Figurações da morte em Cemitério de elefantes de Dalton Trevisan

• Autor(a) principal: Reis, Eloizy Almeida dos
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/36675
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA; Dalton trevisan; Cemitério de elefantes; Morte; Literatura

O objeto de estudo escolhido para esta monografia são as figurações da morte nos contos de Cemitério de elefantes de Dalton Trevisan. Desta forma, nosso objetivo foi investigar a representação literária da morte na obra e apontar como os textos revelam também a "morte" do autor. O problema consistia, então, em identificar como em Cemitério de elefantes se produz uma linguagem de negatividade, esvaziada de sentido, que aponta a inutilidade de qualquer palavra ou gesto e na qual inexiste uma voz de autoridade. Para esclarecer e fundamentar nossos estudos sobre a morte na literatura, foram fundamentais as teorias de Maurice Blanchot, Roland Barthes e Umberto Eco, os quais apontam as características de uma literatura voltada para a "morte", para um espaço literário em que a linguagem, ao dizer, subverte as coisas reais, transforma-as em pura ausência. As análises foram feitas, portanto, a partir dessas referências teóricas e, também, com base nas considerações de Nízia Villaça, Berta Waldman, Álvaro Cardoso Gomes e Carlos Alberto Vechi sobre a obra de Dalton Trevisan. Por meio da análise das narrativas de Cemitério de elefantes, pudemos indicar as figurações da morte que se apresentam na "morte" do autor, da palavra útil, na escrita que se refaz constantemente, na ausência e, simbolicamente, as múltiplas mortes por traição, exclusão, abandono, indiferença ou finitude. Como conclusão, os resultados da pesquisa demonstraram que na obra de Dalton Trevisan a morte é matéria prima para a construção de suas narrativas e, ao mesmo tempo, causa a "morte" do autor e do leitor passivo, que agora precisa construir o sentido do texto juntamente com o escritor moderno