Implicações da branquitude para a Psicologia: um estudo sobre as relações raciais e a Psicologia a partir de uma análise curricular

• Autor(a) principal: Marques, Fernanda Cordeiro
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/26273
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Psicologia; Relações raciais; Branquitude

A história brasileira é marcada pela exploração e violação dos povos originários e negros. A importação das teorias raciais elaboradas a partir do século XIX justificaram e legitimaram relações de dominação a partir da raça e, com base na ideia de raça biológica, produziu-se a crença da superioridade do branco sobre o não branco. A eugenia e o racismo científico constituíram a Psicologia enquanto ciência e, até hoje, ao pactuar com a manutenção da universalidade do conhecimento europeu, que propõe um sujeito universal e, ao não questionar o papel do branco nas desigualdades raciais e no próprio processo de produção de conhecimento em Psicologia, os estudos reforçam a ideia, historicamente construída, do branco como norma. O presente estudo fundamenta-se na perspectiva da Psicologia SócioHistórica. Parte-se do pressuposto de que é necessário buscar a gênese histórica das relações raciais a fim de superar a visão naturalizante das mediações que constituem o fenômeno em questão e apreender o caráter processual dos fenômenos e da sua possibilidade de transformação social. Tendo em vista que a categoria de psicólogas/os é composta, majoritariamente, por mulheres brancas, pretendeu-se no presente estudo compreender a formação em Psicologia e sua interface com as relações raciais a partir de uma análise documental. Para isso teve como fonte de dados as grades curriculares e ementas disponibilizadas virtualmente pelas seis universidades do Estado de São Paulo escolhidas, sendo três públicas e três privadas. Constata-se o currículo enquanto campo de disputa e tensionamento, bem como uma lacuna na formação acadêmica no que tange às relações raciais, algo que repercute na prática profissional de psicólogas/os