421983-2478reponame:Interações (Uberlândia. Online)instname:Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)instacron:PUC_MINSporhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/interacoes/article/view/P.1983-2478.2016v11n19p19/9915Copyright (c) 2017 INTERAÇÕESinfo:eu-repo/semantics/openAccessSantos, Luciano Costa2021-02-12T05:07:53Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/12058Revistahttp://periodicos.pucminas.br/index.php/interacoes/indexPRIhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/interacoes/oai||interacoes.pucminas@gmail.com1983-24781809-8479opendoar:2021-02-12T05:07:53Interações (Uberlândia. Online) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)false |
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Murilo Mendes se sobressai como um dos mais inventivos poetas brasileiros contemporâneos de matriz modernista. Por isso, causou estranheza a publicação de “Tempo e Eternidade” (1935), sob o lema “Restauremos a poesia em Cristo”, cuja impostação aparentemente reativa sugere haver o poeta renegado sua condição moderna e, ao menos, restringido a vocação artística. Não obstante, tal viragem estético-existencial intensifica características estilísticas e abre outras zonas de sensibilidade e horizontes temáticos em sua poesia, operando uma transfiguração simbólica que nem lhe desfibra o élan criador, nem doma sua insubmissa virulência. A “restauração” da poesia “em Cristo” não capitula a liberdade criadora do poeta a uma férrea ordem metafísica prévia, mas propicia-lhe o encontro com uma inaudita potência redentora de sentido que lhe dá novos e definitivos motivos para cantar. Ao conciliar liberdade e fé, criação e reverência e, por extensão, homem e Deus, tempo e eternidade etc., convertendo a suposta contradição em tenso e fecundo contraste, a poesia de Murilo Mendes descortina uma promissora perspectiva de leitura do mistério cristão que aqui denominamos transmoderna, a qual, sem ser anti-moderna ou “reacionária” – por assumir a aventura da liberdade na vertigem dos tempos atuais –, vai além do paradigma moderno, ao retirar o sujeito de sua esterilizante auto-suficiência e abri-lo a um permanente diálogo com a transcendência.Tal chave hermenêutica é demonstrada a partir de uma abordagem das principais fases e obras do autor. |
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