[pt] PARENTALIDADE E PARALISIA CEREBRAL NA CRIANÇA: UM ESTUDO PSICANALÍTICO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: LIVIA MARIANE DE SOUSA SCHECHTER
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=52515&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=52515&idi=3
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.52515
Resumo: [pt] A experiência de tornar-se mãe e de tornar-se pai de uma criança, mesmo quando ocorre de acordo com as expectativas, exige dos pais um intenso trabalho psíquico de reorganização de suas representações acerca do bebê imaginado e deles próprios. Quando esse bebê é diagnosticado com paralisia cerebral, uma enfermidade decorrente de uma lesão neurológica precoce, que interfere no desenvolvimento infantil de maneira ampla, esse trabalho de reorganização psíquica dos pais sofre uma ruptura. Nosso objetivo nesta tese é investigar o processo de construção da parentalidade quando o bebê é diagnosticado com paralisia cerebral, indagando as condições para que o investimento parental na criança seja mantido. Trata-se de uma pesquisa teórico-clínica com referencial psicanalítico, que articula a investigação teórica a fragmentos de experiências clínicas com pais de crianças portadoras de paralisia cerebral. Nosso estudo se inicia pela discussão da paralisia cerebral do ponto de vista médico, buscando compreender como as características dessa enfermidade afetam as interações precoces entre o bebê e seu cuidador primário. As representações dos pais acerca do filho são investigadas desde a pré-história da parentalidade até as transformações sofridas ao longo da gestação e em torno do nascimento, para situar os efeitos traumáticos do diagnóstico de paralisia cerebral sobre elas. A possibilidade de que os pais realizem um trabalho de luto da criança esperada e invistam na criança real com paralisia cerebral é discutida, levando-se em consideração desde as situações de impasse, que vão do desinvestimento às formas de investimento fusionais, até as situações em que o investimento se sustenta. Nestes casos, destacamos a existência de fantasias e representações paradoxais criadas pelos pais, que parecem, ao mesmo tempo, compreender as consequências da paralisia cerebral para a criança, e projetar expectativas de um desenvolvimento de acordo com os referenciais conhecidos. Argumentamos que essas construções parentais possuem uma função transicional de recomposição da experiência de ilusão necessária ao investimento parental e de descoberta da realidade de uma maneira gradual e tolerável para os pais. Discutimos, finalmente, o papel do psicanalista de sustentação desse paradoxo maturacional.
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Nosso objetivo nesta tese é investigar o processo de construção da parentalidade quando o bebê é diagnosticado com paralisia cerebral, indagando as condições para que o investimento parental na criança seja mantido. Trata-se de uma pesquisa teórico-clínica com referencial psicanalítico, que articula a investigação teórica a fragmentos de experiências clínicas com pais de crianças portadoras de paralisia cerebral. Nosso estudo se inicia pela discussão da paralisia cerebral do ponto de vista médico, buscando compreender como as características dessa enfermidade afetam as interações precoces entre o bebê e seu cuidador primário. As representações dos pais acerca do filho são investigadas desde a pré-história da parentalidade até as transformações sofridas ao longo da gestação e em torno do nascimento, para situar os efeitos traumáticos do diagnóstico de paralisia cerebral sobre elas. A possibilidade de que os pais realizem um trabalho de luto da criança esperada e invistam na criança real com paralisia cerebral é discutida, levando-se em consideração desde as situações de impasse, que vão do desinvestimento às formas de investimento fusionais, até as situações em que o investimento se sustenta. Nestes casos, destacamos a existência de fantasias e representações paradoxais criadas pelos pais, que parecem, ao mesmo tempo, compreender as consequências da paralisia cerebral para a criança, e projetar expectativas de um desenvolvimento de acordo com os referenciais conhecidos. Argumentamos que essas construções parentais possuem uma função transicional de recomposição da experiência de ilusão necessária ao investimento parental e de descoberta da realidade de uma maneira gradual e tolerável para os pais. Discutimos, finalmente, o papel do psicanalista de sustentação desse paradoxo maturacional.[fr] L expérience de devenir mère et de devenir père pour un enfant, même lorsqu elle se déroule selon les attentes, demande aux parents un travail psychique intense pour réorganiser leurs représentations du bébé imaginé et d eux-mêmes. Lorsque ce bébé est diagnostiqué avec une paralysie cérébrale, une maladie résultant d une lésion neurologique précoce, qui interfère de manière large avec le développement de l enfant, ce travail de réorganisation psychique subit une rupture. Notre objectif dans cette thèse est d étudier le processus de construction de la parentalité lorsque le bébé est diagnostiqué avec une paralysie cérébrale, en demandant les conditions de maintien de l investissement parental dans l enfant. Il s agit d une recherche théorico-clinique avec un cadre psychanalytique, qui articule l enquête théorique avec des fragments d expériences cliniques avec des parents d enfants atteints de paralysie cérébrale. Notre étude commence par une discussion sur la paralysie cérébrale d un point de vue médical, cherchant à comprendre comment les caractéristiques de cette maladie affectent les interactions précoces entre le bébé et son principal soignant. Les représentations des parents sur l enfant sont étudiées depuis la préhistoire de la parentalité jusqu aux transformations subies pendant la grossesse et autour de la naissance, pour situer sur eux les effets traumatiques du diagnostic de paralysie cérébrale. La possibilité que les parents effectuent un travail de deuil de l enfant attendu et investissent dans l enfant réel atteint de paralysie cérébrale est discutée, en tenant compte des situations d impasse, allant du désinvestissement à des formes d investissement fusionnel, aux situations dans lesquelles l investissement est soutenu. Dans ces cas, nous mettons en évidence l existence de fantasmes et de représentations paradoxales créés par les parents, qui semblent, à la fois, comprendre les conséquences de la paralysie cérébrale pour l enfant, et projeter des attentes de développement selon les références connues. Nous soutenons que ces constructions parentales ont une fonction transitionnelle de recomposer l expérience d illusion nécessaire à l investissement parental et de découverte de la réalité d une manière graduelle et tolérable pour les parents. Enfin, nous discutons du rôle du psychanalyste dans le soutien de ce paradoxe maturationnel.MAXWELLSILVIA MARIA ABUJAMRA ZORNIGLIVIA MARIANE DE SOUSA SCHECHTER2021-05-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=52515&idi=1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=52515&idi=3http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.52515porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-08-19T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:52515Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342022-08-19T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
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