As relações parentais na surdez: relatos de pais ouvintes a respeito da descoberta da surdez de seus filhos

• Autor(a) principal: Miguel, Maria Paula Porto
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/26321
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Pessoa com deficiência; Surdez; Parentalidade

A presente pesquisa utiliza a concepção de deficiência prevista na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (2015), bem como os critérios psicossociais utilizados para o entendimento desta. Nesse sentido, a surdez/deficiência auditiva foi estudada a partir de sua ampla variedade de manifestações. Além disso, partiu-se de uma análise das relações parentais, bem como das implicações psíquicas do nascimento de um filho com deficiência a partir de referências teóricas da psicanálise. Desse modo, visou-se compreender quais são os sentimentos que assolam pais ouvintes de crianças surdas após a descoberta da condição de seus filhos. A partir desse entendimento, pretendeu-se identificar e discutir as diferentes estratégias de enfrentamento e sentimentos comuns de pais em situações de descoberta da surdez de seu/sua filho/a. Os participantes da pesquisa foram três mães e um pai ouvintes maiores de 18 anos com três filhos entre 6 e 9 anos que tiveram diagnóstico de surdez. A metodologia adotada foi o estudo de campo, descritivo e exploratório com análise qualitativa dos dados. A partir da realização de três entrevistas com os participantes, os conteúdos apresentados foram analisados a partir de cinco categorias apriorísticas: “A Identificação da Surdez”; “As Reações e Sentimentos”; “Preocupações e Fantasias”; “A Escolha pela Estratégia de Cuidado” e “Impactos e Perspectivas Futuras”. Com base nessas categorias foi possível observar que a descoberta da surdez de um filho é um processo marcado por uma intensa profusão de sentimentos, tais como, choque, culpa e negação. Ademais, supõe-se que esses sentimentos marcam a morte de um filho idealizado e a confrontação com o filho real. Por fim, atenta-se para a importância da presença de um/a psicólogo/a, principalmente no processo de descoberta, para auxiliar os pais a lidarem com tais sentimentos e permitir que eles sejam capazes de olhar para o/a filho/a real e realizar novas fantasias e projeções a partir dessa nova realidade