[pt] O APOCALIPSE NO ANTROPOCENO: UMA LEITURA LIBERTÁRIA PARA TEMPOS DISSONANTES

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MOEMA MARIA MARQUES DE MIRANDA
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63950&idi=1
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http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.63950
Resumo: [pt] O Antropoceno, signo de um tempo de profundas mutações e colapsos, o nosso tempo do mundo, tem assistido ao ressurgimento do uso abundante da palavra apocalipse. Este termo fundamental da escatologia ocidental, originariamente referido ao Apocalipse de João, último livro da Bíblia cristã, tem sido empregado – mesmo por acadêmicos e cientistas – com o sentido comum de grande e generalizada destruição, ou, se quisermos, fim do mundo. No contexto da civilização ocidental, no entanto, a influência da interpretação canônica do Livro do Apocalipse, consolidada pelos chamados Pais da Igreja na emergência da Era Comum, se constituiu também em um dos pilares de sustentação do regime de verdade, da noção de tempo e do sentido de História, que, justamente no Antropoceno, entram em crise agônica. Nesta tese, um estudo filosófico que considero preambular, propõe-se uma reflexão a partir de referências não normativas – logo, dissonantes – sobre a mensagem, as disputas e o conturbado processo de recepção do Livro do Apocalipse na cultura ocidental, que ele também contribuiu para definir. Recusando a adesão aos sistemas hermenêuticos que, como parte da escatologia secularizada na Modernidade, foram apropriados em termos políticos pela esquerda como utopia milenarista e, de forma cada vez mais perigosa, pela direita, como justificação para a violência cristã, a tese se propõe a apresentar uma leitura vinculada aos esforços contemporâneos do pensamento crítico, que contribua para convocar uma aliança imanente entre humanos e não humanos, que ajude a frear os fins de tantos mundos ameaçados pelo avanço insustentável das formas capitalistas de predação material e ontológica do planeta.
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