[pt] DE CRÍTICO DO ILUMINISMO A AUTOCRÍTICO: JEAN-JACQUES ROUSSEAU E O ATO DE FUNDAÇÃO DE UMA MORAL VIRTUOSA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: RENATA BARRETO DE FREITAS
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Outros
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=9367@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=9367@2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.9367
Resumo: [pt] Esta dissertação propõe tratar de Jean-Jacques Rousseau com o objetivo de chamar a atenção para a maneira como ele peculiarmente constrói sua crítica ao Iluminismo a partir da idéia de que este se constitui como um movimento histórico, cuja noção de progresso e aperfeiçoamento das ciências, das letras e das artes acentuou ainda mais o processo de corrupção iniciado com a inserção do homem na história. E é exatamente no primeiro Discurso, na Carta a D´Alembert e nas Confissões que Rousseau - fazendo uso de um filosofar crítico distinto da sutileza erudita dos philosophes - explicitamente rompe com os representantes franceses do século XVIII naquilo que eles têm de mais degenerado - a faculdade do amour-propre. Embora este atributo seja indispensável à vida em sociedade, o genebrino condena o caráter exagerado e desfigurado que ele assume entre os enciclopedistas, a ponto de transformar-se no vício da hipocrisia. Sua preocupação em denunciá-lo conduz ao entendimento de que, além de ser um problema historicamente situado, também é um vício contra o qual a virtude da sinceridade, própria da natureza humana, opõe-se. Daí Rousseau considerar-se, além de crítico do Iluminismo, um autocrítico em relação a também ser, contrariamente às suas convicções, um philosophe. E é através de um exercício confessional que ele coloca em prática uma ética da sinceridade capaz de revelar o homem natural que se encontra escondido atrás da máscara da hipocrisia. O contexto do Iluminismo, enquanto convenção e artifício, é incapaz de revelar a identidade original de cada ser humano. Por isso o genebrino apresenta-se como o responsável por idealizar o contexto moral que deverá supri-lo. E a idéia de moralidade passa a ser expressiva para o entendimento da sua disputa com o partido das luzes. Desta forma, a dissertação também investiga como ele funda nestas três obras um novo homem e uma nova sociedade a partir de uma moral exemplar guiada pelos ditames de uma consciência sinceramente virtuosa.
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E é exatamente no primeiro Discurso, na Carta a D´Alembert e nas Confissões que Rousseau - fazendo uso de um filosofar crítico distinto da sutileza erudita dos philosophes - explicitamente rompe com os representantes franceses do século XVIII naquilo que eles têm de mais degenerado - a faculdade do amour-propre. Embora este atributo seja indispensável à vida em sociedade, o genebrino condena o caráter exagerado e desfigurado que ele assume entre os enciclopedistas, a ponto de transformar-se no vício da hipocrisia. Sua preocupação em denunciá-lo conduz ao entendimento de que, além de ser um problema historicamente situado, também é um vício contra o qual a virtude da sinceridade, própria da natureza humana, opõe-se. Daí Rousseau considerar-se, além de crítico do Iluminismo, um autocrítico em relação a também ser, contrariamente às suas convicções, um philosophe. E é através de um exercício confessional que ele coloca em prática uma ética da sinceridade capaz de revelar o homem natural que se encontra escondido atrás da máscara da hipocrisia. O contexto do Iluminismo, enquanto convenção e artifício, é incapaz de revelar a identidade original de cada ser humano. Por isso o genebrino apresenta-se como o responsável por idealizar o contexto moral que deverá supri-lo. E a idéia de moralidade passa a ser expressiva para o entendimento da sua disputa com o partido das luzes. Desta forma, a dissertação também investiga como ele funda nestas três obras um novo homem e uma nova sociedade a partir de uma moral exemplar guiada pelos ditames de uma consciência sinceramente virtuosa. [en] This research aims at Jean-Jacques Rousseau and has the objective of calling attention to the way he peculiarly constructs his critique of Enlightenment from the idea that it is constituted as a historical movement whose notion of progress and improvement of the sciences, the letters and the arts enhanced even more the process of corruption initiated with man´s insertion in history. It is exactly in the first Discourse, in the Letter to D Alembert and in the Confessions that Rousseau - making use of a critical philosophy which differs from the erudite subtlety of the philosophes - explicitaly breaks with the french members of 18th century about the worst they have - the faculty of amour-propre. Although this attribute is indispensable to the life in society, the genevan objects to the exaggerated and disfigured character that it takes on among the encyclopedists, to the point of turning into the vice of hypocrisy. His preocupation in demonstrating against this vice leads to the understanding that, besides being a historically situated problem, it is also a vice against which the virtue of sincerity, innate in the human nature, is opposed to. That is why Rousseau considers himself, besides a critic of the Enlightenment, a self- critic in relation to also being, in contradiction with his inclinations, a philosophe. It is through a confessional exercise that he places in evidence an ethic of sincerity capable of revealing the natural man who is hidden behind the mask of hypocrisy. The context of the Enlightenment, as a convention and an artifice, is incapable of revealing the original identity of each human being. That is why the genevan presents himself as the responsible for idealizing the moral context that will supply it. And the idea of morality becomes expressive to the understanding of his dispute with the enlightened party. Therefore, this research also investigates how Rousseau founds in these three texts a new man and a new society from a remarkable moral guided by the dictates of a sincerely virtuous conscience.MAXWELLMARCELO GANTUS JASMINRENATA BARRETO DE FREITAS2006-12-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=9367@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=9367@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.9367porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-09-14T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:9367Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342017-09-14T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
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