Recuperação e transfiguração do popular e do medieval no Romanceiro de Almeida Garrett

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maués de Faria Jr., Fernando
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Scripta
Texto Completo: http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/10298
Resumo: Segundo Menéndez-Pidal, o romance tradicional - que não se confunde com a acepção moderna do termo, fixada a partir do século XIX - é um poema épico-lírico breve, cantado em reuniões recreativas ou durante trabalhos comuns. Tal gênero tem sua origem na Baixa Idade Média, provavelmente derivando de excertos dos antigos cantares de gesta, de núcleos narrativos que agradavam de forma especial ao povo, que os tomava como episódios isolados. O romance, relegado pelas elites aristocráticas, sobrevivia nos cantares de uma comunidade ágrafa ,sendo transmitido pelo sistema boca-a-ouvido. No entanto, com o advento do Romantismo, no século XIX, o romance tradicional passa a ser visto como elemento representativo do nascimento dos Estados Nacionais modernos. É neste contexto que aparece o Romanceiro de Almeida Garrett. Influenciado por autores como Percy e W Scott, o poeta português investe no recolhimento e posterior recriação dos cantos tradicionais a fim de adaptá-los ao gosto do público letrado do século XIX. Garrett se a podera, assim, de um material temática e esteticamente ligado ao povo e à Idade Média. O objetivo de nosso trabalho é discutir o sentido da recuperação dos romances por Garrett, a lém de refletir sobre os mecanismos de recriação adotados pelo autor e a representatividade deste material de matiz popular e medieval no conjunto do Romantismo português.
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