O percurso existencial das personagens femininas de o cortiço

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Chapski, Rita
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/36737
Resumo: Este trabalho investiga o percurso existencial das personagens femininas de O cortiço: Rita Baiana, Pombinha, Léonie, Estela e Bertoleza. O objetivo é demonstrar como esse percurso entrelaça as personagens com o contexto sócio- histórico vigente no Brasil do final do século XIX, marcadamente patriarcal. O romance apresenta a burguesia branca e a classe proletária, composta por brancos, negros e mestiços. Investigamos se as mulheres possuem alguma auto-defesa que as caracteriza com maior complexidade ao longo da narrativa. Em suma: nosso foco é saber se as personagens femininas de O cortiço possuem alguma complexidade ou não; se elas conseguem romper o determinismo do meio machista, criando algum tipo de alternativa a ele, ou não. Nossa pesquisa parte de uma visão do Naturalismo como marcado pelas teorias determinista, evolucionista e positivista, bem como a partir de Émile Zola e a noção de Método Experimental para a arte literária. Mas o principal referencial teórico dessa pesquisa é a definição de personagem tal como esboçada por Antônio Cândido, quando este retoma e discute as noções de personagem plana e esférica de Forster. Essa teoria nos é útil, ainda que vista como superada por muitos, pois ela nos permite entender o trajeto das personagens femininas. Seria este trajeto plano, ou ele aponta para algum tipo de "curva" existencial, que levaria as mulheres a libertar-se de um meio tão opressor. Ao final, constatamos que as cinco personagens, apesar de esboçarem uma linha curvilínea que as aproximaria das personagens esféricas, não chegam a perfazer um círculo completo, pois continuam vítimas do determinismo da raça, do meio e do momento
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