[en] PLURAL CLIMATE VERBS IN BRAZILIAN PORTUGUESE RELATIVE CLAUSES: SYNTAX AND PROCESSING

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: IGOR DE OLIVEIRA COSTA
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Outros
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=23890@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=23890@2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.23890
Resumo: [pt] Esta dissertação aborda um fenômeno pouco estudado do Português Brasileiro (PB): o caso dos verbos meteorológicos (v.g. chover, ventar, nevar, trovejar) flexionados no plural em aparente concordância com um tópico de natureza locativa/temporal, especialmente em contextos sintáticos de orações relativas. Esses verbos são investigados à luz de uma proposta de integração entre a teoria linguística de vertente gerativista e modelos procedimentais de natureza serial, a qual tem caracterizado as pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Psicolinguística e Aquisição da Linguagem da PUC-Rio (LAPAL). A concordância entre sujeito e verbo é um processo robusto nas línguas naturais e a não compatibilidade entre as marcas de número desses elementos é comumente associada, nas pesquisas que abordam o assunto, aos chamados lapsos de concordância. A fim de investigar se verbos plurais nessas estruturas não passam de instâncias encontradas ao acaso, foram inicialmente, realizados, em ambiente controlado, dois experimentos: um de produção eliciada e um de compreensão envolvendo leitura automonitorada. Os resultados indicam (i) que verbos meteorológicos no plural, quando em orações relativas cortadoras, são efetivamente produzidos por falantes de PB; e (ii) que os falantes de PB não são sensíveis, na compreensão, a tais marcas plurais, num indicativo de que a concordância entre verbo e um locativo/temporal faria parte da gramática da língua, não se configurando como lapso de concordância. Lapsos, segundo resultados do experimento de produção eliciada, poderiam ser postulados apenas para o caso das sentenças relativas padrão. Propostas gerativistas para a caracterização da gramática do PB são consideradas a fim de se prover, a partir delas, uma análise integrada que possa explicar o fenômeno sob investigação. Essa análise é compatível com os resultados de um terceiro experimento, de julgamento de gramaticalidade em tarefa de leitura automonitorada. Verificou-se a taxa de aceitabilidade para verbos meteorológicos no singular e no plural, contrastada a de outros três tipos de verbos (inergativos, inacusativos monoargumentais e inacusativos biargumentais), sempre em orações relativas cortadoras. Os resultados indicam que os verbos meteorológicos se distinguem dos verbos inergativos (que não aceitam concordância com o tópico locativo/temporal) e se aproximam dos verbos inacusativos (que efetivamente licenciam a concordância com tópico). Os lapsos associados a relativas padrão e a concordância com verbos meteorológicos em relativas cortadoras sao explicados à luz do Modelo Integrado da Computação On-Line (MINC), desenvolvido no âmbito das pesquisas do LAPAL. Considera-se que a concordância dos verbos meteorológicos com tópico faria parte da gramática inovadora do PB, podendo-se explicar os resultados experimentais segundo a noção de uma gramática nuclear na qual haveria uma periferia marcada.
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spelling [en] PLURAL CLIMATE VERBS IN BRAZILIAN PORTUGUESE RELATIVE CLAUSES: SYNTAX AND PROCESSING[pt] VERBOS METEOROLÓGICOS NO PLURAL EM ORAÇÕES RELATIVAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO: SINTAXE E PROCESSAMENTO[pt] PROCESSAMENTO DE SENTENCA[pt] CONCORDANCIA[pt] TOPICOS LOCATIVOS[pt] VERBOS METEOROLOGICOS[pt] ORACOES RELATIVAS[en] SENTENCE PROCESSING[en] RELATIVE CLAUSES[pt] Esta dissertação aborda um fenômeno pouco estudado do Português Brasileiro (PB): o caso dos verbos meteorológicos (v.g. chover, ventar, nevar, trovejar) flexionados no plural em aparente concordância com um tópico de natureza locativa/temporal, especialmente em contextos sintáticos de orações relativas. Esses verbos são investigados à luz de uma proposta de integração entre a teoria linguística de vertente gerativista e modelos procedimentais de natureza serial, a qual tem caracterizado as pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Psicolinguística e Aquisição da Linguagem da PUC-Rio (LAPAL). A concordância entre sujeito e verbo é um processo robusto nas línguas naturais e a não compatibilidade entre as marcas de número desses elementos é comumente associada, nas pesquisas que abordam o assunto, aos chamados lapsos de concordância. A fim de investigar se verbos plurais nessas estruturas não passam de instâncias encontradas ao acaso, foram inicialmente, realizados, em ambiente controlado, dois experimentos: um de produção eliciada e um de compreensão envolvendo leitura automonitorada. Os resultados indicam (i) que verbos meteorológicos no plural, quando em orações relativas cortadoras, são efetivamente produzidos por falantes de PB; e (ii) que os falantes de PB não são sensíveis, na compreensão, a tais marcas plurais, num indicativo de que a concordância entre verbo e um locativo/temporal faria parte da gramática da língua, não se configurando como lapso de concordância. Lapsos, segundo resultados do experimento de produção eliciada, poderiam ser postulados apenas para o caso das sentenças relativas padrão. Propostas gerativistas para a caracterização da gramática do PB são consideradas a fim de se prover, a partir delas, uma análise integrada que possa explicar o fenômeno sob investigação. Essa análise é compatível com os resultados de um terceiro experimento, de julgamento de gramaticalidade em tarefa de leitura automonitorada. Verificou-se a taxa de aceitabilidade para verbos meteorológicos no singular e no plural, contrastada a de outros três tipos de verbos (inergativos, inacusativos monoargumentais e inacusativos biargumentais), sempre em orações relativas cortadoras. Os resultados indicam que os verbos meteorológicos se distinguem dos verbos inergativos (que não aceitam concordância com o tópico locativo/temporal) e se aproximam dos verbos inacusativos (que efetivamente licenciam a concordância com tópico). Os lapsos associados a relativas padrão e a concordância com verbos meteorológicos em relativas cortadoras sao explicados à luz do Modelo Integrado da Computação On-Line (MINC), desenvolvido no âmbito das pesquisas do LAPAL. Considera-se que a concordância dos verbos meteorológicos com tópico faria parte da gramática inovadora do PB, podendo-se explicar os resultados experimentais segundo a noção de uma gramática nuclear na qual haveria uma periferia marcada.[en] This dissertation addresses a recently attested phenomenon in Brazilian Portuguese (BP): plural agreement between climate verbs (v.g. chover, ventar, nevar, trovejar) and locative/temporal topics within relative clauses. This phenomenon is investigated in the light of a proposal that aims at integrating generative linguistics and psycholinguistics procedural models, a line of investigation that has characterized the research developed at the Laboratory of Psycholinguistics and Language Acquisition at PUC-Rio (LAPAL). Subject-verb agreement is a robust process in natural languages and failures in the implementation of agreement have been treated in the psycholinguistics literature in terms of speech errors, not related to grammar knowledge. In order to investigate if agreement with climate verbs is occasional or licensed by the rules of BP, two experiments were initially conducted: an elicited production study and a self-paced reading test. The results indicate that (i) speakers really produce plural climate verbs in the context of relative clauses and (ii) the BP speakers accept the occurrence of these verbs in the plural within relative clauses (specially within non-standard relatives), what favors analysing it as a grammar option and not a mere speech error. Generative proposals are considered in order to provide an integrated analysis that can explain the phenomenon under investigation. This analysis seems to be consistent with the results of a grammaticality judgment task realized as part of a self-paced reading experiment. The rate of acceptability for climate verbs in the singular and plural has been contrasted to the rate of other three types of verbs (unergative, monoargumental and biargumental unaccusative verbs), always in the context of relative clauses. The results indicate that climate verbs differ from unergative ones (which will not allow agreement with locative / temporal topics) and are similar to unaccusative verbs (which effectively license agreement with a topic). The results are explained in the light of an Integrated Model of On- Line Computation (MINC). It is considered that plural agreement of climate verbs with a topic would be compatible to the notion of a core grammar with a marked periphery, characterizing an innovative BP grammar.MAXWELLERICA DOS SANTOS RODRIGUESERICA DOS SANTOS RODRIGUESIGOR DE OLIVEIRA COSTA2015-01-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=23890@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=23890@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.23890porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-08-20T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:23890Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342019-08-20T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
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