A vivência da corporeidade na condição da velhice

• Autor(a) principal: Rodrigues, Ligia Vertematte
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/28822
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Corporeidade; Envelhecimento; Fenomenologia

A corporeidade, para Martin Heidegger, apresenta-se como um existencial, um modo de ser do Dasein. Este trabalho pretendeu investigar a compreensão do significado de estar envelhecendo e a vivência da corporeidade nesta condição, na perspectiva de uma pessoa que vivencia essa situação e como suas experiências se mostram na sua consciência como emoções e sensações. O sujeito entrevistado foi uma senhora de 73 anos de idade. Utilizou-se um relato de vivência, através do qual a entrevistada dissertou livremente a partir da pergunta: “Como é, nesta sua atual fase da vida, a relação com o próprio corpo?”. A partir de diversas leituras do depoimento do sujeito, fez-se o recorte de diversas unidades de significação. Através da análise da relação entre as unidades de significação, emergiram experiências de poder (potência) e carência (indigência), evidenciando o quanto o ser-aí é ambivalente. Considerou-se, finalmente, que a entrevistada traz fenômenos que fazem transbordar a ontologia inerente do ser Dasein. Ontologia esta, na qual se deve lidar com a constante realidade alternante da atuação ou limitação de suas possibilidades de ser. Nessa alternância, o Dasein permanece sempre em construção, pois é projeto para o seu futuro. Como ente, é um ainda-não, que deve ser assumido por ele. Diante disso, constata-se que é o por-vir (futuro) quem ocupa o lugar de relevância para esse ser corporal no horizonte do tempo. Todo fenômeno que se fizer presente em sua caminhada existencial, por melhor ou pior que seja na visão do Dasein que o experimenta, será sempre uma experiência inédita e significativa