Da casa à rua: uma compreensão dos jovens em situação de rua

• Autor(a) principal: Gleich, Flavia Torres
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/28870
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Jovem; Rua; Psicanálise; Violência

O presente estudo pretende contribuir para a compreensão da subjetividade dos jovens que habitam o espaço de rua da cidade de São Paulo. Imbricados em um contexto de exclusão social, a pesquisa tentará abordar a opção desses meninos pela rua. Contribui-se assim, através da pesquisa, para um olhar ampliado, envolvendo tanto as instâncias psíquicas, quanto sociais que os permeiam. É importante ater-se à fragilização das estruturas familiares que deveriam garantir e prover lugares de pertinência e contorno para os sujeitos. Desse modo, entendendo que a subjetividade é construída a partir do meio pessoal, familiar e o meio social – o contexto social onde os sujeitos estão inseridos – deparamo-nos com um violento sistema que acaba por excluir uma extensa camada da população brasileira. A essa camada, a essas famílias, são identificadas sensações de desamparo social, o que muitas vezes acaba por desestruturar as relações familiares. Com essa desagregação do espaço interno – dentro de casa – são muitos os jovens que acabam por optar pelo espaço de rua, por mais que este evidencie estados de humilhação e violência mais exacerbados do que no íntimo da convivência familiar. Caracterizando-se também por uma construção imaginária, a rua é adotada como um lugar de liberdade, autonomia e independência, onde não se supõe o controle de ninguém. Os jovens, portanto acreditam estarem livres de qualquer outro, e da própria Lei. Ainda, próprio do período da adolescência, a formação grupal nesse espaço também será analisada aqui, abarcando algumas ilusões/sensações de pertencimento que o grupo provê. O objetivo desse trabalho é conhecer a dimensão subjetiva atribuída à rua por esses jovens que nela habitam e que buscam encontrar novas possibilidades de existência. Finalmente, a partir desse estudo, vislumbra-se a possibilidade de estruturar políticas públicas e Instituições que se direcionam para o trabalho com essa população. Somente assim, esses jovens poderão ser reconhecidos como sujeitos de direitos e de desejos