Transexualidade e espinhos: questões de gênero

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonzalez Júnior, José Luís Gomes
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/29043
Resumo: A questão de gênero ganha um contorno peculiar ao se observar uma pessoa que apresenta o desejo de viver e ser aceita como sendo do sexo oposto. Pessoas transexuais vivenciam uma contradição entre corpo e subjetividade, como se o sexo pelo qual se definem e se sentem pertencentes fosse incompatível com seu corpo. Tendo como base a especificidade da experiência transexual, o que se pretendeu no presente trabalho foi compreender tal experiência por meio de narrativas de duas mulheres transexuais, maiores de 21 anos, que realizaram a cirurgia de adequação genital. Para tanto, foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas, com o propósito de obter descrições do mundo, experiências, sentimentos e esperanças vividos pelas participantes, com foco nos significados atribuídos por elas à experiência transexual. Foi realizada, posteriormente, a interpretação dos dados com a utilização da análise das narrativas, buscando compreender como as participantes significam a experiência da transexualidade, por meio da idéia de identidade narrativa. Os resultados revelaram que não existe um processo específico de construção das identidades de gênero nos transexuais e que na atualidade esta prática ainda está totalmente sujeita à discriminação e pela exclusão. A cirurgia de transgenitalização foi considerada como necessária e como um processo de adequação a uma condição já existente. Constatou-se uma condição de intenso sofrimento psíquico e uma limitação em relação ao desenvolvimento da vida sexual. Novos documentos, com nomes femininos, se mostraram um critério essencial para a vida das entrevistadas. Por fim, conclui-se que a reivindicação da cirurgia em função da identidade se justifica, sobretudo, pela necessidade de garantia de inteligibilidade social. Nomear-se transexual e modificar corpos que não colaboram instituem as participantes como sujeitos autônomos, passíveis de reconhecimento por si e pelo outro, pela resolução de uma crise identitária
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