A prostituição dos sentidos n' O caderno Rosa de Lori Lamby

• Autor(a) principal: Costa, Jaqueline
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/36731
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA; Pornografia; Erotismo; Espaço; Mercado; Hilda Hilst

Este trabalho objetiva verificar a inscrição da pornografia e/ou do erotismo no Caderno Rosa de Lori Lamby, de Hilda Hilst, a partir de sua construção linguística e espacial, tomando-a como via de acesso à estrutura metalinguiística que deflagra a relação confituosa entre autor, leitor e mercado. Ao objetivo principal somam-se os seguintes objetivos especificos: entender o sentido de pornografia e do erotismo na literatura, buscar a relação entre leitura e voyeurismo, apontar a presença do pornográfico e erótico na obra, analisar Os espaços onde se dá a fusão pornó-gráfica, analisar como a Lingua se inscreve na linguagem da narradora Lori Lamby. A partir disso, analisar a prostituição dos sentidos como elemento de atração, reação ou repulsão no/do Caderno osa. As obras Esses livros que se leem com uma só mao, de Jean Marie Goulemot, O prazer do texto, de Roland Barthes, O desejo, de Adauto Novais e A poética do espaço, de Gaston Bachelard, são as principais fontes teóricas dessa pesquisa, cuja metodologia parte da exposição teórica e segue na aplicação prática com o levantamentoe análise do corpus, nos capitulos 2 e 3. Concluimos que a classificação do Caderno Rosa de Lori Lamby não é definitiva, uma vez que se molda à leitura voyeurística empenhada no desnudamento textual. Assim, a obra oscila entre pornográfica quando se revela ao leitor - e erótica quando se esconde, apresentando apenas indicios. A pornografia/erotismo se instaura no texto por meio das relações espaciais e linguisticas: o quarto e o escritório apresentam-se, respectivamente, como espaços aberto e fechado; já o caderno (livro) é um espaço que possibilita o intercámbio entre o que se vê e o que se esconde. Do mesmo modo, a lingua(gem) da personagem Lori está relacionada à falação e a felação, ou seja, ao ato de narrare aos estimulos lançados à obra, estando a serviço do ato sexual e da escritura. Portanto, espaço e linguagem, em cumplicidade com o pornográfico, abrem uma via de acesso à leitura metalinguistica que, ao modo de um menage à trois, desnuda a relação de construção da obra e a triade autor-ieitor-mercado, de forma que a prostituiçao de Lori e materializada na prostituição dos sentidos depreendidos na obra