Profanações possíveis contra dispositivos da técnica Klauss Vianna

• Autor(a) principal: Barros, Camila Soares de
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/29500
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES::DANCA; Dança contemporânea; Técnica Klauss Vianna; Profanação; Contra dispositivo

O presente estudo teve como base para a discussão o artigo Elogio da profanação de Giorgio Agamben (2007), onde o autor define o termo profanação como uma operação política capaz de trazer de volta para o alcance e livre uso dos homens aquilo que a sacralização havia retirado do alcance. Havia um faro de que em dança existem tradicionalmente algumas condutas de ensino e prática artística que haviam sido sacralizados - capturados por ou transformados em dispositivos de poder. Considerando a Técnica Klauss Vianna como inovadora ainda hoje, investi no estudo dos princípios e tópicos de trabalho de modo que pudesse apontar um potencial profanador implícito na Técnica Klauss Vianna. Mais do que inovação, fala-se aqui de profanação, de possibilitar o acesso e a autonomia da prática da dança. Houve a escolha de alguns exemplos pontuais, uma vez que não há a pretensão de encerrar a discussão, mas abri-la. Percorreremos assuntos como a horizontalização da relação professor-aluno, a integração dos procedimentos didáticos com os procedimentos criativos, a questão do trabalho técnico de criação, desvinculando-o da inspiração como única possibilidade para criar, e o jogo como caminho para o desarmamento dos dispositivos de poder. A escrita apóia-se na definição moderna proposta por Agamben, que nos leva a crer que o potencial profanador da técnica está relacionado a possíveis contra dispositivos em seus princípios e tópicos de trabalho. A investigação não dicotômica entre teoria e prática transbordou e invadiu a sala de aula, o que justifica a presença de relatos pessoais no presente texto