Personagens sobretudo sintomáticos: uma discussão psicanalítica sobre as manifestações sintomáticas dos autistas

• Autor(a) principal: Maschietto, Júlia Parizoto
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/36404
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Autismo; Constituição psíquica; Sintoma; Oralidade; Psicanálise

A partir da apreensão da frequência de autistas que apresentam demandas relativas à "compulsão alimentar" e ingestão de substâncias não alimentares, o presente trabalho visa discutir o autismo sob a perspectiva da psicanálise, com o objetivo de entender o lugar que o comer de modo impulsivo e indiscriminado ocupa nessa estrutura. Além disso, investigou-se se o fenômeno observado pode ser considerado um sintoma psicanalítico. O recorte teórico utilizado foi a psicanálise de Freud a Lacan e o trabalho foi realizado principalmente a partir de autores contemporâneos que abordam o autismo sob o viés lacaniano. nesta perspectiva, compreende-se o sujeito e suas manifestações não no âmbito médico ou comportamental, mas no que diz respeito à constituição subjetiva. Para tal, analisou-se a constituição subjetiva nesses casos a partir de três psicanalistas, Marie Christine Laznik, Alfredo Jerusalinsky e Jean-Claude Maleval, além de ser considerado o lugar da boca e da oralidade para esses sujeitos. Concluiu-se que as manifestações estudadas neste trabalho evidenciam que o modo de investimento desses sujeitos é marcado pela oralidade e pela incorporação dos objetos como uma defesa diante da possibilidade de perda. Para circunscrever a questão do sintoma, foi necessário voltar a uma questão anterior, acerca da presença ou não de um sujeito do inconsciente nesses casos. Apesar dos diferentes posicionamentos sobre a presença de um sujeito que permita considerar as manifestações dos autistas como sintomas psicanalíticos, sustenta-se a suposição fundamental de um sujeito como uma postura imprescindível para o tratamento