[pt] A DELIMITAÇÃO DO ADJETIVO COMO CATEGORIA LEXICAL NA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM: UM ESTUDO EXPERIMENTAL NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Outros |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) |
Texto Completo: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=14346@1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=14346@2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.14346 |
Resumo: | [pt] Este trabalho se caracteriza como um estudo experimental, cujo foco é a delimitação da categoria adjetivo por crianças adquirindo o Português Brasileiro (PB) como língua materna. Adota-se uma perspectiva psicolingüística de aquisição da linguagem, aliada a uma concepção minimalista de língua (Chomsky, 1995-2001). Assume-se que a criança é sensível às propriedades fônicas de elementos de classes fechadas, como determinantes e afixos, conforme a hipótese do bootstrapping fonológico (Morgan & Demuth, 1996; Christophe et al., 1997). Considera-se que a representação da Categoria funcional D é fundamental na distinção entre nomes e adjetivos e que sufixos derivacionais contribuem para a representação do traço categorial desses últimos no léxico. Com base na hipótese do bootstrapping sintático (Gleitman, 1990), assume-se que a análise de adjetivos no contexto sintático de DPs ou de small clauses, aliada ao pressuposto de que DPs fazem referência a objetos/entidades, possibilita a representação de adjetivos como categoria que apresenta uma propriedade ou atributo de um referente. Avalia-se, ainda, o papel da ordem canônica, na distinção entre adjetivos e nomes, na ausência de informação de natureza morfológica. Neste trabalho, uma ampla revisão da literatura lingüística acerca da categoria adjetivo é apresentada de modo a que se identifique o que é demandado da criança na delimitação dessa categoria lexical, levando-se em conta propriedades do português. Foram conduzidos quatro experimentos: três com crianças, usando-se a técnica de seleção de objetos com pseudopalavras, e um com adultos falantes do PB. Para este último, foi concebida uma tarefa de atribuição de propriedades a objetos e pessoas a serem imaginadas a partir de pseudo-adjetivos denominais, de modo a avaliar em que medida as propriedades semânticas atribuídas a sufixos derivacionais formadores de adjetivos em análises lingüísticas correspondem ao conhecimento lingüístico intuitivo do falante da língua. Os dois primeiros experimentos foram conduzidos com crianças de 12-22 meses; o último, com crianças de 2-3 anos e 4-5 anos No Experimento 1, avalia-se o papel de determinantes e sufixos derivacionais, formadores de adjetivos, na delimitação desta categoria lexical em estruturas predicativas, independentemente das propriedades semânticas dos afixos. No Experimento 2, investiga-se o papel da ordem canônica aliada ao do sufixo derivacional como desencadeadores do processo de delimitação de nomes e adjetivos no âmbito do DP. No Experimento 3, explora-se o conhecimento por parte de falantes adultos do PB acerca dos traços semânticos dos afixos derivacionais -oso e -ento, formadores de adjetivos. No Experimento 4, verifica-se se os traços semânticos desses afixos são representados pela criança de modo a ser capaz de interpretá-los na interface semântica, à semelhança do que fazem os falantes adultos da língua. Os resultados dos experimentos aqui relatados são compatíveis com a hipótese de trabalho que orienta esta tese, qual seja, a de que a criança faz uso de informação sintática e morfológica na delimitação de adjetivos, e revelam que já aos dois anos de idade propriedades semânticas de sufixos formadores de adjetivos são representadas pela criança. Este trabalho contribui para uma teoria da aquisição da linguagem fundada no processamento de informação das interfaces da língua com sistemas perceptuais e conceptuais, na qual se enfatiza o papel de categorias funcionais e de elementos de classe fechada em geral (incluindo-se os afixos derivacionais) na identificação do que há de específico na língua. Este estudo também introduz uma metodologia experimental que permite complementar o resultado de análises lingüísticas pertinentes à morfologia no que concerne o conhecimento intuitivo do falante acerca dos traços semânticos de afixos. |
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[pt] A DELIMITAÇÃO DO ADJETIVO COMO CATEGORIA LEXICAL NA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM: UM ESTUDO EXPERIMENTAL NO PORTUGUÊS BRASILEIRO[en] THE DELIMITATION OF ADJECTIVES AS A LEXICAL CATEGORY IN LANGUAGE ACQUISITION: AN EXPERIMENTAL STUDY IN BRAZILIAN PORTUGUESE[pt] AQUISICAO DA LINGUAGEM[pt] BOOTSTRAPPING[pt] CATEGORIAS FUNCIONAIS[en] LANGUAGE ACQUISITION[en] BOOTSTRAPPING[en] FUNCTIONAL CATEGORIES[pt] Este trabalho se caracteriza como um estudo experimental, cujo foco é a delimitação da categoria adjetivo por crianças adquirindo o Português Brasileiro (PB) como língua materna. Adota-se uma perspectiva psicolingüística de aquisição da linguagem, aliada a uma concepção minimalista de língua (Chomsky, 1995-2001). Assume-se que a criança é sensível às propriedades fônicas de elementos de classes fechadas, como determinantes e afixos, conforme a hipótese do bootstrapping fonológico (Morgan & Demuth, 1996; Christophe et al., 1997). Considera-se que a representação da Categoria funcional D é fundamental na distinção entre nomes e adjetivos e que sufixos derivacionais contribuem para a representação do traço categorial desses últimos no léxico. Com base na hipótese do bootstrapping sintático (Gleitman, 1990), assume-se que a análise de adjetivos no contexto sintático de DPs ou de small clauses, aliada ao pressuposto de que DPs fazem referência a objetos/entidades, possibilita a representação de adjetivos como categoria que apresenta uma propriedade ou atributo de um referente. Avalia-se, ainda, o papel da ordem canônica, na distinção entre adjetivos e nomes, na ausência de informação de natureza morfológica. Neste trabalho, uma ampla revisão da literatura lingüística acerca da categoria adjetivo é apresentada de modo a que se identifique o que é demandado da criança na delimitação dessa categoria lexical, levando-se em conta propriedades do português. Foram conduzidos quatro experimentos: três com crianças, usando-se a técnica de seleção de objetos com pseudopalavras, e um com adultos falantes do PB. Para este último, foi concebida uma tarefa de atribuição de propriedades a objetos e pessoas a serem imaginadas a partir de pseudo-adjetivos denominais, de modo a avaliar em que medida as propriedades semânticas atribuídas a sufixos derivacionais formadores de adjetivos em análises lingüísticas correspondem ao conhecimento lingüístico intuitivo do falante da língua. Os dois primeiros experimentos foram conduzidos com crianças de 12-22 meses; o último, com crianças de 2-3 anos e 4-5 anos No Experimento 1, avalia-se o papel de determinantes e sufixos derivacionais, formadores de adjetivos, na delimitação desta categoria lexical em estruturas predicativas, independentemente das propriedades semânticas dos afixos. No Experimento 2, investiga-se o papel da ordem canônica aliada ao do sufixo derivacional como desencadeadores do processo de delimitação de nomes e adjetivos no âmbito do DP. No Experimento 3, explora-se o conhecimento por parte de falantes adultos do PB acerca dos traços semânticos dos afixos derivacionais -oso e -ento, formadores de adjetivos. No Experimento 4, verifica-se se os traços semânticos desses afixos são representados pela criança de modo a ser capaz de interpretá-los na interface semântica, à semelhança do que fazem os falantes adultos da língua. Os resultados dos experimentos aqui relatados são compatíveis com a hipótese de trabalho que orienta esta tese, qual seja, a de que a criança faz uso de informação sintática e morfológica na delimitação de adjetivos, e revelam que já aos dois anos de idade propriedades semânticas de sufixos formadores de adjetivos são representadas pela criança. Este trabalho contribui para uma teoria da aquisição da linguagem fundada no processamento de informação das interfaces da língua com sistemas perceptuais e conceptuais, na qual se enfatiza o papel de categorias funcionais e de elementos de classe fechada em geral (incluindo-se os afixos derivacionais) na identificação do que há de específico na língua. Este estudo também introduz uma metodologia experimental que permite complementar o resultado de análises lingüísticas pertinentes à morfologia no que concerne o conhecimento intuitivo do falante acerca dos traços semânticos de afixos.[en] This dissertation presents an experimental study of the delimitation of adjectives as a lexical category in the acquisition of Brazilian Portuguese. It reconciles a psycholinguistic approach to language acquisition with a minimalist conception of language (Chomsky, 1995-2001). According to the phonological bootstrapping hypothesis (Morgan & Demuth, 1996; Christophe et al., 1997), it is assumed that infants are sensitive to closed class elements (as determiners and affixes) in the processing of the phonetic interface. The functional category D is considered to be fundamental to the distinction between nouns and adjectives, and derivational suffixes are viewed as contributing to the representation of the adjective as a categorical feature in the lexicon. According to the syntactic bootstrapping hypothesis (Gleitman, 1990), it is assumed that the parsing of adjectives in DP and small clause contexts, together with the assumption that DPs refer to objects/entities, allow the representation of the adjectives as words that present a property or an attribute of a given referent. And the role of the canonical word order in the distinction between nouns and adjectives, in the absence of specific morphological information, is evaluated. In this study, the linguistic literature on adjectives is extensively reviewed. This review contributes to the identification of the demands that the delimitation of adjectives present to children, taking into account the specific properties of Portuguese. Four experiments were conducted: three with children, making use of the object selection with pseudo-words paradigm, and one with adult speakers of BP. In the latter, a task was envisaged in which pseudo-adjectives were presented in order for the property of a hidden object/character to be guessed. The speaker’s intuitive knowledge of the meaning of derivational suffixes was expected to guide the accomplishment of this task. The two first experiments were conducted with 12- 22 month old children, and the last one, with 2-3 and 4-5 year olds. In Experiment 1, the role of determiners and derivational affixes (forming adjectives) in the parsing of adjectives in predicative structures was evaluated, independently of the semantic properties of those affixes. In Experiment 2, the role of the canonical word order within the DP and derivational affixes in the bootstrapping of the representation of adjectives in Portuguese was investigated. Experiment 3 explores the native speaker knowledge of the semantic features of the adjective forming derivational affixes -oso e -ento. In Experiment 4, children’s representation of these very features is assessed. The results of the experiments reported here are compatible with the working hypothesis, namely, that children make use of syntactic and morphological information in the delimitation of adjectives as a lexical category. They also reveal that the semantic properties of derivation affixes forming adjectives are already available by the age of two. This work contributes to a theory of language acquisition that explores early processing at the language interfaces with perceptual and conceptual systems, and in which the role of closed class elements (including derivational affixes) and functional categories is emphasized. It also introduces an experimental methodology that enables to access the adult speaker’s intuitive knowledge of derivational morphology.MAXWELLLETICIA MARIA SICURO CORREALUCIANA TEIXEIRA2009-10-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=14346@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=14346@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.14346porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-10-25T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:14346Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342018-10-25T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false |
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