O lugar das relações raciais na atuação de psicólogas brancas

• Autor(a) principal: Gollo, Natália Mosena
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/41831
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Relações raciais; Psicologia; Branquitude

A Psicologia foi, desde seu surgimento enquanto ciência-profissão, constituindo-se a partir do olhar branco e colonialista, colaborando para a perpetuação de uma sociedade homogeneizada e normativa. Entendendo que nenhuma atuação profissional é feita a partir de uma postura neutra e que raça/cor é um importante marcador da identidade de todo sujeito em uma sociedade estruturalmente racista, o presente trabalho objetivou investigar qual é o lugar dado às relações raciais na atuação de psicólogas brancas, já que essas constituem a maior porcentagem de profissionais da categoria hoje e compõem o grupo racial que historicamente se retira das discussões raciais. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo, exploratória e qualitativa, através de cinco entrevistas semi-estruturadas com psicólogas autodeclaradas brancas, formadas em dois períodos históricos diferentes: nas décadas de 1990 e de 2020 – a fim de observar impactos e efeitos de políticas afirmativas federais e de posicionamentos do Sistema de Conselhos de Psicologia no que tange às discussões raciais. A análise das entrevistas foi feita à luz da Psicologia Sócio-Histórica, através dos chamados núcleos de significação. Ainda que tenha se encontrado alguma diferença entre os grupos formados em momentos históricos distintos, o olhar sobre relações raciais continua restrito, de maneira geral, à atuação com pessoas negras e há pouca reflexão sobre o lugar das psicólogas enquanto pessoas brancas no debate. Concluiu-se que é necessária a reformulação de currículos existentes para uma formação mais comprometida com o debate racial a fim de construir uma Psicologia racializada, implicada no combate às desigualdades sócio-raciais do nosso país, rompendo com o silêncio e a omissão tão característicos da branquitude