A exterioridade da clínica

• Autor(a) principal: Magalhães, Julia de Araujo
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/28851
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Clínica; Fora Acompanhamento terapêutico; Grupos; Terapia comunitária

No presente trabalho, a psicologia clínica foi abordada da perspectiva foucaultiana por meio de uma compreensão crítica desta prática. A reflexão foi direcionada à apresentação e análise de novas propostas, com outras possibilidades de atuação para o psicólogo, que se distanciam do modelo tradicional individual do consultório. O Acompanhamento Terapêutico e os Dispositivos da Clínica Grupal foram utilizados para ilustrar esse fazer. Olhando para os diferenciais que se colocam, caminhou-se no sentido de evidenciar o fato de que essas práticas, cada uma a sua maneira, trazem possíveis respostas às críticas levantadas, pois, ao invés de promover processos massificantes de subjetividades, essas práticas valorizam novos e outros modos de subjetivação. O título desse trabalho surgiu inspirado no conceito de fora de Foucault, sugerindo que essas outras formas de práticas clínicas, estão inscritas para além das fronteiras de um modelo clínico tradicional. Ou seja, surgiram na borda e no contato com o fora, quando aquele modelo já não dava conta das necessidades que se apresentavam, gerando uma desestabilização da própria clínica pela quebra de seus contornos e enquadres costumeiros. Atravessamentos e forças do fora retiraram a prática clínica de um lugar instituído e abriram espaço para a desterritorialização. A partir disso surge a possibilidade de se construir outros dentros, outras formas, não necessariamente para serem formas fixas e rígidas como as anteriores, mas que permitem que se transite entre elas. É importante evidenciar que apesar de tais práticas serem, muitas vezes, feitas do lado de fora do consultório e das instituições hospitalares, chegou-se a conclusão de que a exterioridade da clínica não representa uma questão de espaço, mas um ir além das forças instituídas desse fazer. Isso quer dizer que aqui se fala de uma abertura para deixar que o fora entre nas instituições, dando espaço a práticas que têm por horizonte a subjetividade constituída num sentido ético