A criança, a poesia e o primitivo: "Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade"

• Autor(a) principal: Judar, Tânia Veiga
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/29353
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA; Oswald de Andrade; Primitivismo; Poesia; Criança; Livro

O presente trabalho tem como objetivo realizar uma leitura do livro “Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade”, a partir de eixos estéticos criados no modernismo brasileiro como o primitivismo e sua relação criativa com o gênero poesia. Ao abordar as ligações existentes na poética de Oswald de Andrade, do olhar infantil com o primitivismo, buscaremos estabelecer relações entre os temas que são desarticulados através do fazer poético da criança protagonista da obra, como a forma livro, a poesia, a ilustração e a linguagem. A recusa pelas formas vigentes estão situadas no horizonte vanguardista do autor, a partir de uma proposta crítica, objetivada pelo Manifesto da Poesia Pau Brasil. Buscaremos compreender no estudo a relação intrínseca entre os conceitos de primitivo, do olhar infantil e da consequente transgressão imprimida na obra. Assim, ao se afastar da poesia, o autor acaba encontrando os valores formativos da uma linguagem poética nova em que as relações entre palavra, ilustração e livro são desarticuladas para a obtenção de um fazer poético orientado pela percepção da criança e pela recuperação de um sentido de originalidade a partir da ideia de primitivo. Teremos como hipótese a criação de um objeto singular que desafia a forma tradicional da noção de poético ao adotar aquilo que torna brinquedo o funcional, em acidente o modelo, em criação o erro, o que oferece uma nova proposta de arte para o projeto do autor. Oswald desloca as palavras do âmbito informativo e de suas relações habituais e inaugura um novo pensar sobre a arte literária, como o puro condutor de um processo de transformação que busca na fonte primitiva o resgate de valores intrínsecos à natureza poética da palavra