A atuação do psicanalista com vítimas de violência policial na democracia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP |
Texto Completo: | https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/28099 |
Resumo: | O Estado Brasileiro é, historicamente, violento com sua população. O fim do período ditatorial (1964-1985) e o processo de redemocratização não garantiram o fim da violência de Estado. O Estado, agora democrático, por meio da ação policial, segue violando direitos humanos e uma de suas principais vítimas é o jovem negro da periferia. Esta pesquisa, de cunho qualitativo, investiga quais as contribuições da psicanálise e as possíveis atuações do psicanalista com a população vítima da violência policial na democracia. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três psicanalistas que trabalham e/ou trabalharam com vítimas da violência policial. A partir da análise das entrevistas temos que a complexidade da temática da violência policial é um apontamento unânime entre os entrevistados, os quais nomeiam uma série de atravessamentos: racismo, machismo, constituição do sujeito moderno, capitalismo, o poder judiciário. Nesse sentido, todos se afastam da eleição da figura do policial enquanto único responsável pela violência policial e, inclusive, problematizam a saúde deste trabalhador. Com relação às experiências de atendimento às vítimas de violência policial, verificou-se que os trabalhos possíveis são diversos: atendimento exclusivo da família; atendimentos em grupo com familiares, com amigos e técnicos do serviço de vinculação do jovem; a Cartografia Social com familiares e jovens; e as capacitações com profissionais que lidam com as vítimas ou com os próprios policiais. Além destas, uma possibilidade sugerida foi a de um profissional que acompanhe as famílias mais de perto no contato com o sistema de justiça. A contribuição da psicanálise no trabalho com essa população aparece, principalmente, a partir da escuta. Em função da escuta e da nomeação pela palavra o sofrimento pode agenciar-se de outra forma, de modo que as repetições ganhem outro lugar. Atentando para a garantia de uma escuta horizontal, no sentido de democratizar a psicanálise. Além disso, também foi apontada a importância da psicanálise para a garantia de um olhar mais abrangente para a questão da violência policial, possibilitando a participação na formulação e gestão das políticas públicas |
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