O indizível como herança: fragmentos da ditadura militar brasileira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP |
Texto Completo: | https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/27577 |
Resumo: | A presente pesquisa se propôs a investigar a transmissão transgeracional de resíduos traumáticos irrepresentáveis, decorrentes da Ditadura Militar Brasileira (1964-1985). A não inscrição do trauma histórico no discurso social e o desmentido dos crimes cometidos pelo Estado Brasileiro durante a repressão política, atravancaram o processo de elaboração psíquica que, consiste na produção de uma significação que possa bordejar o caráter irrepresentável do trauma, apostando em uma nova forma de laço com as marcas imprimidas. Entretanto, em função da dimensão coletiva dessas marcas, a metabolização dos resíduos traumáticos pode ser um trabalho subjetivo, mas a reparação deve ser pública. No Brasil, o processo coletivo de inscrição e esquecimento foi equiparado à negação dos anos de ditadura, que retorna como grave sintoma social. A falta de reparação do Estado brasileiro as violações cometidas e a não inscrição do trauma na memória social, impediram a representação psíquica dos restos traumáticos que, acabam sendo transmitidos como irrepresentável, um buraco, um não-trabalho entre as gerações, ao invés de um passado a ser conhecido. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, centrada na coleta e análise discursiva de uma representante da 2º geração - filha de militantes políticos brasileiros - diretora do documentário “15 filhos”, utilizado na presente pesquisa como o intuito de fomentar o debate teórico. O corpo de depoimentos presentes no filme, desempenhou um papel de testemunho coletivo e inscrição do trauma histórico na memória social. O horror é enraizado, naturalizado e transmitido na sociedade brasileira, de modo que, o sujeito é constituído banhado pela violência social, principalmente nos territórios de vulnerabilidade social |
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