Luanda e Maputo: inflexões suburbanísticas da cidade socialista à cidade-metrópole neoliberal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simões Raposo, Isabel
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Jorge, Sílvia, Viegas, Sílvia, Melo, Vanessa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana
Texto Completo: https://periodicos.pucpr.br/Urbe/article/view/21917
Resumo: Luanda e Maputo, duas capitais africanas da lusofonia, são marcadas por crescentes desigualdades socioespaciais. Os centros urbanizados dessas urbes, traçados pela e para a sociedade colonial e onde hoje reside a maioria da população de maiores recursos, distinguem-se dos densos e extensos subúrbios habitacionais suburbanizados, onde outrora residia a sociedade colonizada e hoje se acantona a população de menores recursos. Nos primeiros anos de independência, em contexto de ideologia de inspiração socialista, economia planificada e planeamento centralizado, ambos os países visaram diminuir as desigualdades socioespaciais herdadas do colonialismo, intervindo nos subúrbios. A partir de finais da década de 80 do século XX, com o início da liberalização económica e política, que levou, em Moçambique, à descentralização (ainda emergente em Angola), surgem novos actores, indutores de diferentes modelos de cidade e de fazer cidade, diversificando-se os tipos de intervenções suburbanas. A explosão, segregação e complexidade socioespacial desses subúrbios tem-se intensificado com a adopção do modelo de cidade neoliberal, competitiva e desigual. Tomando como referência esses dois grandes períodos sociopolíticos e urbanísticos, este artigo restitui, num olhar cruzado e crítico, diferentes tipos de intervenção nos subúrbios habitacionais semiurbanizados. O seu principal objectivo é reflectir sobre a circulação de influências e os paradigmas suburbanísticos em que se inscrevem.
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